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Vampiros Gêmeos
Ele não perdeu nada enquanto seu olhar acariciava os pequenos pedaços de pele exposta. Sua aura era do tamanho de uma centena de seres humanos e se espalhava, cobrindo quase todo o beco. à medida que sua aura passava por coisas mundanas, as cores apagadas se tornavam vibrantes, tornando até mesmo a escuridão parecer viva.
Ele estava tão fascinado observando a garota que ele momentaneamente esqueceu que ela estava entrando em sua armadilha mortal.
Kyoko caminhou lentamente como se não tivesse preocupação nenhuma no mundo. Ela sabia que ela parecia delicada e indefesa... era pouco mais que uma criança, na verdade. Ela se sentia bem com isso porque era um bom alvo. A noite da cidade era viva e retumbante, mas se você virasse no canto errado, ela poderia se transformar em sombras escuras com bordas mortais... para humanos.
Seus lábios insinuaram um sorriso enganador quando ela virou e se dirigiu a um desses longos becos escuros. Ao ouvir o leve eco de seus próprios passos, ela manteve seu olhar à frente, mesmo ao notar uma sombra se afastando da parede, no meio do caminho.
Abaixando os cÃlios para que ela não se entregasse, Kyoko notou a roupa dele e teve que suprimir um sorriso. Parecia que ele viera da parte rica da cidade. Uma coisa que ela notava sobre os vampiros na cidade era que a maioria deles poderia ter tido trabalhos de modelo antes de serem transformados... sexy e mortal.
Ela virou a cabeça para cima, sabendo que o demônio estava prestes a se mover. Fiel ao seu papel... ela deu um grito quase silencioso... ela não queria chamar a atenção de pessoas inocentes passando pela calçada, era apenas um estratagema para parecer assustada e sair correndo.
Passando por ele, ela correu e depois se dirigiu para o lugar mais sombrio do beco, como se estivesse tentando se esconder dele. Assim que ela se virou, ele grudou nela violentamente, colocando as palmas das mãos em cada lado da cabeça dela como se ela fosse tentar escapar.
O vampiro agressivo empurrou seu corpo contra o dela enquanto ele olhava para ela com olhos azuis e frios. "Você gostaria de se juntar a mim para o jantar?" Sua voz tinha um senso de humor perverso que ela não deveria perceber.
Kyoko quase sorriu ao ouvir o pedido ambÃguo. "Claro... desde que seja bife." Suas mãos deslizaram ao redor dele e ele sorriu até que sentiu a dor entrar por suas costas até a frente dele. Ele olhou para a ponta da luz brilhante que se espalhava no seu peito e abriu a boca, sem som.
Ao ver a garota presa na parede, Hyakuhei agarrou o peitoril da janela decidido que ele seria egoÃsta e não permitiria ao vampiro sua última refeição. Empurrando-se para frente, seus pés caÃram no chão exatamente quando a menina saiu da sombra, sozinha.
Hyakuhei não se moveu quando ela pareceu não o notar. Ele recuou para as sombras e observou ela tirar um par de calças da escuridão. Ele ergueu uma sobrancelha ao perceber que era a roupa do vampiro que acabara de atacá-la.
"Deve haver uma maneira melhor de se livrar deles," murmurou Kyoko. "De qualquer maneira, quem já ouviu falar de um vampiro derretendo? Nunca vou me acostumar com isso. Deveria ser mais como nos filmes... puf e eles sumiam." Ela continuou enquanto alcançava o bolso dianteiro das calças e tirou um maço de cigarros. "Guarde aqueles para mais tarde, nunca se sabe quando vou precisar de um favor. Por que diabos um vampiro está fumando?"
Ela segurou as calças na frente dela e fez uma careta com a gosma na frente lentamente pingando. "Eca," ela disse infantilmente antes de começar sua busca nos bolsos traseiros. "Vamos ver aqui," ela sussurrou. "Pente, isqueiro... cartão da academia local... fio dental?" Kyoko olhou para o produto de higiene dental antes de jogá-lo para trás. "Agora esse é um pensamento grosseiro."
Deixando cair a calça, tirou o casaco dos restos do vampiro e começou a procurar ali. "Beleza, isso é mais promissor," disse ela um pouco mais alto. "Tiffany e Co., definitivamente vale a pena vender. HA, bingo," exclamou Kyoko quando pescou a carteira da criatura morta.
