bannerbannerbanner
Uma Luz No Coração Da Escuridão
Uma Luz No Coração Da Escuridão

Полная версия

Uma Luz No Coração Da Escuridão

текст

0

0
Язык: pt
Год издания: 2019
Добавлена:
Настройки чтения
Размер шрифта
Высота строк
Поля
На страницу:
1 из 8

Uma Luz no Coração da Escuridão

Série o Cristal do Coração Guardião Livro Quatro

Amy Blankenship, RK Melton

Translated by Magda Mendes Marques

Copyright © 2009 Amy Blankenship

Edição em Inglês Publicada por Amy Blankenship

Segunda Edição Publicada por TekTime

Todos os direitos reservados.

A Lenda do Coração do Tempo

Os mundos podem mudar... mas as lendas verdadeiras nunca desaparecem.

As trevas e a luz lutaram constantemente desde o início dos tempos. Os mundos são formados e esmagados sob os pés de seus criadores, mas a necessidade contínua do bem e do mal nunca foi questionada. No entanto, às vezes, um novo elemento é jogado na mistura... a única coisa que ambos os lados querem, mas apenas um pode ter.

Paradoxal por natureza, o Cristal do Coração Guardião é a única constante que ambos os lados sempre se esforçaram para alcançar. A pedra cristalina tem o poder de criar e destruir o universo conhecido, mas pode acabar com todo o sofrimento e conflito ao mesmo tempo. Alguns dizem que o cristal tem uma mente própria... outros dizem que os deuses estão por trás de tudo.

Cada vez que o cristal apareceu, seus guardiões sempre estiveram prontos para defendê-lo de todos os que o usariam egoisticamente. As identidades desses guardiões permanecem inalteradas e eles amam com a mesma ferocidade, independentemente do mundo ou do tempo.

Uma garota está no centro desses antigos guardiões e é o objeto de suas afeições. Ela mantém dentro de si o poder do próprio cristal. Esta é a portadora do cristal e a fonte do seu poder. As linhas muitas vezes ficam borradas e proteger o cristal lentamente se transforma em proteger a sacerdotisa dos outros guardiões.

Este é o vinho que o coração das trevas bebe. É a oportunidade de tornar os guardiões do cristal fracos e suscetíveis ao ataque. A escuridão anseia o poder do cristal e também a garota, como um homem desejaria uma mulher.

Dentro de cada uma dessas dimensões e realidades, você encontrará um jardim secreto conhecido como o Coração do Tempo. Lá, uma estátua de uma jovem sacerdotisa humana está ajoelhada. Ela está cercada por uma mágica antiga que mantém seu tesouro secreto escondido e bem conservado. As mãos da donzela estão estendidas como se estivessem esperando que algo precioso seja colocado nelas.

A lenda diz que ela está esperando que a pedra poderosa conhecida como o Cristal do Coração Guardião volte para ela.

Somente os Guardiões conhecem os verdadeiros segredos por trás da estátua e como ela surgiu. Antes que os cinco irmãos dessem seu primeiro suspiro, seus antepassados, Tadamichi e seu irmão gêmeo, Hyakuhei, protegiam o coração do tempo durante sua história mais sombria. Durante séculos, os gêmeos protegeram o selo que impediu que o mundo humano se sobrepusesse ao reino demoníaco. Essa tarefa era sagrada e a vida dos humanos e dos demônios tinha que ser mantida segura e em segredo uns dos outros.

Inesperadamente, durante o seu reinado, um pequeno bando de seres humanos atravessou acidentalmente o mundo dos demônios por causa do cristal sagrado. Durante um tempo de tumulto, seus poderes causaram uma fenda no selo que havia separado as dimensões. O líder do grupo humano e Tadamichi rapidamente se tornaram aliados, fazendo um pacto para fechar a fenda no selo e manter os dois mundos trancados um do outro para sempre.

Mas durante esse tempo, Hyakuhei e Tadamichi se apaixonaram pela filha do líder humano.

Contra os anseios de Hyakuhei, a fenda foi reparada por Tadamichi e o pai da menina. A força do selo havia sido aumentada dez vezes, separando o perigoso triângulo amoroso para sempre. O coração de Hyakuhei foi despedaçado. Mesmo seu próprio irmão de sangue, Tadamichi, o havia traído, certificando-se de que ele e a sacerdotisa ficassem separados por toda a eternidade.

