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Vampiros Gêmeos
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Vampiros Gêmeos

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Kyoko o observou enquanto trabalhava. Amni estava certo... se ela não pudesse dizer a ele, então para quem poderia contar? Em toda a cidade, ele era o único com quem podia conversar livremente... o único que ela chamaria de amigo. Ela sentiu os olhos marejarem e se perguntou se ela estava, como diziam, bêbada de chorar.

"Não!" Ela se repreendeu e levantou a bebida com um brinde a si mesma. "Um brinde à perda de virgindade." Ela bebeu e não parou até o copo estar mais uma vez vazio.

Ser um vampiro tinha muitas vantagens e uma boa audição era uma delas. Amni entregava as bebidas misturadas para a multidão barulhenta, mas seus olhos arregalados estavam em Kyoko, observando-a beber como se não houvesse amanhã. "Perder o que!" Ele praticamente voou até o final do bar e a encarou quando ela abriu os olhos.

Kyoko se encolheu ao ver Amni tão perto tão de repente, então seus lábios se separaram quando ela percebeu... "Você me escutou?" Ela engoliu em seco tentando superar a sensação de queimação do álcool descendo tão rapidamente pela garganta. No momento em que ela recobriu a respiração, Kyoko pôde sentir a bebida começar a fazer efeito.

"Outra, por favor." Ela empurrou o copo de volta para ele, ignorando o elefante branco na sala que agora estava ali entre eles.

A raiva repentina que surgiu em Amni foi temperada com dor. Seus olhos azuis se tornaram um tom mais escuro. Suas mãos tremiam enquanto ele fazia OUTRA bebida para ela. Ela não teve o efeito calmante que ele esperava.

"Sim, eu te ouvi... este não é o lugar para você ficar embriagada e excitada. Continue bebendo esses chás gelados nesta noite e você estará no beco cantando desafinada enquanto um homem sem rosto..."

Os olhos esmeraldas de Kyoko brilharam desafiadoramente: "Parece divertido... mande mais."

Amni fez uma careta. "Ah, isso é baixo."

Kyoko sorriu para Amni sobre a borda de seu copo e o vampiro não conseguiu deixar de sorrir de volta. Ele tinha decidido como ele resolveria esse problema. Ele a deixaria se embebedar... mas ele não a largaria no bar... isso nunca. Por enquanto, ele jogaria seu joguinho de perder a virgindade.

Kyoko suspirou quando Amni voltou para a outra extremidade do bar novamente. Ela alcançou o balcão e pegou um canudo desta vez. Por que tem que ser algo como a virgindade que a expunha aos demônios? Não é como se ela pudesse se apaixonar por alguém. Se ela amasse um cara... então ela nunca poderia estar com ele porque ela só o colocaria em perigo.

Um rosto apareceu nos olhos dela e ela os fechou, querendo saborear a imagem... Tasuki. Se ela não amasse Tasuki, ele seria sua escolha. É porque ela o amava que não podia ligar para ele e... deixá-lo ajudá-la a resolver seu probleminha. Colocando o canudinho nos lábios, Kyoko começou a beber mais rápido, tentando ganhar coragem suficiente para se virar e brincar de 'Uni duni tê'.

"Você realmente está tentando transar então?" Amni perguntou enquanto ele fazia outra bebida.

"Claro que estou," afirmou Kyoko. "Mas eu não quero parecer uma vagabunda dando uma volta."

"Então use o espelho," Amni ofereceu e suspirou quando Kyoko se animou com a nova perspectiva. Ele não queria que ela se virasse e visse o vampiro mestre sentado no canto. O ancião esteve observando-a desde que ela desceu as escadas... e em seu estado atual, Kyoko não estava em forma para se proteger e Amni não era forte o suficiente para combatê-lo.

"E aquele cabeça vermelha?" Amni perguntou deliberadamente escolhendo o pior cara da boate. Se ela fosse sonhar, então ele tornaria isso difícil para ela.

Kyoko apertou os olhos no espelho antes de balançar a cabeça. "Ele não tem bunda."

Amni revirou os olhos: "Quem diabos se importa se ele tem bunda?"

"Eu me importo," Kyoko se arrastou. "Preciso de algo para me agarrar." Por um momento, ela se lembrou do cara imaginário que ela descreveu para Yohji algumas horas atrás.

