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Meu Irmão E Eu
Arfei com o galanteio. Meu “eu” interior estava saltitando nesse momento.
— Não, não foi. Na verdade, quase não bebo. Tomei um drink e essa taça de champanhe, e por hoje é só. Obrigado pelo que escreveu no cartão — respondi, com a voz suave, incentivando-o a continuar flertando comigo.
— Fiquei receoso de Aidan ou Marcus ser seu namorado. Não sabia que um era seu irmão, e outro era amigo da família.
— Não. Ele não é meu namorado — comentei, timidamente, volvendo os olhos para Aidan.
— Gostou do que escrevi para você?
— Gostei.
— E tudo é verdade. Há muito tempo não via um homem tão belo quanto você.
— Obrigado, Maison. Mas vou ficar envergonhado se ficar me dizendo essas coisas — e sorri mais uma vez para ele, jogando charme.
— Tudo bem. Não é minha intenção constranger você. Mas posso fazer apenas uma pergunta?
— Pode.
— Você é solteiro?
— Sou. E você?
— Sou divorciado, e tenho três filhas.
Maison e eu falávamos baixinho, quando meus olhos perceberam Aidan nos fitando de soslaio. Decidi que deveríamos pedir as entradas, e chamei o garçom.
— Alguma preferência? — perguntei a todos.
Pedi a ele que trouxesse alcachofras à romana e carpaccio. Não demorou e o cheiro de carne crua chegou à nossa mesa. Todos se serviam, enquanto Maison preparava delicadamente duas torradas com carpaccio, temperando-as com orégano e azeite. Tomou meu prato e trocou pelo que tinha preparado, enquanto conversávamos.
— Obrigado — disse a ele.
Que gentileza da parte dele, não? Ele é muito educado. Gosto disso! Pensei. Falávamos da filha mais nova dele, Luna, quando o garçom nos interrompeu e disse:
— Peço licença. Senhor Gaius Barrys, há um rapaz que deseja falar com o Senhor. Ele está na entrada do restaurante. Pediu para que fosse até onde ele está. O nome dele é Pablo.
Meu coração disparou. Como ele me achou aqui, meu Deus? Pedi licença a todos, levantei-me e fui até a entrada do restaurante. Meu coração estava acelerado e, sinceramente, não sabia o que dizer a ele, quando o visse. Enquanto caminhava, em um lapso de segundo, tudo que ocorreu no apartamento dele passou diante de mim. Pisquei os olhos, balancei a cabeça, desabotoei o Versace e desci os primeiros degraus do Barbetta. Ele estava encostado em um poste e, logo, viu-me.
— Quer falar comigo? — perguntei, seriamente.
— Oi! Falei com Richard pelo celular, e ele disse que hoje é seu aniversário. Então, fui ao seu prédio, e a babá me avisou que vocês tinham saído para este restaurante. Vim desejar felicidades. Não vai me dar um beijo? — perguntou, levantando as sobrancelhas e fazendo cara de carente.
Enquanto Pablo falava, um sentimento de superioridade surgiu em mim. Ou apenas ressuscitou? Sinceramente, não sei ao certo. Hoje, depois de anos, nunca entendi porque o tratei daquela forma.
— Por que beijaria você? Acho que você e eu somos muito diferentes, Pablo. O que aconteceu no seu apartamento naquela noite...
— Pare com isso, garoto! Sei que você gostou, e quer fazer de novo — interrompeu-me ele, falando pretensiosamente.
— Não me interrompa, quando eu estiver falando! Você já fez isso várias vezes, e não gostei! Como dizia, acho que somos diferentes. Aquela noite foi o suficiente para eu saber que estamos em caminhos distintos! — e concluí com a cara fechada.
— Pare com isso, Gaius! Venha aqui e me dê um beijo — pediu ele, aproximando-se de mim, tentando me agarrar pela cintura.
