bannerbanner
O Escritor (Português Do Brasil)
O Escritor (Português Do Brasil)

Полная версия

Настройки чтения
Размер шрифта
Высота строк
Поля
На страницу:
3 из 4

A separação das almas de todos os habitantes foi concluída em apenas alguns anos, mas devido à escassez de materiais adequados para fabricar os novos corpos cibernéticos, a transferência prosseguiu muito lentamente. Então, decidiram organizar a conservação das "essências" em cápsulas ovaladas específicas, com o fim de preservá-las da destruição, até que os seus novos exoesqueletos fôssem feitos.

Criados os primeiros seres novos, agora praticamente imortais, começaram a nova saga de exploração do cosmos, dessa vez à procura de planetas que pudessem fornecer as matérias-primas necessárias para a conclusão do projeto. Dez foram identificados, em distâncias de até várias centenas de anos-luz do seu planeta natal, nos quais laboratórios reais eram construídos, onde os recursos dos planetas eram extraídos e utilizados nas instalações para a criação de novos corpos. A presença de hélio-3, que por meio de um sistema complexo de fusão nuclear, garantiria a cada nova estrutura individual de Kerian uma fonte virtualmente inesgotável de energia, era imprescindível. Para alcançar esses planetas tão distantes, verdadeiros portais interestelares foram criados, através dos quais os contêineres com as almas dos habitantes e os equipamentos necessários eram transferidos para as oficinas de montagem. A criação de cada corpo individual, o implante da alma e a ativação completa requeriam um procedimento muito demorado todas as vezes, mas para eles, tempo não era mais um problema.

— Recebemos uma mensagem estranha da planta /\ — anunciou o Keriano encarregado das transmissões.

— Qual é a mensagem? — respondeu o seu comandante, que atendia pelo nome de Supervisor RTY e cuja forma física se assemelhava bastante a um aracnídeo de pernas muito longas e corpo maciço.

— Esquisito, mas foi interrompida antes de terminar. Isso é o que veio até nós — e ele transmitiu o fragmento de comunicação em sub-luz.

Laboratório atacado. Estamos mandando de volta...

— Estamos mandando o quê? Atacado por quem?

— É tudo. A partir daí, as comunicações com /\ foram interrompidas.

— Vamos tentar restabelecê-las sem demora e descobrir o que aconteceu — ordenou RTY. — Há mais de dez milhões de almas nesse laboratório esperando para serem transferidas.

— Estou ciente disso — disse o oficial de transmissões. — Mas, no momento, a única coisa que estou recebendo é o sinal do contêiner (|) que está atravessando o túnel de intercomunicação.

— Talvez seja isso o que eles estão mandando de volta para nós.

— Logo descobriremos. Estará aqui em trezentos e vinte cens.

Tell-el-Mukayyar – A energia das pirâmides

— Ali, eles estão vindo — disse Petri apontando para as três cápsulas que estavam se aproximando velozmente ao sítio de escavação.

— Posicionamento padrão — Azakis ordenou aos pilotos dos veículos pelo seu comunicador portátil.

Os dois alienígenas, juntos de Jack e Elisa, permaneceram quietos enquanto observavam as cápsulas concluírem as manobras de pouso com rapidez e precisão.

— Devemos ativar um campo de força em forma de abóbada para criar uma atmosfera mais adequada aos nossos sistemas respiratórios — sugeriu Petri.

— De acordo — respondeu Azakis. — Já estou farto de usar essas coisas — e apontou para os dois tubos pequenos de respiração inseridos em suas narinas.

— Existe oxigênio demais aqui, para nós. Talvez seria melhor organizar nossa base de emergência no alto das montanhas.

— Não. Pelo menos, por enquanto. O campo de força será mais que suficiente até nos organizarmos melhor.

— Ok, você é que manda — disse Petri, dando ênfase à frase com um tipo de saudação militar que observara soldados terráqueos fazer.