O amor pode se tornar a mais perversa das coisas quando está perdido. O coração partido de Hyakuhei se transformou em raiva e ciúmes maliciosos causando uma batalha entre os irmãos gêmeos, acabando com a vida de Tadamichi e dividindo as almas imortais dos dois irmãos. Aqueles fragmentos de imortalidade criaram cinco novos guardiões para assumir a guarda sobre o selo e protegê-lo de Hyakuhei, que se juntou aos demônios dentro do reino.

Encarcerado dentro da escuridão que ele havia se tornado, Hyakuhei expulsou todo o pensamento de proteger o coração do tempo, em vez disso, ele canalizou sua energia para banir completamente o selo. Seus longos cabelos escuros, passando da altura dos joelhos, e um rosto pertencente apenas aos mais sedutores, contradiziam o verdadeiro mal escondido dentro de sua aparência angélica.

À medida que a guerra começa entre as forças da luz e da escuridão, uma luz azul ofuscante é emitida pela estátua santificada, sinalizando que a jovem sacerdotisa renasceu e o cristal ressurgiu do outro lado.

Como os guardiões são atraídos para ela e se tornam seus protetores, a batalha entre o bem e o mal verdadeiramente começa. Então, entra-se em outro mundo onde a escuridão é dominante dentro do mundo de luz.

Esta é uma das suas muitas aventuras épicas...

Capítulo 1

Durante séculos, a lua vermelha sempre foi um sinal do portador da morte. Aqueles que testemunharam a visão mortal se esconderam por medo de perder suas vidas para a poderosa trégua do sono interminável que o portador prometeu. Na distância, um grito de gelar a alma foi ouvido a quilômetros enquanto o símbolo perigoso pairava alto no céu da meia-noite.

Em um clarão na floresta, duas figuras solitárias estavam em pé, uma ferida, respirando pesadamente com uma das adagas gêmeas apertadas em sua mão, a outra ameaçadora olhando de acima, um sorriso malicioso que enfeitava seu rosto desumanamente belo. Olhos de rubi predatórios brilhavam ao luar, aguardando o próximo movimento da vítima. A pele anormalmente pálida de Hyakuhei parecia brilhar na noite, dando-lhe a aparência de um ceifador angélico.

— Você nos matou sem a morte! — rosnou Toya, revelando seus caninos alongados. Seus olhos de pó dourado queimaram em aversão pelo homem que estava diante dele. Uma vez seu amigo... o irmão de seu próprio pai... agora seu inimigo mortal. — Seu desgraçado!

— Agora você diz isso com convicção, mas eu lhe dei uma vida eterna, treinei você e cuidei de você. Amei você e seu irmão como se fossem meus filhos. — Os olhos escarlates brilharam com raiva em direção ao insolente rapaz diante dele.

— Você chama e nos torna monstros... amor? Você roubou nossas vidas! Você me transformou para tentar obrigar meu irmão a se tornar seu! Você mentiu para nós, dizendo que você poderia reverter a maldição se nos juntássemos a você — sua respiração virou um assobio irritado enquanto ele continuava. — Se não fosse pelo seu fascínio doentio por meu irmão, seríamos seres humanos normais, vivendo vidas normais como uma família, e não as criaturas sanguinárias da noite em que você nos tornou! — Lágrimas amargas derramaram dos olhos de Toya devido à raiva e traição... dando-lhes um prateado estranho.

— Você é um idiota em pensar que você era normal! — A voz de Hyakuhei continha o traço malicioso de amargura. — Você e seu irmão choram erroneamente por algo que nunca foi seu. — Sua voz suavizou por um momento enquanto engolia as memórias de seu irmão gêmeo, pai deles. — Não importa — seus olhos queimaram quando ele se concentrou em Toya. — Você é igualzinho ao seu pai: egoísta.

— A morte de seu pai deixou você sob meus cuidados! Você e seu irmão são meus e eu sempre pego o que me pertence. Terei a obediência dele depois de eu ter terminado com você. — A mão de Hyakuhei se curvou em antecipação, ansiosa para sentir o sangue do jovem escorrer de seu corpo. — Foi você que traiu sua própria carne e sangue!