— Não! Não vou beijar você! Será que não percebe o que fez comigo? Pablo, você me dopou com cocaína, fez-me transar com seu irmão, gozou na minha cara e ainda mijou dentro de mim. Não acha que eu gostaria de ter sido perguntado se iria querer tudo isso? — questionei, enquanto o empurrava para longe de mim.
— Vai dizer que não gostou? — respondeu ele, ironicamente rindo.
O pior é que eu gostei.
— Não! Não gostei!
— Duvido que não tenha gostado — e mais uma vez se aproximou de mim, tentando me beijar.
— Se você tocar em mim, denuncio você! — ameacei, grosseiramente.
Ele recuou e entendeu que não estava brincando.
— Mas o que está acontecendo com você? Nós tivemos um lance bem gostoso, e agora vem com esse papinho chato. Qual é, garoto?
— Não tive lance nenhum com você! Você não é homem para ter lance comigo! Olha para mim, Pablo. Olha para você. O que tem para me oferecer? O que acha? Que vou passar os meus fins de semana em um apartamento mofado no Brooklyn cheirando cocaína e sendo fodido por você e seu irmão, enquanto seu gato lambe a porra que vocês jorram no chão? — questionei, ironicamente exaltado.
— Então, a questão é dinheiro, não é? — respondeu com cara de ódio.
— A questão também é dinheiro, mas não é só isso. Você não tem modos nem educação, não respeita minha vontade. Penso que é só um cara presunçoso que acha que transa bem! E, na verdade, nem é tudo isso. Já saí com homens bem melhores que você!
Que mentira acabei de dizer.
— Como Aidan, por exemplo?
— Sim, como o Aidan, por exemplo! Não é por acaso que ele está jantando comigo agora em um restaurante sofisticado, e você, não.
— Duvido que ele seja melhor que eu — retrucou, andando de um lado para o outro, nervoso, tentando rir para disfarçar.
E, naquele momento, deixei que a crueldade falasse por mim. E não me orgulho do que disse.
— Pois saiba que ele é melhor que você!
E me aproximei dele, olhando em seus olhos pretos cheios de raiva, e completei:
— Além de ele ter mais dinheiro, ser mais educado e bonito que você, ele não fede igual a você, e, ainda, tem um pau bem maior que o seu! — e abri um sorriso de satisfação para ele.
Pablo não disse nada. Touché! Agora eu o peguei! Pensei. Ele me olhou demoradamente com olhar de fúria, balançou a cabeça verticalmente com a mandíbula cerrada, e tirou do bolso da bermuda que usava uma caixinha transparente, atirando-a em meus pés. Deu as costas e caminhou enraivecido para longe de mim. Olhei para baixo e vi dois chocolates em formato de coração jogados no chão. Ergui minha cabeça e o vi se distanciando e limpando os olhos com as costas das mãos, bruscamente. Oh, meu Deus! Ele está chorando. Foi quando o remorso me possuiu. Oh, meu Deus! O que fiz? Entrei no restaurante correndo e fui direto ao banheiro. Lá, um grande espelho refletia a minha arrogância e maldade. Encarei a mim mesmo por um instante e não me controlei, caindo no choro. Quando alguém bateu na porta, senti que não estava sozinho. Tentava me recompor, ainda de olhos fechados, quando senti uma mão sobre meu ombro. Abri os olhos. Era Aidan. Olhei-o e o abracei. Ele me envolvia em seus braços e encostou sua boca em meu ouvido.
— Ei, calma. Vi você correndo. O que foi?
Solucei.
— Não foi nada. Só fiquei com saudade da minha mãe — comentei, baixinho, mentindo para não precisar dizer a ele o real motivo do choro.
Antes que terminasse de falar, a voz desagradável de um desconhecido tomou conta do banheiro.
— Que é isso, meu irmão? Vai ficar de agarração aqui no banheiro? Vocês não têm outro lugar para fazer essa sujeira, não? Que nojo! — cuspiu em uma das pias e, depois, caminhou para a porta, balançando a cabeça em desaprovação, olhando para trás.