— Cápsula dois. Ative a abóbada de contenção — disse Azakis no seu comunicador.

Começando do topo da cápsula central e revelada apenas por uma leve vibração no ar, uma espécie de véu quase invisível se espalhou celeremente, com um raio de aproximadamente cem metros, formando uma capa semiesférica que se estendia do ápice da pirâmide virtual da cápsula dois diretamente para baixo, para penetrar no solo arenoso do deserto.

— Me parece um bom trabalho — disse Petri, satisfeito.

— Por que se posicionaram assim? — perguntou Elisa intrigada.

— Assim como? — respondeu Azakis. — O que quer dizer?

— As cápsulas. As pirâmides que formaram estão quase em linha reta e posicionadas com um lado voltado para o sul. As duas mais externas estão aparentemente alinhadas, enquanto a central parece levemente fora de eixo.

— Você tem um espírito de observação excelente — comentou Azakis.

— A verdade é que me fazem lembrar muito de outra coisa.

— O quê, exatamente? — perguntou o Coronel, que de repente se mostrou interessado na discussão.

— Já esteve no Egito?

— Há muito tempo.

— E visitou o Planalto de Gizé?

— Naturalmente que sim — respondeu Jack. Então, dando um tapa na testa, ele exclamou: — mas é claro! Estão posicionadas exatamente como as três grandes pirâmides.

— Quéops, Quéfren e Miquerinos — observou a doutora.

— Não sei do que estão falando — disse Azakis, perplexo.

— Espere aí — respondeu Elisa. — Vou lhe mostrar — e caminhou rapidamente para a tenda do laboratório. Ela apareceu menos de um minuto depois, carregando um livro grande e volumoso. Enquanto se aproximava aos outros três, rapidamente folheou as páginas. — Aqui estão. Veja — e entregou ao alienígena.

— Interessante... O que são?

— Deixe-me ver — disse Petri, deslizando o livro grosso das mãos do companheiro. — Ah sim. Já vi esse tipo de construção. São como aquela — e apontou para o Zigurate atrás da área. — Mas devem ter sido construídas por outro povo e numa época diferente.

— Muito bem, Petri. Você está certo, é claro. Desde o dia em que foram descobertas, nossos cientistas vêm quebrando a cabeça para entender a razão por que foram construídas e colocadas dessa forma.

— Mas é muito simples — disse Petri irradiando um belo sorriso. — Consegue ver aquelas estrelas ali? — e apontou para uma constelação no meio de todas as outras, no espaço deixado pelo pôr do sol.

— Sim, certamente. A chamamos de Constelação de Órion. Deve o seu nome ao semideus grego Órion — disse Elisa. Então, enquanto ela traçava seu perfil com o dedo indicador no ar puro do deserto, acrescentou: — Se ligar as estrelas numa linha virtual, vão aparecer a cabeça, os ombros, o cinto e os pés de um homem. De acordo com a mitologia grega, Órion era um gigante que nascera com habilidades sobre-humanas, um poderoso caçador que matava suas presas com um martelo inquebrável de bronze. Quando o herói grego morreu, foi colocado entre as estrelas pela eternidade.

— Suas histórias são sempre muito sugestivas — disse Petri encantado. — No entanto, de acordo com o que os Anciãos nos ensinaram, todas as construções desse tipo, e há muitas espalhadas por toda a Terra, estão ligadas a nós.

— Vocês, alienígenas?

— Nós "Deuses", que viemos dos céus para dar início à raça humana — especificou Petri.

— Mas quem teria adivinhado que vocês teriam relação com isso também — Jack deixou escapar. — Parece que tudo o que fizemos até agora depende única e exclusivamente de vocês.

— Pensando bem, — comentou Elisa, — devo dizer que ele tem razão.

— Eu só queria dizer, — acrescentou Petri calmamente, — que nossas cápsulas simplesmente estão posicionadas como as três estrelas do seu "cinturão" de Órion.