Toya se virou, ouvindo a voz odiada enquanto Hyakuhei tremeluziu e desapareceu apenas para reaparecer do outro lado dele. Ele sabia que o vampiro fatal só estava brincando com ele, mas Toya já não estava com medo. Esse medo morreu com ela.

— Por que você a matou? — Toya ordenou que sua voz fosse um assobio suave, mas cheia de raiva e desespero. — Você achou que, ao matá-la, ganharia o cristal? Nunca! Ela se recusou a dar-lhe esse poder e você ficou enfurecido. Não é, Hyakuhei? — gritou ele enquanto girava, tentando seguir seu inimigo enquanto Hyakuhei o rodeava com uma intenção mortal. — Não era segredo que você a queria para si — A mão de Toya apertou sua adaga com fúria quando se lembrou dos olhares assombrados, a perseguição, a visão do corpo dela sem vida. — Qualquer um poderia ver a maneira como você olhava para ela quando achava que eu ou o Kotaro não estávamos prestando atenção. — Sua respiração virou um soluço enquanto ele se moveu por um momento, sabendo que ele e Kotaro a amavam. Eles haviam lutado contra Hyakuhei e entre si por ela. Ninguém venceu. — Nós vimos você. Kyoko era minha e sempre será! — gritou Toya, enfurecido por perder aquela que ele amava mais do que o ar. Ela se foi. Ela tinha sido a luz na escuridão em que seu mundo se tornara.

Era a razão pela qual ele desafiava Hyakuhei. Agora, seu motivo para o desafio desapareceu e Toya sentiu o fogo em sua alma subir a uma temperatura fatal. Ele a encontrou sem vida, deitada com uma pequena adaga que atravessava seu coração. No fundo, ele sabia, ele e Kotaro sabiam. Hyakuhei de alguma forma a matou.

Os olhos negros de Hyakuhei tornaram-se mais escuros quando olhou com desprezo para o filho mais novo de seu irmão.

— Ah sim, o evasivo Cristal do Coração Guardião. Tal poder não pertence a uma criança tola como você. Os seres mais poderosos procuraram o Cristal do Coração Guardião. Achou que você era o único queridinho? Não só vampiros, mas também imortais e feiticeiros e até lobisomens compartilham desse desejo de reunir tanto poder.

— Não percebe o que aconteceria se o licantropo a tivesse reivindicado primeiro? — Os olhos de Hyakuhei sangraram carmesim ao pensar em Kotaro, líder das tribos dos licantropos, ganhando tal poder. Sua raiva aumentou quando ele lembrou o aroma do licantropo na carne dela nesta mesma noite. Ele não ficaria quieto e deixaria uma coisa tão traiçoeira acontecer.

— Não, menino imprudente, já cuidei da sacerdotisa que carregava o cristal dentro de si. — Os olhos de Hyakuhei se endureceram ao pensar na pequena mentira.

Na verdade, ele não havia matado a menina. Ela se suicidou para evitar que ele obtivesse o cristal. Ele a tinha ao alcance, pronto para reivindicar o poder que ela segurava dentro de si. O poder de que a lenda falava, se tal lenda pudesse ser levada a sério, teria permitido que a escuridão andasse dentro da luz e se alimentasse disso.

Seus dedos ainda formigavam devido ao toque brevíssimo à pele dela. Ele estava parado atrás dela, sentindo o calor do corpo dela com sua mão fria. Seus olhos de esmeralda se viraram e se chocaram com os dele por um mero segundo, desafiando-o. Ele só queria ter um gostinho dela. Tarde demais, ele viu a adaga na mão dela quando desapareceu rapidamente em seu peito. Ele poderia tê-la transformado e compartilhado tudo com ela, mas ela recusou sua oferta generosa.

A corajosa, mas tola mulher acreditava que, ao se matar, ela bloquearia o poder do cristal do alcance dele para sempre. Para sempre foi um longo período de tempo para tentar se esconder dele.