"Tudo bem," Amni admitiu. "Que tal aquele com o cabelo espetado?"

"Podemos colocar um 'L' em sua testa e tirá-lo da lista?" Kyoko perguntou enquanto enrugava o nariz, e depois acrescentou: "E você teve um gosto muito ruim até agora."

"Aquele loiro ali é bonitinho." Ele sorriu sabendo que aquele cara só namorava outros caras... ela não tinha chance.

Kyoko balançou a cabeça e quase caiu com o movimento. "O que está tentando fazer Amni? Ele é tão feio quanto Yohji."

"Você não acha que o rei do terceiro andar é gato?" Amni fingiu um olhar de horror e depois riu de sua expressão cara-de-pau.

Os próximos vinte minutos foram gastos olhando os diferentes caras da boate. Um era um jogador, um era muito malandro, outro era muito velho, muito jovem, muito gordo, muito magro, muito nerd, muito almofadinha e assim por diante. Amni finalmente jogou as mãos ao ar em rendição.

"Já vimos quase todos os homens da boate, Kyoko," ele informou. "Você está muito bêbada para realmente reparar num homem bonito e não perceberia um, ainda que ele te mordesse na bunda agora mesmo." Ele acrescentou silenciosamente, "graças a Deus!"

Kyoko sorriu embriagada: "Se ele me morder na bunda, não me importaria com seu visual."

Os olhos de Amni se arregalaram sabendo que Kyoko estava apenas tentando falar duro, pois ele conseguia sentir o cheiro de sua inocência.

"Grande conversa, de uma virgem que nunca nem beijou direito," ele sorriu esperando que estivesse certo.

Kyoko tossiu quando a bebida desceu pelo caminho errado. "O que você disse?" Ela exigiu ao piscar, recusando-se a trazer Tasuki para a conversa.

Amni sorriu: "Não se preocupe. Não vou dizer a viva alma, a menos que você me irrite."

"O que você faria se eu te irritasse?" Kyoko exigiu, começando a realmente apreciar a embriaguez.

"Bem, eu provavelmente iria me levantar no bar e anunciar muito alto que tínhamos uma virgem na casa nesta noite e que os lances começariam em cinco mil dólares. Claro, você só ficaria com vinte por cento e o resto iria para mim." Ele agarrou a borda do balcão, sabendo que ele superaria todos os lances.

"Por que eu só receberia vinte?" ela perguntou. "É a minha virgindade... Eu deveria ser a única a ser paga por isso."

"Caramba, você é cara," Amni resmungou.

"Eu ouvi isso," exclamou Kyoko ao se levantar nas barras do pé do seu banco. "Eu vou te mostrar que sou uma namorada muito barata," ela assentiu.

"Coca cola e empadas no meu apartamento depois do trabalho," Amni disse com um sorriso brilhante.

"Eu não vou a um encontro com vocêêêê," Kyoko proferiu e se equilibrou antes de cair, então apontou um dedo para o rosto de Amni, tocando a ponta do nariz com ele. "Eu vou a um encontro com o primeiro homem que não dê em cima de mim e me trate como uma dama."

Amni arqueou uma sobrancelha: "Isto vem da mulher que está procurando alguém para tirar sua virgindade? Você ao menos quer saber como esse cara se parece de manhã?"

"Não," Kyoko sibilou e se afundou na banqueta, mas sem abaixar o dedo. "Eu não quero saber nada sobre ele porque..." ela fez uma pausa procurando as palavras. “Eu tenho minha moralidade."

Amni riu, "Kyoko, você pelo menos sabe o que moralidade significa agora?"

O rosto de Kyoko ficou vazio, "Não," disse ela com uma voz malandra. De repente, ela olhou para seus bustos e voltou para Amni. "Eu não estou vestindo roupas íntimas."

Amni, com toda sua graça, caiu atrás do balcão enquanto Kyoko continuava a sentar-se lá com uma expressão de admiração no rosto por não estar usando roupas íntimas.

"Droga!" Uma voz sem corpo murmurou por trás do bar.

Amni levantou-se e olhou para o rosto de Kyoko antes de começar a rir. Ele realmente não conseguiu evitar. Ele nunca tinha visto ela bêbada e teve que admitir que ela era bastante divertida nesse estado. "Você nunca me disse por que você está tão determinada a fazer isso."