— E portanto, o mesmo se aplicaria às pirâmides no Egito? — perguntou Jack, espantado.

— Diria que sim.

— Então as suposições dos nossos cientistas eram verdadeiras — disse a doutora, em quase um sussurro. Depois ela segurou o queixo entre o polegar e o indicador e acrescentou: — Porém, ainda não entendi o verdadeiro motivo para esse arranjo.

— Simples, minha cara — exclamou Petri. — Energia.

— Terá que me explicar direitinho — respondeu a doutora, endireitando a coluna e cruzando os braços.

— Mesmo nós não sabemos muito sobre isso — Petri se apressou em esclarecer. — Mas parece que um objeto em forma de pirâmide é capaz de gerar uma espécie de energia positiva que é benéfica para todas as criaturas vivas que estão próximas a ele. Obviamente, quanto maior o objeto, maior é a energia gerada. Então, se também está conectada a um corpo celeste, ou melhor ainda, a uma série deles, tudo é ampliado de forma exponencial.

— Mas que tipo de energia estamos falando? — perguntou a arqueóloga.

— Como disse, não está claro para nós também. Muitos de nossos Especialistas a estudaram, mas ainda não temos dados confiáveis.

— Finalmente, algo que até vocês não conhecem — disse Jack, satisfeito. — É quase um milagre.

— Há muitas coisas que não conhecemos, meu amigo. Numa escala global, somos apenas um pouco mais evoluídos que vocês. Existem tantos mistérios no universo. Não pensou que conhecíamos todos, pensou?

— Confesso que, em momentos, realmente pensei que conhecessem.

— Existem conceitos que jamais entenderemos. Devemos nos conformar com isso.

— Mas somos seres inteligentes, criativos, curiosos. O que nos impede de entender?

Então Azakis se juntou ao debate, dizendo: — É apenas uma questão de níveis de percepção.

— Realmente não entendi isso — exclamou Elisa, confusa.

— Embora pensem que nossos cérebros sejam, sabe lá como, "evoluídos", existem algumas dimensões tão distantes das nossas estruturas de pensamento que não podemos sequer começar a fazer suposições, pelo menos, com o nosso conhecimento atual.

— Desculpe, mas não estou entendendo.

— Pegue uma célula do seu fígado, por exemplo — continuou Azakis pacientemente. — Imagine que esteja determinada a racionalizar sobre a sua condição, sobre o seu trabalho, sobre as células próximas a si. Quem saberia dizer quantas vezes deve ter tentado entender o que está além da realidade que vive. Existiriam outros grupos de células? Seriam como eu? Talvez tenha tentado postular sobre a presença de um deus. Também deve ter tentado contato com ele, seguindo sabe lá quantos rituais complexos, rezando por sua intervenção para resolver seus problemas diários. Mas quem é seu deus? Sua bexiga? Seu coração? Você? Que percepção poderia ter uma célula sobre o seu fígado, você, seu deus? Como poderia entrar em contato direto com você? E se ela não te percebe, poderia me perceber? E o mar, o céu, o sol, a galáxia... É isso o que quero dizer com níveis diferentes de percepção.

— Caramba — exclamou Elisa, como se tivesse acabado de sair de um transe. — Realmente nunca pensei sobre isso... Então, pode ser que jamais seremos capazes de contatar seres de níveis mais elevados, ou imaginar como seria fora da dimensão em que vivemos.

— Isso não é necessariamente verdadeiro. Aparentemente, também graças à energia peculiar da qual estávamos falando antes, liberada pelas pirâmides, algumas pessoas já são capazes de pular um ou mais níveis. Infelizmente, o nosso conhecimento sobre esse assunto em particular ainda é muito limitado.

— Fascinante — sussurrou a doutora, totalmente enlevada. — Então, vocês também estão em busca do seu Deus.

— Na verdade, é algo que temos estudado há um bom tempo.