— Ela vai renascer! — Toya gritou de angústia, sabendo que ele falhou em protegê-la da ira de Hyakuhei. Sua culpa por não estar lá para salvá-la estava devorando-o por dentro. Ela sabia que ele era um vampiro, uma criatura da noite e ainda assim não tinha dado as costas para ele. Ela já havia feito amizade com ele. Kyoko confiou a vida dela a ele.

A mente de Toya recuou ao tempo em que a conhecera... ele caiu de joelhos, se agarrando ao chão, observando suas lágrimas caírem. — Não foi tempo suficiente! — gritou silenciosamente em negação.

Só a conhecia por tão pouco tempo; seis ciclos da lua. Quando ele a conheceu pela primeira vez, ele só queria o cristal. O cristal que ela nem sabia que estava carregando no início. Mas ele podia vê-lo brilhando dentro dela, chamando-o. Então algo mudou. Toya se viu tentando protegê-la em vez de tirar o cristal dela.

Como ela tinha adentrado seu mundo sombrio, Toya encontrou a verdade por trás da lenda do Cristal do Coração Guardião, mesmo que Hyakuhei não percebesse. Ele queria contar os segredos ao seu irmão, mas Hyakuhei tinha impossibilitado o encontro dele com Kyou a tempo... agora era muito tarde.

— Você nunca terá a luz do cristal na escuridão. Vou encontrar Kyoko novamente e manter o cristal longe de você! — A voz de Toya era severa devido à necessidade de vingança. — Ela vai viver novamente e eu estarei lá esperando por ela — Uma única lágrima prateada deslizou despercebida pelo rosto enquanto ele gritava: — Juntos! Ela e eu encontraremos outra maneira de libertar Kyou de você!

Hyakuhei aproximou-se de Toya, uma risada sombria vinda do fundo do peito.

— Ah, sim, meu querido Toya, ela vai viver de novo. O cristal voltará a este mundo e eu serei o único a reivindicar não só seu poder, mas também a garota. Quanto ao meu precioso Kyou... estou certo de que posso encontrar algo para ocupar o tempo do seu irmão até esse dia chegar.

Toya rosnou sabendo que era uma faca de dois gumes.

— Guarde suas ideias doentias para si mesmo. Vou encontrar uma maneira de nos tornar normais de novo. E você... vou te fazer morrer! — ele terminou de falar em um grito enquanto o vento começou a ficar mais forte, uivando maliciosamente pela clareira.

O punhal em sua mão brilhou em um arco de luz prateada, mal agarrando a túnica escura que adornava o corpo de Hyakuhei. Toya não conseguia acreditar em quão rápido seu oponente era, mas seu rosto estava franzido com determinação. Uma segunda adaga apareceu em sua outra mão e ele a brandiu, seguida imediatamente pela primeira.

Hyakuhei se esquivou das lâminas mortais devido aos séculos de treinamento que ele já havia suportado. Os seres humanos eram criaturas tão fáceis de derrotar e Toya, embora transformado, ainda era muito humano em seu modo de pensar, ainda uma criança nos olhos de um vampiro.

Ele admitiria que de alguma forma, a proteção de Toya à sacerdotisa tinha envelhecido o poder deste para quase o mesmo nível de um vampiro antigo. Levar a sacerdotisa para longe dele serviu dois propósitos. Sem um motivo para lutar, o poder de Toya diminuiu muito.

A mão esquerda de Hyakuhei atacou, de alguma maneira prendendo os dois pulsos de Toya em um aperto esmagador. Toya não conseguiu se defender quando as garras do vampiro cruelmente laceraram seu rosto.

Os olhos prateados se chocaram com os carmims por um momento suspenso no tempo, enquanto Hyakuhei retraía suas garras. Seus lábios insinuaram um sorriso corrompido enquanto ele esticou a mão para acariciar suavemente a ferida que ele acabara de causar tão cruelmente.

— É uma pena estragar esta perfeição. É muito parecido com seu irmão. — Ele lambeu de seu dedo as gotas de sangue recém-derramado antes de acrescentar: —Mas eu não posso deixar seu amor rebelde distraindo Kyou de mim.

Sentindo seus pulsos serem liberados, Toya deu um passo para trás e tentou bloquear o próximo ataque vindo em direção do seu torso. Ele resmungou de dor quando o sangue derramou dos cortes feitos no seu peito. Pressionando um braço nas feridas, seus olhos dourados se arregalaram quando ele cambaleou para trás e, desta vez, Hyakuhei o deixou.