Kyoko mordeu seu lábio inferior e disse-lhe a verdade, "ISSO me torna um alvo e VAI me matar se eu não me livrar DISSO." Ela tentou olhou para ele e rapidamente desviou. "ISSO parece estar atraindo mais... perigos do que eu posso dar conta."

De repente, Amni percebeu exatamente o que ela estava tagarelando e engoliu em seco. "Você gostaria de outra bebida?" foi o que ele conseguiu dizer.

Ele nunca pensara nisso daquela maneira, mas o que ela disse era verdade. Se ele decidisse beber de um ser humano novamente... mesmo ele a escolheria. Era uma rara iguaria encontrar uma virgem de idade dela... é como sangue aromatizado.

"Outra bebida?" Kyoko perguntou, então olhou para o copo. Ela o ergueu ao nível dos olhos e virou-o como se estivesse procurando por algo. "Está vazio."

"Não, sério?" Amni perguntou, brincalhão, antes de tirar o copo dela. "Chega de bebidas para você esta noite."

"Ei!" Kyoko disse um pouco alto. "Eu preciso disso."

"Para que?" Amni perguntou.

"Para que eu possa perder minha virgindade," respondeu Kyoko. "Eu não posso fazer sexo sem esse copo."

Amni colocou o copo de volta no balcão e Kyoko olhou para ele.

"O que há de errado agora?" Ele sabia que não demoraria muito mais até que ele a ajudasse a subir as escadas e a chegar segura até seu quarto.

Kyoko virou o olhar para ele. "Quem bebeu?"

"Você," ele informou.

"Eu não. Estava cheio quando você tirou. A quem você deu uma bebida grátis... e cadê a minha?" ela acusou.

"Isso foi há quatro bebidas atrás," Amni apontou, tentando confundi-la.

"Nãoooo," Kyoko fez beicinho. "Eu nem tive a chance de apreciá-la." Ela empurrou o copo de volta para Amni. "Dê-me outra bebida e certifique-se de que vou degustar desta vez."

"Você degustou a última," afirmou Amni. "Estou te impedindo esta noite."

Kyoko sorriu sensualmente para ele. "De que você está me impedindo?"

"Não me tente, Kyoko," Amni respondeu e sentiu uma ameaça silenciosa. Seus olhos azuis se levantaram para encontrar olhos escuros no outro lado da boate.

Hyakuhei sentou-se assistindo a cena entre a mulher e o barman, seus olhos e seu humor ficando cada vez mais escuros. Ele observou silenciosamente enquanto o olhar dela percorria a sala usando o espelho para ver todos os homens no bar. Por razões que o escapavam, ele estava tentado a fechar o lugar para que todos saíssem. Ele não queria que ela olhasse para os outros.

Esse comportamento... a sensação que ele sentia... perturbou-o.

O barman era um vampiro e a garota parecia muito amistosa com ele. Hyakuhei olhou o menino de cima a baixo enquanto a menina conversava com ele. Ele era jovem; ainda era um bebê para um vampiro, mas algo sobre o jovem o separava dos outros vampiros que Hyakuhei tinha encontrado desde que chegara à cidade. O ancião apagou o pensamento... ele descobriria quando chegasse a hora.

O barman de repente o encarou diretamente. Ele sorriu e o homem gelou antes de visivelmente estremecer e desviar o olhar. Agora ele sabia o que era tão diferente neste. Ele não possuía a sede de sangue incontrolável da maioria dos vampiros novos. Talvez ele não fosse tão jovem quanto pensara Hyakuhei.

Ele se concentrou na conexão da linhagem e espiou o passado de Amni... sentindo seu irmão lá. Ele fechou os olhos enquanto as memórias de Amni flutuavam por ele... então Amni tinha sido o primeiro de Tadamichi... aquele que curara sua solidão. Seus olhos lentamente se abriram, agora sabendo por que o vampiro o encarava constantemente... pensava que ele era seu senhor.

O lacaio não ter percebido a diferença dizia muito sobre seu relacionamento com Tadamichi... ou era isso prova de que ele e seu irmão eram verdadeiramente a mesma coisa? Sua diversão atingiu um ponto alto quando o jovem vampiro colocou outra bebida na frente da menina e ela tomou um gole. A cena seguinte o fez querer rir espalhafatosamente.