Abrindo, tirou os cartões de crédito, um a um, olhando para eles. "Cartão bancário, MasterCard, Visa... uau, cartão American Express... Não saia de casa sem ele." Ela deixou cair os cartões de crédito no chão e tirou o dinheiro. "Ponto!" Kyoko gritou quando viu o quanto havia lá. "Outro mês sem ter que fazer sexo com Yohji para ter um lugar para viver, a vida é boa." Ela terminou ao colocar o dinheiro no bolso e jogou a jaqueta em uma lata de lixo.
Hyakuhei arqueou uma sobrancelha, ouvindo a jovem. "Ela é louca," pensou para si mesmo. Ele deixou o sorriso mais breve aparecer em seus lábios quando ela aliviou o vampiro morto de todo seu dinheiro. Quando ela voltou para a calçada, ele saiu da escuridão e lentamente caminhou em direção ao local onde o outro vampiro estava.
Vendo que o que restou era uma poça de poeira negra, ele alcançou no bolso um fósforo e o acendeu, jogando-o sobre os restos. O beco se iluminou por cerca de cinco segundos antes de se apagar... não deixando nada para trás.
Ele estava tendo dificuldades em aceitar que uma mera mulher humana tivesse feito isso com um vampiro. Ela estava vestida indecentemente, aparentemente tinha alguns parafusos a menos na cabeça e era uma ladra mestra, considerando todas as joias sem valor que ela deixara para trás. Prova disso era o Rolex falso que tinha queimado com o resto do hÃbrido morto.
Ele inalou, ainda cheirando o perfume persistente da menina. Que estranho uma vestida tão provocativamente ainda ser virgem. Ele olhou para o lugar queimado no chão já não se importando como ela o matara... se ela não tivesse... ele teria.
Quando ele pisou na calçada, seu olhar lentamente girou na direção que ela tomou. Pela primeira vez em muito tempo, Hyakuhei sentiu uma agitação em seu sangue. Esta noite ele caçaria e, antes do amanhecer... ele a provaria.
*****
Kyoko gemeu ao ver a multidão ainda reunida na entrada do Submundo. Era fim de semana e o lugar parecia ser badalado. Ela deslizou pela fila e se dirigiu ao segurança, dando-lhe um simples aceno de cabeça antes de se esquivar debaixo do braço que segurava a porta aberta para ela. Todos os seguranças a conheciam de vista, pois ela vivia acima da boate.
Uma vez dentro, ela se dirigiu direto para a porta que dizia: "Não entre". Apertando o código no painel da porta, ela estendeu a mão e abriu, deixando-a fechar atrás dela. Ela suspirou assim que o barulho se tornou um rugido abafado. Sentindo o punhado de dinheiro apertado em sua mão, ela subiu as escadas. Demônios não eram o único perigo da cidade e ela não iria caminhar a noite toda com o dinheiro no sutiã.
Parando perto das pequenas caixas com fechaduras no final do corredor, ela digitou outro código e abriu uma delas para verificar sua correspondência. Normalmente estava vazio, mas Kyoko sorriu ao ver o envelope solitário descansando dentro e o pegou, reconhecendo a letra do avô no espaço do endereço.
Ao fechar a caixa postal, ela subiu outro lance de escadas. O segredo para ficar em forma... viver no terceiro andar sem elevador. Ela parou antes de chegar ao último andar e contou o dinheiro, vendo que só teria vinte dólares depois de dar a Yohji seu dinheiro do aluguel.
Yohji... ela se retraiu. Kyoko sabia que ele queria que ela lhe pedisse mais tempo para pagar o aluguel, mas ela se ferraria se isso acontecesse. Yohji era escória para ela, mas ela tinha que ser legal com ele já que ele era quem recolhia seu aluguel todos os meses. Era ele também quem consertava as coisas e ele tinha a palavra sobre quem alugava e quem era expulso.
Ela caminhou até sua porta, e mal colocou a chave na fechadura quando a porta do corredor se abriu. Kyoko reclamou em seu interior antes de se virar e dar um sorriso tenso a Yohji. O que ele era... psÃquico?
"Como está indo Gostosinha?" Yohji perguntou enquanto se apoiava contra a moldura de sua porta, como se estivesse sendo legal.