Toya podia sentir os ossos quebrados em seus pulsos se esmagando uns contra os outros e teve que se concentrar para evitar que suas adagas caíssem no chão. Olhando para o homem que ele odiava mais do que a morte, Toya tentou sacudir a dor sabendo que isso não era um jogo, mesmo os mortos-vivos poderiam morrer.

— Você é uma criança tola. Pensou em salvar seu irmão, me matando? Você mal consegue segurar suas lâminas agora, muito menos tentar tirar minha vida — zombou Hyakuhei, depois seu rosto tornou-se plácido, sua raiva de repente desapareceu. A brisa noturna ergueu as extremidades de seus longos cabelos de ébano, fazendo parecer que estavam vivos.

—Você nunca teve uma chance, garotinho. Vou ajudá-lo a descansar para que você não sinta mais dor — murmurou Hyakuhei, seus olhos se suavizando em direção ao homem ferido como um pai que repreendera uma criança rebelde.

Os olhos prateados ficaram vermelhos de raiva por suas palavras.

— Você nunca terá meu irmão, seu filho da mãe! Enquanto puder respirar, Kyou não o deixará vencer, e eu também não! — gritou Toya, avançando sobre a figura vestida de preto em uma última tentativa de salvar sua alma imortal.

Hyakuhei desapareceu em um piscar de olhos antes que a adaga de Toya pudesse penetrar no coração frio escondido no fundo de seu corpo intemporal. Os olhos vermelhos penetrantes brilhavam, famintos por derramar o sangue do jovem que pensava desafiá-lo.

Sua forma escura levitando lá no alto parou por um momento antes de descer para atacar sua presa.

Os sentidos de Toya estavam alertando o perigo quando ele sentiu a ameaça que se aproximava de seu ser, mas ele não era habilidoso o bastante para determinar de onde o atacante estava vindo. Ele procurou freneticamente, mas com seus sentidos agora adormecidos pela perda de sangue e pela ferida escondida dentro de seu coração, Toya sentiu seu medo aumentar.

Seu coração doía por causa das palavras que o seu próprio "pai" lhe lançara.

— Não posso deixar você ganhar, seu monstro. A vida do meu irmão depende disso — sussurrou Toya através de sua respiração esforçada, fazendo as palavras tropeçarem em seus próprios ouvidos.

Um raio de medo subiu por sua espinha quando ele olhou para o céu noturno. Seus olhos se arregalaram de terror ao ver que ele só sabia o final vindo do ataque, nunca o da vítima. Então... é assim — o pensamento filtrou-se por sua mente atormentada.

Ele tentou se mover, mas foi mantido imobilizado por uma força desconhecida. Seus olhos presos em um olhar mortal. Os olhos vermelhos perfuraram sua própria alma e Toya sabia que a morte estava chegando.

O grito alojado em sua garganta foi substituído por um som balbuciante. Seus olhos prateados voltaram a ser dourados e encontraram os olhos vermelhos de seu assassino, enquanto o tempo parecia parar. Seu corpo começou a ficar entorpecido enquanto ele lentamente olhava para baixo entre seus corpos.

As lágrimas caíram dos olhos de Toya quando sua cor dourada brilhante deles começou a desaparecer. Eu falhei com você, por favor me perdoe... Kyoko... Kyou. Esses foram seus últimos pensamentos quando deu seu último suspiro.

Ele podia sentir seu coração bater cada vez mais longe, à medida que a dor desaparecia. Os mistérios se desdobraram com seus batimentos cardíacos finais enquanto ele silenciosamente sussurrava maravilhado.

— Kyoko... há quanto tempo você está aqui?

Observando com um sentimento de prazer doentio, a figura vestida de preto com olhos vermelhos ardentes sorriu satisfeito. Ele baixou lentamente os olhos para a terra dura. Sua mão de garras ia fundo no peito do jovem com olhos como o sol.

Hyakuhei rasgou violentamente o coração que parara de bater.

Olhando nos olhos sem vida de Toya, ele sussurrou:

— Sempre me perguntei como os olhos de Kyou ficarão quando ele chorar. Aposto que serão lindos — ele se inclinou e beijou a testa de Toya antes de se levantar para se virar e encarar o homem que acabara de chegar a uma curta distância atrás dele.