Amni tirou o copo de Kyoko dela e quis rir com a careta que ela fez. Ele se moveu, pegando as diferentes garrafas de rum para fazer para ela outra bebida. Por sorte, ela desviou o olhar e ele pegou a mistura sem álcool da bebida favorita de Kyoko... Chá gelado Virgin Long Island.

Derramando o líquido sobre o gelo fresco que ele acabara de colocar no copo, Amni decidiu ser delicado e acrescentou uma cereja e um pequeno guarda-chuva à bebida antes de colocá-la na frente dela.

Kyoko virou-se para Amni e então olhou para o bar. Seu rosto se iluminou quando viu que a bebida dela havia sido reposta. Em vez de tomar o primeiro gole, ela pegou a cereja pela longa haste e a colocou na boca. Amni engoliu em seco quando a boca de Kyoko se moveu um pouco antes que a haste da cereja se espreitasse entre seus lábios. Ela removeu a haste e a colocou no balcão.

"Que tal?" Kyoko perguntou depois de estudar a haste da cereja com intenso escrutínio.

"Eu acho que você deve beijar muito mal," Amni disse em uma voz impassível depois de ver que a haste de cereja não tinha sido atada com a língua.

"O que você sabe?" Kyoko resmungou e tirou o guarda-chuva antes de tomar seu primeiro gole. Ela congelou com a cabeça ainda inclinada para trás antes de baixar muito lentamente o rosto até olhar Amni diretamente nos olhos. Ela engoliu a mistura e pegou o pequeno guarda-chuva. Sem aviso, ela levou bruscamente a ponta do guarda-chuva a menos de dois centímetros da mão de Amni.

Amni, por sua vez, agradeceu a seus rápidos reflexos ao tirar a mão dali. "Eu disse a você que chega por esta noite."

"Isso tem gosto péssimo," fumegou Kyoko. "Se você vai me arrumar algo sem álcool, então me dê uma cidra da próxima vez. E se você quer me impedir, então você vai pagar a minha conta porque eu serei uma cliente muito descontente."

"Meu deus Kyoko!" Amni exclamou dramaticamente, esperando que a faísca nos olhos dela ficasse ali por um tempo. "Você vai me deixar duro. Não vou ter como pagar o aluguel."

Kyoko sorriu maliciosamente. "Fale com Yohji... talvez você consiga um acordo."

"Você está numa má fase, sabia disso?" Ele colocou as palmas das mãos no balcão ao erguer as sobrancelhas, imaginando se ela admitiria isso.

A expressão perversa de Kyoko desapareceu em um instante, substituída por uma de completa inocência, e então inclinou a cabeça para o lado. "Estou?" Ela olhou profundamente naqueles olhos azuis sentindo que estava caindo neles.

Amni olhou para a outra ponta quando ouviu alguém gritar por ele. Ele se inclinou sobre o balcão em direção a Kyoko, perto o suficiente para que ela pudesse cheirar a colônia que ele estava usando. "Não faça nada estúpido até eu voltar," ele ordenou e rapidamente foi fazer as bebidas, deixando Kyoko sozinha.

Hyakuhei recostou-se em sua cadeira, sentindo-se um pouco mais calmo agora que o barman se afastara para atender outros clientes. Ele observou enquanto a garota se inclinava um pouco para trás do balcão e puxava os cabelos em um bolo bagunçado, continuando, depois, a vasculhar a população masculina da boate pelo espelho. Por deus... ela estava tentando o destino e nem percebia isso.

Ele percebeu que suas presas haviam se alongado até o ponto em que quase estavam cutucando seu lábio inferior, e seu corpo estava respondendo à inocente atitude dela. Seus olhos escuros estavam colados no longo e delgado pescoço dela, e não era seu sangue ele queria provar... era a pele dela. Ele agarrou a borda da mesa só para se ancorar no lugar. O rangido de madeira e metal lembrou-o de onde ele estava e o que estava fazendo.

Soltando a mesa, ele continuou observando-a e viu que ela parecia estar olhando pelo espelho diretamente para ele, sorrindo. Ele franziu a testa e olhou em volta antes de olhar para a mesa mais próxima dele.