"Está indo," respondeu Kyoko, de repente desejando que ela estivesse usando um enorme sobretudo que escondesse tudo aquilo para que ele estava olhando tão ansiosamente. "Ah, eu tenho o dinheiro do aluguel, por sinal." Ela entregou o dinheiro que contou cuidadosamente, não se atrevendo a se aproximar da porta dele. Na última vez que ela chegou perto, ele a convidara para entrar.
Os ombros de Yohji visivelmente caÃram quando seus olhos a secaram novamente, "Muito bem, entre e eu vou te dar um recibo." Ele esperava que ela ficasse devendo este mês e implorasse para deixar passar. O canto do seu lábio se ergueu em um sorriso malicioso.
Kyoko balançou a cabeça enquanto contava até dez. "Eu posso esperar aqui pelo recibo." Ela cruzou os braços, como se estivesse bem entediada de esperar por ele.
Yohji encolheu os ombros, conhecendo aquele joguinho... eles o jogaram antes. Ele iria buscar o recibo e ela teria ido embora antes que ele voltasse. "Eu vou te dá-lo mais tarde."
"Está bem," Kyoko virou a chave na fechadura e abriu a porta do apartamento, tentando uma fuga rápida.
"Alguém te falou o quão gostosa você fica nessa saia?" Yohji perguntou de repente, logo atrás dela.
Kyoko olhou por cima do ombro para ele e arqueou uma sobrancelha. "Você está flertando comigo, Yohji?" Ela sempre se perguntou como ele ficaria nocauteado... com um nariz cheio de sangue.
"Faz diferença?" Ele perguntou, passando uma mão por seus cabelos espetados e sorrindo, pensando que ele finalmente teria sorte.
"Na verdade, sim," afirmou Kyoko. "Eu não acho que meu namorado gostaria muito."
Yohji sorriu, pois sabia que ela passava seu tempo dentro do apartamento, sozinha, "Olha, nós dois sabemos que você não tem namorado, Kyoko. Se eu fosse tolo, eu diria que você estaria tentando evitar o inevitável." Ele pressionou sua mão grande contra a porta aberta de Kyoko para que ela não conseguisse fechá-la. "O que houve? Com medo de eu não ser homem o suficiente para você, ou você está se guardando para esse especial alguém imaginário?"
Kyoko olhou para ele, seus olhos esmeralda tornando-se tormentosos. Se ele estava cansado de ser gentil... então ela também estava. "Desculpe Yohji, mas gosto mais de caras que não mergulham em um sabor diferente de molho a cada noite."
Kyoko ofegou quando Yohji, de repente, agarrou a mão que ela tinha na maçaneta da porta e fechou a porta, pressionando-se contra a parte de trás dela, empurrando seu corpo contra a madeira implacável.
"Você não pode me dizer que você não está nem um pouco curiosa, Kyoko," sussurrou Yohji em seu ouvido ao apertar sua excitação contra o fundo dela. "Não vou contar ao seu namorado imaginário se você não contar."
"Ele não é imaginário. Na verdade, vou encontrá-lo no andar de baixo daqui a pouco," Kyoko afirmou, sabendo que se ela perdesse a paciência com o imbecil... ela definitivamente seria expulsa e ele sairia em uma ambulância.
"Ah é? Diga-me como ele se parece," perguntou Yohji, se sentindo pressionado por dentro do jeans. Ele gostava das que resistiam um pouco.
Kyoko respirou fundo. "Ele tem longos cabelos pretos, pele pálida, olhos muito escuros e um corpo de matar." Ela descreveu e sorriu mentalmente. 'Toma essa, otário!' "E ele é muito possessivo."
Yohji fez um som que era para ter sido um rosnado. Kyoko quase começou a rir... se é que Yohji soubesse como soava de verdade. Ela finalmente decidiu que bastava e estava prestes a atacá-lo quando uma porta mais adiante no corredor abriu.
Amni saiu com um jeans apertado e uma camiseta preta que acentuava seu corpo atlético. Seus olhos cor azul do céu se estreitaram e os músculos de sua mandÃbula pularam quando ele notou o tal locatário praticamente esmagando Kyoko. Ele observou Yohji rapidamente se afastar de Kyoko e a mulher de cabelos castanho-avermelhados se virar com um olhar mortal.
"Avise quando você quiser o aluguel," ela disse docemente. "Pensando bem... talvez eu comece a enviá-lo para seu irmão Hitomi, para que eu não te incomode mais... certo?"