Um sorriso sádico agraciou seus lábios enquanto ele segurava o coração sangrando e esperava que Kyou fechasse a distância entre eles.

— Para você, meu animal de estimação, agora não há nada entre nós — Sua voz atravessou a brisa noturna.

Os olhos de Kyou se estreitaram de desgosto quando ele olhou para o coração fresco que estava sendo estendido para ele. Hyakuhei viveu tanto tempo sem morrer que a morte agora era um presente para ele?

Enojado, Kyou se afastou da visão perturbadora. Ele sentiu a angústia de seu irmão e tinha vindo investigar. Em vez disso, encontrou o chamado "pai" e ele não podia mais sentir a aura de seu irmão.

Algo estava terrivelmente errado e Kyou podia sentir os nervos dentro de seu corpo pinicarem em sua pele em alerta.

Ele não conseguia ver o dono do coração que ainda goteava sua vida na mão do vampiro antigo, pois Hyakuhei bloqueou sua visão. Isso o irritou, pois fora detido em sua busca por seu irmão mais novo. Ele não via seu irmão há mais de um ano, mas esta noite... ele sabia que Toya precisava dele. Deve ter sido importante, pois Kyou sentiu o chamado com muita força.

Percebendo a antecipação no homem diante dele, os olhos dourados de Kyou se prenderam aos de Hyakuhei.

— Qual alma você roubou desta vez? — perguntou com desprezo em sua voz.

— Por que você não vem ver, meu animal de estimação? Tenho certeza de que você ficará muito surpreso. É meu presente para você — Um sorriso consciente acendeu seus traços sombreados enquanto Hyakuhei se afastava, deixando uma visão clara de sua vítima. Estendendo sua mão vagarosamente em direção a Toya, ele se virou para olhar para o cadáver no chão.

O olhar de Kyou seguiu o de Hyakuhei enquanto ele lentamente se aproximava, confundido com a importância da identidade dessa vítima. Seus olhos dourados se arregalaram diante da forma amarrotada, deitada no chão, enquanto um imenso sinal de alarme subia por sua espinha. Seu coração começou a acelerar quando viu as tão familiares luzes prateadas e brilhantes que atravessavam os cabelos negros, agora emaranhados com sangue e terra, espalhados pelo rosto do homem como se escondessem sua verdadeira identidade.

Ele sentiu todo o seu ser gritando de raiva e negação ao saber que agora estava olhando a forma abatida de seu irmão desaparecido.

— NÃO! — Kyou jogou a cabeça para trás e rugiu. Lágrimas encheram os olhos quando ele se virou para enfrentar o responsável. — O que você fez? — rosnou ele, enquanto avançava, parando a poucos centímetros do assassino de seu irmão. Seus olhos dourados de sol sangraram vermelho, caninos alongados expostos como os de um cão raivoso. Dobrando suas garras, ele esperou a confissão, mal segurando a ira.

— Somente o que eu deveria ter feito desde o início: remover aquele que não lhe apreciou como eu. — A expressão de Hyakuhei suavizou por um breve momento enquanto via seu filho preferido.

Ele deu a Kyou toda a sua atenção e carinho desde que lhe deu o dom da imortalidade das trevas, mas ainda assim Kyou não tinha sido feliz. Era a tristeza no olhar dourado de Kyou que o atraía tanto... a solidão dentro dele era adorável e imitava a própria melancolia de Hyakuhei. Ele então transformou o irmão de Kyou, Toya, na esperança de ganhar a devoção de seu precioso filho. Mas, isso só chateou Kyou ainda mais.

Hyakuhei observou as lágrimas agridoces se formando nos olhos de Kyou e sabia que ele estava certo. Kyou foi muito divino quando chorou.

Naquele momento, algo profundo dentro de Kyou disparou quando um grito triste de sacudir a terra rasgou seu corpo. Cego de raiva, ele atacou o assassino de seu irmão, as presas expostas e as garras afiadas.

— Vou arrancar seu coração e deixar seu corpo para ser devastado pelas criaturas da noite pelo que você fez!

На страницу:
1 из 8