Ele fez uma careta quando viu um jovem com apenas vinte e poucos anos olhando para a beleza de cabelo castanho-avermelhado e sorrindo de volta. Hyakuhei lançou um grunhido descontrolado no fundo do peito. Ele observou com imensa satisfação quando a bebida do homem se estilhaçou em sua mão, fazendo pequenos pedaços de vidro penetrarem na sua pele.

O homem amaldiçoou e rapidamente se levantou, indo em direção ao banheiro enquanto segurava sua mão ferida. Hyakuhei sorriu... o homem não estava mais olhando para ela.

Kyoko franziu a testa e suspirou frustrada quando o cara que chamara sua atenção no espelho de repente saltou e correu para o banheiro. Ela fez uma cara amuada, fazendo com que o perseguidor não visto no espelho sorrisse, entretido. Tomando outro gole da bebida não alcoólica que Amni lhe dera, Kyoko decidiu não mais olhar no espelho.

Seu olhar, em vez disso, se dirigiu à pista de dança, onde as luzes estavam piscando em um pandemônio selvagem. A súbita vontade de juntar-se àquela massa de corpos que a rodeava a dominou e ela deslizou do seu assento. Kyoko segurou no balcão até que conseguisse se equilibrar, e então cruzou a pista com a intenção de encontrar alguém... qualquer um.

Ela se perguntou se era assim que um gato se sentia no cio, então culpou o álcool e a solidão exacerbada por esse pensamento.

A atmosfera no clube mudou de repente, tornando-se mais espessa com o poder das trevas. Kyoko não se sentiu mal porque o álcool que ela consumira havia diminuído seus sentidos e os tornado inúteis. Se ela estivesse prestando atenção... ela teria visto quatro homens muito atraentes entrarem no clube.

A atenção de Hyakuhei afastou-se da menina quando os quatro homens entraram. Ele lhes deu uma rápida geral e desdenhou. Por fora, para seres humanos desavisados, eles apenas pareciam quatro amigos curtindo uma noite na cidade. Para Hyakuhei, eles eram vampiros à procura de sua refeição noturna, e, talvez, um pouco de preliminares.

Ele levantou quando os quatro vampiros se separaram, imediatamente indo em direções diferentes. No entanto, um estava se dirigindo para a pista de dança, seus olhos fixos na fêmea de cabelos castanhos que o cativara. Os olhos escuros de Hyakuhei observaram a boate, vendo os outros três, que agora olhavam para a pista de dança com interesse. Quando seu olhar atravessou o bar, ele percebeu que o barman também sentira a mudança no ar, embora ele não tivesse descoberto de onde estava vindo. No entanto, ele tinha se empalidecido... e esse era um belo truque para um vampiro.

Kyoko balançou com a música, sentindo-se um pouco aturdida, mas, honestamente, ela não se importava. Mesmo que seus olhos estivessem fechados, ela podia sentir o olhar faminto de alguém devorá-la e isso fazia sua pele palpitar deliciosamente... ela podia sentir os olhos a percorrendo como se fossem mãos.

Ela deslizava sua própria mão em seu corpo enquanto dançava. Concentrando-se na música, ela se perdeu no movimento enquanto um par de mãos grandes se colocava em seus quadris. Elas não estavam impedindo seus movimentos, mas, em vez disso, estavam se movendo com ela... sensualmente.

Muito devagar, um corpo quente pressionou-se contra suas costas e ela se inclinou contra ele, deixando sua cabeça cair em um ombro largo. Ela não conseguiu se conter e gemeu quando as mãos se moveram de seus quadris para sua barriga. Ela sentiu os dedos esfregarem sua pele nua debaixo da bainha de sua blusinha, enquanto a outra vagava vagarosamente pela frente de seu corpo, esbarrando em seus seios antes de suavemente cobrirem a lateral de seu rosto.

"Dance para mim," uma voz escura e sensual sussurrou em seu ouvido.

Kyoko sentiu seus batimentos cardíacos abrandarem e achou difícil respirar. Essa voz era o sexo encarnado e ela tinha que ver o rosto que a acompanhava. Quando ela se virou em seus braços, o estranho a empurrou para longe, depois a trouxe de volta, mais perto do que há um segundo.