— É melhor nós voltarmos para a mesa — comentou Aidan, afastando seu corpo do meu.
— Encontro você lá em um segundo.
— Não. Eu vou esperar — retrucou ele.
— Preciso ficar um pouco sozinho, Aidan.
Ele segurou de leve meus ombros e disse:
— Olha! Caras como esse que estavam aqui são perigosos. Eles não nos entendem. Podem nos machucar. Você entende?
— Sim — respondi, cabisbaixo.
— Vamos — ordenou ele.
Quando voltamos à mesa, as conversas me distraíram e calavam a voz que me acusava por ter dito coisas muito duras a Pablo. Tentava relaxar, mas estava um pouco difícil. Aidan e Maison falavam de bolsas de valores, quando resolvi ficar perto do meu irmão.
— Está gostando, maninho? — perguntou ele.
— Estou. Marcus, acho que devíamos pedir o jantar — sugeri.
— Calma, maninho. Estamos nos divertindo. Há tempos não saíamos juntos para conversar um pouco. Veja! Estamos todos felizes e conversando e brincando. E hoje é seu aniversário. Então, precisamos comemorar. Você não acha? — perguntou com a voz meio alta.
Ele está bêbado? Pensei. Marcus tinha as faces rosadas e o semblante relaxado, estava visivelmente embriagado. Eu olhava para Núbia, quando ele me puxou pelo ombro e encostou minha cabeça em seu peito, beijou meus cabelos e disse que me amava. Fechei meus olhos e me entreguei aos afagos dele. Um toque de celular me desconcentrou. Núbia pediu licença e saiu da mesa para atender. Retornou nervosa, fez sinal que queria falar comigo em particular. Discretamente, saí da mesa.
— O que houve? — perguntei.
— Kathy acabou de ligar. Arthur teve uma crise de asma. Ela chamou a ambulância e eles já estão a caminho do hospital. Vou encontrá-los agora — contou, nervosa e agitada.
— Vou com você.
— Não! Não! Hoje é seu aniversário, Gaius. Fique aqui. Fique com seus amigos. Estou de carro, vou ao hospital e, depois, para casa. Quando jantarem, você leva Marcus de táxi. Ele está embriagado e não vai ajudar em nada agora indo comigo ao hospital. Não diga a ele o que houve. Não deve ser nada demais. Arthur sempre tem essas crises.
— Você está bem para dirigir? Não quer ir de táxi? — perguntei, preocupado.
— Estou bem. Não se preocupe. Só preciso que você pegue a minha bolsa na mesa. Não quero chamar a atenção.
Entreguei a bolsa a ela e a acompanhei até a entrada do Barbetta, pedindo que não se preocupasse e que me ligasse, se precisasse. E ao caminhar de volta, meus olhos se alegraram. Vi o restaurante inteiro olhando para a minha mesa e batendo palmas, animadamente. Marcus, Aidan e Maison estavam em pé, com as mãos sobre os ombros uns dos outros e cantando funiculí funiculá. Os músicos que animavam a noite acompanharam os três até a última nota aguda da canção. E, depois, uma chuva de aplausos ecoou no restaurante inteiro. Oh, meu Deus! O que faço com esses meus homens? Pensei e sorri ao mesmo tempo. Dei um beijo em cada um e disse que estava com fome. Como Maison afirmou conhecer bem a culinária italiana, deixei-o escolher nosso jantar. E ele o fez muito bem. Pediu tortellini de Bolonha e gnocchi e paleta de cordeiro. De sobremesa, tiramisù. Adoro a gastronomia italiana, mas é muito calórica. Pensei. Ainda conversávamos, quando Marcus chamou o garçom e pediu mais uma garrafa de Dalmore. Eu o interrompi no mesmo instante.
— De jeito nenhum, maninho! Já bebemos demais e está na hora de irmos para casa.
Aidan me ajudou a convencer Marcus:
— É verdade, Marcus. Amanhã, preciso acordar cedo e Maison tem um congresso para participar.