— E se nem vocês conseguiram resolver isso, imagine quanta esperança nos resta.

— Frequentemente os palpites mais importantes surgem aleatoriamente — proferiu Azakis. — Nossas raças são bem similares, e estou certo de que nós dois e vocês temos as mesmas chances de descobrir como esse mecanismo misterioso funciona, por meio do qual poderíamos entrar em contato com seres mais elevados.

Petri entrelaçou as mãos por trás das costas e começou a andar lentamente em círculos. Meditou por alguns segundos, e então acrescentou: — Mas, na realidade, se a célula mencionada antes não fizer bem o seu trabalho, haveria problemas para mim e eu perceberia. Basicamente, isso é também uma forma de contato, não?

— Você está certo. Todos nós estamos aqui por um propósito bem específico e devemos simplesmente tentar fazer nosso trabalho tão bem quanto podemos. Isso é exatamente por que em Nibiru, desde o momento do nosso nascimento, nossos Educadores se esforçam para identificar qual é a nossa principal particularidade. Cada um de nós tem uma, assim como penso que vocês terráqueos também tenham. O maior problema é descobri-la e então tirar o máximo proveito dela. Além de nos dar o conhecimento básico, os Educadores fazem exatamente isso. São eles que, depois de analisar cuidadosamente nossos potenciais e fraquezas, nos dirigem ao grupo que está mais próximo das nossas aptidões pessoais, como os Artistas, os Artesãos, os Especialistas e assim por diante. Não precisamos fazer nada a não ser dar sempre o máximo na atividade em que nos destacamos, e seguir o caminho que foi pensado para nós.

— Ok, gente — o Coronel interveio. — Que tal colocarmos de lado toda essa conversa filosófica e seriamente tentarmos resolver o probleminha que temos agora?

— Sim — acrescentou Petri. — Na verdade, enquanto vocês "crânios" estavam discutindo os mistérios do universo, baixei os dados do seu gravador pessoal.

— Do que está falando? — perguntou Azakis, perplexo.

— Para dizer a verdade, também me esqueci dele — continuou o Especialista. — Mas, antes de partir, ativei um sistema pessoal de gravação que deve ter guardado todas as ações de todos os membros da tripulação.

— Sim... sim, agora me lembro. Está falando sobre essa coisinha que fixou aqui atrás de mim, não? — respondeu o capitão, enquanto ao girar o tronco, tentou apontar para um pequeno retângulo negro preso ao seu cinto cinza claro.

— Exatamente, meu velho. E não pode imaginar o quanto funcionou. Consegui descobrir o que aconteceu com o seu sistema de controle remoto.

— Ah, é mesmo? E o que aconteceu com ele?

— Não vai adivinhar nunca!

Pasadena, Califórnia – As notícias

— E agora, o que vamos fazer com essa bugiganga? — perguntou o sujeito magro e enxuto, enquanto subia no volante do Chevrolet Corvette vermelho vivo e novinho em folha.

— Está falando sobre o carro ou o objeto alienígena? — perguntou o comparsa gorducho, que com grande dificuldade, também tentava entrar no veloz carro esporte.

— Estava falando sobre o controle remoto, embora ainda não entendi por quê decidiu comprar um carro como este, visto que não consegue nem entrar nele.

— Eu diria que você também está tendo dificuldades, seu poste.

— Exato. Não podíamos ter comprado algo um pouco mais confortável para nós dois?

— Quando pisar no acelerador dessa fera, o motivo logo vai ficar claro — e depois de bater a porta de maneira um pouco violenta, acrescentou: — Anda, vamos.

— Aonde?

— De volta à base. Quero analisar detalhadamente os dados que o nosso amigo nerd nos deu e descobrir todos os segredos desse pedaço de equipamento alienígena.

— Não vai me dizer agora que sabe mais do que ele. O cara me pareceu ter bastante conhecimento.