Antes que Yohji pudesse detê-la, Kyoko entrou no apartamento e trancou todas as fechaduras atrás dela. Lançando sua jaqueta em uma cadeira próxima, Kyoko abriu a carta do avô e começou a lê-la. Ela deslizou no sofá e revirou os olhos com seu conteúdo.
"Ah, isso é ótimo," grunhiu Kyoko suavemente. "Não só sou uma virgem de dezoito anos... mas essa é a razão pela qual os vampiros podem me sentir?" Ela sorriu com desgosto antes de seus olhos se arregalarem na última linha da carta. "Você quer que eu faça o quê?" Kyoko gritou.
Seu avô acabou de pedir que ela encontrasse um namorado ou ele contaria para Tasuki aonde a encontrar.
"Vovô?" Ela espumou enquanto amassava a carta com o punho. "SEU TROUXA PERVERTIDO, VOCà PODERIA TER ME DITO Hà MUITO TEMPO!"
Amni secou Yohji até que o esquisito voltasse para seu apartamento. "Eu vou ficar quites com você mais tarde por tê-la tocado," ele informou a porta fechada e depois se virou para bater na de Kyoko. Sua mão parou no ar, perguntando-se com quem ela estava gritando.
Houve uma batida suave na porta e Kyoko atravessou a sala. Ela rapidamente desfez todas as fechaduras e quase arrancou a porta do apartamento de suas dobradiças antes de olhar para a pobre alma do outro lado.
"O QUÃ?" Ela exigiu.
Amni voltou um passo e ergueu as mãos na frente dele. "Calma Kyoko, eu estava apenas checando se você estava bem." Embora ele admitisse que ela ficava muito sexy com raiva, especialmente quando seus peitos se erguiam e caÃam assim.
Kyoko suspirou e inclinou sua têmpora contra a moldura da porta. Amni era o barman do andar de baixo, na boate. Eles começaram um tipo de amizade pouco depois de ela se mudar. Amni era muito fofo com seus cabelos loiros que pendiam em camadas ao redor do rosto e pelas costas... as camadas mais longas quase tocavam suas coxas. Sua pele era livre de qualquer defeito e tinha uma aparência sedosa com a qual Kyoko tinha certeza que qualquer garota poderia se acostumar.
Ele seria sua primeira escolha para o que o avô Hogo havia sugerido... pena que ele era um vampiro. Era uma relação estranha senão desastrosa esperando para acontecer, se é que aconteceria... certamente não. Amni nunca fez nenhum movimento no sentido de matá-la ou levá-la para a cama, pelo que ela estava agradecida. Era melhor assim, de qualquer maneira, pois ela não terminaria com um vampiro como namorado, nem em um milhão de anos.
Amni ficou pacientemente do lado de fora e estudou a expressão cansativa dela. Ele conheceu Kyoko neste mesmo corredor na mesma noite em que ela se mudou. Ele ainda ficava um pouco zonzo quando percebia todas as implicações desse encontro.
Ela tinha acabado de sair do quarto e estava o trancando quando ele saiu do dele. Ambos congelaram e olharam um para o outro. Seu punho direito estava fechado e ele viu o dardo espiritual brilhante apertado firmemente dentro dele. Depois de secá-lo por alguns instantes, ela se virou para encará-lo, mas ficou ao lado de sua porta, apoiando-se nela.
Amni percorreu cuidadosamente o corredor em direção à escada e soltou um suspiro de alÃvio quando ele finalmente chegou à boate. Mais tarde naquela noite, ou no inÃcio da manhã, se preferir, ele subiu as escadas, pronto para tirar os cheiros do bar do corpo dele com um banho. Mais uma vez, viu Kyoko de pé ao lado de sua porta e lembrou que ficou se perguntando se ela ficara ali a noite toda.
Conforme ele caminhou por ela em direção a sua própria porta, ela finalmente falou com ele.
"Eu sei o que você é," disse Kyoko suavemente.
Amni parou, mas manteve-se de costas para ela, esperando que ela visse aquilo como um sinal de confiança. "Eu tenho uma boa ideia do que você é também."
"Então eu proponho uma trégua," afirmou Kyoko.
Amni finalmente olhou para ela com curiosidade. "Por que você não me matou ontem à noite?"