Seu olhar se encontrou com um par de olhos azuis profundos, quase hipnóticos, e sua respiração parou, em admiração. Ele tinha longos cabelos pretos ondulados que balançavam de um lado para o outro com seus movimentos. Kyoko ficou alegremente confusa... quando foi que ela tinha começado a dançar com ele? Seu rosto era suave... quase feminino em sua perfeição. Ele tinha um fraco bronzeado que a fazia querer tocá-lo com lábios cheios que eram um tom mais vermelho do que o normal.

Kyoko sentiu seu corpo começar a se aquecer por dentro... ou talvez fosse todo o álcool que tinha bebido.

Ela podia ouvir a música erótica pulsando de algum lugar e gemeu quando o joelho do homem se pressionou entre suas coxas até que a perna dele estivesse pressionada contra seu centro. Kyoko não conseguiu desviar o olhar enquanto o corpo dela começava a se mover contra o dele despreocupadamente. Parecia que cada nervo em seu corpo estava vivo com sensações... ela podia até sentir o ar circulando em volta deles de tanto calor.

Quando ela se recostou um pouco para olhar para ele, o braço dele a puxou mais perto com um rápido movimento, e ela ofegou quando sentiu os lábios dele contra a pele de seu pescoço. Ela podia sentir cada centímetro do corpo dele pressionado contra ela enquanto continuavam a dança sedutora. O resto da boate estava girando, mas ele estava muito estável... alinhado com ela e muito grande.

Em seu estado de embriaguez, ela sequer percebeu que a música estava começando a desaparecer em uma batida abafada... tudo o que ela conhecia naquele momento era o homem que a segurava.

Amni sentiu a onda de poder percorrer o clube a partir da pista de dança. Não era incomum sentir isso naquela hora da noite e ele geralmente ignorava isso. Por reflexo, olhou para a outra extremidade do bar e notou que Kyoko havia desaparecido. Seus olhos se arregalaram e ele fez uma rápida varredura no clube.

A bebida que ele estava misturando caiu de sua mão e bateu no chão com um ruído alto. Ele olhou para os espelhos atrás do balcão e viu Kyoko dançando... com ela mesma! Seu rosto estava corado, os lábios, levemente separados e os olhos fechados. Ele poderia ter jurado que ela estava no meio de um clímax.

Movendo-se em pânico, Amni correu para a abertura no balcão para que ele pudesse sair e expulsar o demônio que a segurava. Ele não sentia o desejo de matar a tanto tempo que o chocou a rapidez com que o impulso retornou... o desejo de matar alguém de sua própria raça.

"Droga, Kyoko." Ele grunhiu entre dentes cerrados. Se ela estava tão desesperada... desesperada o suficiente para pegar um vampiro, então ele dormiria com ela e daria fim nisso.

Amni parou em seus passos quando viu Tadamichi em pé em sua frente. O senhor dos vampiros nem olhou para ele, mas Amni sabia que ele estava ali apenas para evitar que ele ajudasse Kyoko. Amni se aproximou o suficiente para estar a uma curta distância de seu mestre, esperando que ele entendesse a dica sutil. Quando isso não aconteceu, Amni inclinou a cabeça ligeiramente, em uma tensa submissão. Seus olhos azuis ficaram excessivamente brilhantes e gelados diante do bloqueio, mas ele não ajudaria se fosse morto por sua insolência.

"Mestre, por favor... Ela não percebe..." Amni sussurrou, sabendo que o ancião podia ouvi-lo alto e claro. "Deixe-me ir antes que ela caia na mesma sina que eu." Ele silenciosamente se encolheu com o insulto implícito que soltou de seus lábios, mas, na verdade, nunca se orgulhara do fato de ser um vampiro. Ele não pediu pela maldição. "Ela é minha amiga."

A resposta que Amni recebeu foi um grunhido baixo que fez os copos de vinho atrás dele tremerem nas plataformas em que estavam pendurados.

"Eu não sou seu mestre, garoto." Hyakuhei colocou-o em seu lugar de uma vez por todas.

Amni sentiu o choque penetrá-lo enquanto ele nervosamente dava um passo para trás. Seus olhos se alargaram, sabendo que acabara de conhecer o lendário irmão gêmeo de Tadamichi. Perto assim, ele sentia a diferença entre eles e essa diferença dificultou sua respiração.

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