— Tudo bem. Tudo bem. Se vocês querem ir, nós vamos. Onde está Núbia — perguntou ele, com a voz embargada.
Graças a Deus que ele aceitou ir para casa. Comentei com ele que ela teve uma pequena indisposição, e que tinha ido para casa, mas que não era nada sério. Pedia ao garçom para trazer a conta e chamar um táxi para nós, quando Maison disse que nos levaria em casa, pois estava com um motorista.
Depois de deixarmos Aidan em casa, seguimos nós, Marcus, Maison, seu motorista e eu para o apartamento do meu irmão. Na porta do prédio, Maison perguntou se não precisava de ajuda com Marcus. Disse a ele que não. Segurei meu irmão pela cintura e apoiei seu braço em meu ombro, agradecendo o champanhe e a noite agradável. Dei as costas, e subia as escadas com Marcus, quando ele se aproximou e deixou no bolso do Versace o seu cartão, dizendo:
— Vou ficar em Nova Iorque até sexta-feira. Adoraria se me ligasse.
— Obrigado, Maison. Boa noite! — e sorri para ele.
No apartamento, ajudei meu irmão a sentar no sofá.
— Que coisa feia, hein, maninho? Embriagou-se no dia do meu aniversário? — perguntei, sorrindo e zombando dele.
— Não me embriaguei, não. Só fiquei um pouco alegre. E estou um pouco tonto, também. Onde está Núbia? — respondeu com a voz embargada.
— Núbia está no hospital com Arthur. Ele teve uma crise asmática, mas está tudo bem. A babá deve estar com ela.
— Ai, droga! Por que ela não me disse? — questionou ele, meio enraivecido.
— E você iria poder fazer alguma coisa nesse estado? Não se preocupe. Ela está bem. Disse que se precisasse, ligaria. Se ela não ligou é porque está tudo bem. Vou fazer um café para você, e depois vai tomar banho e dormir.
— Mas não quero café.
— Mas vai tomar, sim! Amanhã é segunda e você não pode acordar indisposto. Tem de trabalhar.
Fui até a cozinha, esquentei água e fiz uma xícara de café solúvel, e adicionei um pouco de leite, adoçando e levando para ele depois. Vi-o recostando a cabeça no sofá e esticando as pernas. Tenho de ir rápido, se não ele vai dormir. Fui até ele e me sentei sobre minhas pernas ao lado dele.
— Tome. Logo vai melhorar.
Ele levou a xícara à boca e bebeu o primeiro gole. Fez cara feia.
— Está quente. Não vou beber.
— Vai sim. Vou esfriar.
Havia silêncio entre nós, quando tomei a xícara de suas mãos e comecei a soprar levemente o café. Os olhos dele encontraram os meus. Ele tentava sorrir, mas não conseguia, apenas me observava. Vi-o molhando os lábios com a língua e meus sentidos despertaram para algo. Estava eu ali, ao lado do meu irmão, soprando seu café quente quando um desejo me invadiu. Estiquei meu braço e deixei a xícara sobre a mesa ao lado do sofá, olhei-o e aproximei meu rosto do dele, alternando meu olhar entre sua boca e olhos. Ameacei chegar mais perto, e ele nada fez. Senti sua respiração acelerada e não resisti, levemente pressionei minha boca contra a dele. Afastei-me em seguida e esperei sua reação. Seu olhar flamejante atingiu minha pupila, depois chegou até meus lábios. Foi então que ele selou sua boca na minha. Ele me beijava timidamente, e eu saboreava o gosto de seus lábios. Sua língua encontrou a minha e, no mesmo instante, eu molhei a cueca. Estava com tesão, mas só entendi o que iria acontecer, quando a mão dele deslizou em minhas costas e entrou em minha calça. Arfei. E uma certeza se apossou de mim. Oh, meu Deus! Ele está apertando minha bunda. É hoje que ele vai me comer! Pensei e me animei com a ideia.
***
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