Kyoko cruzou os braços, tendo pensado nisso durante toda a noite. A verdade era... ela simplesmente não queria. "Você não mata os humanos para se alimentar," ela ficou mais do que grata por encontrar pacotes de sangue vazios da Cruz Vermelha no lixo dele.
"Meu sustento é entregue uma vez por semana," Amni explicou secretamente, perguntando-se como ela já sabia.
A partir daquele momento, Amni tornou-se amigo de Kyoko, irmão, protetor... talvez mais. Ele não estava realmente certo sobre a palavra que ele usaria para descrever seu relacionamento. Tudo que ele sabia era que eles meio que cuidavam um do outro.
"Estou bem," respondeu Kyoko, chamando a atenção dele para o presente. "Apenas um pouco estressada."
Amni sorriu, "Sim, Yohji pode fazer isso com você. Você acreditaria que ele realmente deu em cima em mim outra noite? Abusado pra caramba." Era mentira, mas o olhar no rosto dela valia a pena. A verdade era que ele pegou Yohji no bar dando em cima de uma garota que já lhe havia dito "Não" muitas vezes... mas ele deixara de lado esse pequeno detalhe.
As sobrancelhas de Kyoko se elevaram até sua linha de cabelo e um sorriso incrédulo se espalhou pelo rosto. "Ah meu Deus, você está de brincadeira?"
Amni balançou a cabeça, "Não, eu não brincaria com algo assim."
"O que você fez?" Ela perguntou, desejando que ela tivesse sido uma mosca na parede.
"Eu nocauteei o bêbado e o depositei em seu apartamento." Seu sorriso aumentou, "eu adoraria ter visto o rosto dele quando ele acordou."
As sobrancelhas de Kyoko levantaram um pouco: "O que eu perdi?"
"Em vez de colocá-lo na cama... Eu o coloquei em baixo dela." Seus olhos azuis brilharam maliciosamente.
Kyoko riu e balançou a cabeça, "Você é ótimo, Amni."
Amni sorriu, "Agora não vá dizer a todos que... eles podem pensar que sou um bom moço." Seu rosto suavizou sabendo que a fizera feliz. "Eu acho que é melhor descer pro andar de baixo antes que o lugar fique selvagem sem mim."
"Você é um bom rapaz," Kyoko informou. "Te vejo lá embaixo daqui a pouco."
CapÃtulo 3 "Fome"
Hyakuhei ficou em frente ao Submundo. Normalmente, ele ficava longe dessa área da cidade porque estava fortemente infestada de hÃbridos. Também estava mais perto da alcova subterrânea de seu irmão, fazendo com que ele se perguntasse quem tinha nomeado a pequena, e cheia, boate noturna. Não era um bom lugar para a garota estar.
Ele desapareceu e reapareceu dentro de suas paredes, sentando-se no canto mais sombrio.
Amni ainda estava sorrindo quando abriu a porta e entrou na boate, apenas para parar abruptamente. Algo não estava certo. Sua cabeça se voltou para o lado e seus olhos se arregalaram. Tadamichi? Afastando o olhar, ele se apressou para trás do bar, completamente perturbado.
Por que o Mestre estava aqui... em seu bar?
*****
Kyoko ficou olhando no espelho, perguntando-se o quão bêbada ela teria de ficar para que ela pudesse passar por isso. Ela esfregou os cabelos e começou a mudar a aparência, mas não... decidiu que o que estava vestindo, com sorte, bastaria. Ela só tinha que se impedir de dar uma pancada contra quem desse em cima dela.
Ela assentiu com a cabeça para seu reflexo, dando-se a palestra da sua vida. "Bem Kyoko... você pode fazer isso. Pense em todos os vampiros atrás dos quais você poderá se esgueirar se eles não sentirem sua virgindade chegando." Ela revirou os olhos com a estranheza daquela conversa. "Ãlcool... é disso que eu preciso."
Em minutos ela estava sentada no bar pensando no que o avô tinha dito. Ela olhou para Amni enquanto ele trabalhava na mistura de todos os pedidos de bebidas estranhas. Ela franziu a testa imaginando por que ele parecia tão nervoso. Ela inclinou a cabeça um pouco enquanto o via errar completamente a taça para a qual ele estava apontando com a colher de gelo.
Hyakuhei sentiu sua presença no momento em que ela entrou no salão. Ele não tinha pressa ao se recostar na cadeira, examinando-a. A menina parecia não prestar atenção em nada ao redor dela, levando-o a acreditar que ela não queria estar aqui... então, por que ela estava? Ele a observou pelo espelho enquanto ela sentava no canto bar, confirmando o fato de que ela preferia ficar sozinha.
Ele seguiu sua linha de visão e percebeu que era o bartender que chamava sua atenção... o vampiro loiro que o olhava nervosamente.
Amni olhou novamente, perguntando-se se era sua imaginação ou não, mas parecia que aquele canto ficara ainda mais escuro. Tentando fingir que aquilo não o estava incomodando, apoiou as mãos contra o bar e deu a Kyoko um sorriso distraÃdo, "Quer uma bebida?"
"Sim," Kyoko o informou, a determinação em sua voz quase fazendo Amni cair. "Chá Gelado Long Island... o mais forte que você puder fazer." Ela anunciou.
Amni hesitou e olhou em volta, perguntando-se se ele tinha entrado em outra dimensão naquela noite. Primeiro, o senhor dos vampiros entra e se senta como se fosse dono do lugar, então Kyoko pede uma bebida alcoólica. E depois... Ursos Polares executando o Quebra Nozes?
Sua mão inconscientemente foi até seu pescoço, lembrando-se da noite em que Tadamichi o havia transformado, há tanto tempo. Ele estava aqui querendo tomar outra vida? Ele tirou o pensamento com força de sua mente.
"Kyoko," Amni disse calmamente. "Eu não acredito que uma bebida é o que você realmente queira. Por que você não volta para o andar de cima e dorme um pouco? Isso é melhor para o estresse que uma ressaca. Tenho certeza que tudo ficará melhor de manhã."
Kyoko lhe havia dito muitas vezes que ela não bebia e já havia sinais suficientes esta noite para que ela mudasse de ideia. De muitas maneiras, ele estava feliz por não ter notado a bomba atômica de todos os vampiros esperando no canto... e ele gostaria de manter isso assim.
"Negativo," disse Kyoko com uma bufada. "Tenho algumas bagagens das quais preciso me livrar nesta noite e vai começar com a bebida que você vai me dar."
"Tudo bem, tudo bem," Amni disse agora que ela tinha toda sua atenção. "Retraia as garras e pare de sibilar comigo ou não vou te dar nada."
Kyoko olhou furiosa e Amni riu. Ele desejou poder consertar o que quer que a incomodasse tanto para fazê-la beber. Ela era a única que ele conhecia cuja vida parecia tão complicada quanto à dele. Tentando animá-la, piscou e acendeu um encanto.
"Bem, é verdade," disse ele enquanto derramava o rum. "Tudo o que falta é o pelo, cauda e ouvidos. Você já tem o temperamento e a atitude."
Kyoko arranhou o ar na frente dela, brincando com um sorriso no rosto. "Talvez eu deva me colocar no beco esta noite, miando desafinada e esperando por um namorado peludo."
Amni colocou a bebida na frente dela antes de balançar a cabeça. "E aqui eu pensei que era o único homem em sua vida. Você me fere Kyoko... Talvez eu precise de consolo." Ele colocou sua mão sobre seu coração para um afeto adicional, embora em algum lugar lá no fundo... ele não estava brincando.
Kyoko fez uma pausa com a bebida a meio caminho de seus lábios. "Amni... pare de flertar comigo. à um pouco perturbador." Ela olhou para cima, ainda brincando, mas quando ela segurou os olhos um segundo a mais, sua respiração parou em seu peito. Se ao menos ele não fosse um vampiro. Ao fechar os olhos, bebeu lentamente do copo.
"Eu estou falando sério," Amni continuou enquanto eles travavam os olhos em uma batalha silenciosa de vontades. "Se você não puder me dizer o que está acontecendo, então a quem você pode contar?"
"Eu preciso de outra bebida primeiro." Kyoko bateu seus cÃlios contra ele, lutando por mais tempo e coragem para lhe contar seu segredinho sujo.
Amni lentamente fez uma outra bebida. Ele se encolheu com a vontade de levá-la para cima e trancá-la no quarto dela por essa noite. Quando olhou para trás e entregou-lhe a bebida... a primeira já estava vazia. Ele começou a pressioná-la, mas alguém na outra extremidade do bar chamou. Com um grunhido agitado, ele partiu.