— Devo dizer que o garoto fez um trabalho excelente, mas eu também fiz minha pesquisa.

— Do que está falando? — perguntou o magrelo, perplexo.

— O que acha que estive fazendo todas as noites durante o mês passado, na frente do computador, enquanto você roncava como um urso em hibernação?

— Olhando sites pornográficos?

— Mas onde fui achar você? Tenho me perguntado isso várias vezes ultimamente, sabe?

— Foi o destino que nos uniu — respondeu o magrelo enquanto pisava fundo no acelerador, e o Corvette avançava, deixando duas marcas negras de pneu no asfalto.

— Ei, vá devagar! — o gordo berrou, enquanto era jogado contra o assento pela aceleração repentina. — É melhor não destruí-lo logo de cara. Só paguei as duas primeiras parcelas.

— Uau! — exclamou o magricela. — Anda como um míssil. Essa pequena joia é uma verdadeira besta.

— Sabia que ia gostar. Mas agora, procure não atropelar essa velhinha — disse o grandão, apontando para uma frágil senhora que estava lentamente atravessando a rua. — Vamos deixá-la curtir um pouco mais a aposentadoria.

— Relaxe, meu amigo. Está em boas mãos — respondeu o sujeito ao volante, enquanto com uma manobra abrupta, por pouco não atingia a velhinha.

— Pois bem! — exclamou o grandão. — Você quase arrancou as roupas dela — depois ele se virou, e vendo a velhinha sacudir a bolsa, gritando todo tipo de coisas para ele, acrescentou: — Outra série de insultos como esse e será você quem não poderá desfrutar da aposentadoria — e caiu na gargalhada.

— Esqueça. Não sou supersticioso.

— Devia ser. E se ela praticar vodu? Você pode acabar pulando como um grilo enquanto a velha espeta agulhas no traseiro do seu bonequinho.

— Vai parar com esse monte de besteiras e me dizer o que vamos fazer com essa coisa?

— Ok, ok. Não fique irritado. Só estava brincando — o sujeito corpulento colocou o objeto alienígena na palma da mão esquerda novamente e disse: — O nerd pode muito bem conhecer um monte de gente, mas garanto, usei canais para a minha pesquisa que com certeza, ele não teve possibilidade de acesso.

— Às vezes você me dá medo.

— Quer ver uma coisa?

— Bem, depende.

— Nos vários arquivos que tive oportunidade de consultar a respeito dessa tecnologia alienígena, descobri que esse pequeno objeto, além de explodir espaçonaves, pode fazer um monte de coisas que são igualmente legais.

— Mas tem certeza que realmente funcionou? — perguntou o sujeito ao volante, enquanto fazia uma curva em velocidade máxima, fazendo o passageiro esbarrar contra a porta.

— Ei, pode ir mais devagar? Só faltava essa, a polícia nos perseguindo e nos prendendo de novo.

— Tive uma ideia — disse o magrelo. — Ligue o rádio.

— Acha que isso é hora de escutar musiquinhas?

— Claro que não, seu imbecil. Coloque nas notícias.

Embora um pouco incerto, o gordo resolveu não fazer mais perguntas, e tendo ligado o rádio, começou a navegar pelas estações até encontrar uma que estava transmitindo notícias mundiais.

“Depois de invadirem o banco central, os quatro criminosos de máscaras, com armas e rifles automáticos, ordenaram os funcionários para encherem as sacolas de dinheiro. Toda a operação durou pouco menos que cinco minutos. Quando a polícia chegou, os assaltantes já tinham fugido. Barreiras foram montadas em todas as rotas para a cidade."

— Que nos importa esse negócio? — perguntou o gordo, mais perplexo do que nunca.

— Paciência, meu amigo, paciência.

“E agora vamos voltar às manchetes. Aparentemente, temos algumas notícias interessantes. Vamos direto para o nosso correspondente em Washington, Fred Salomon."

“Obrigado, Lisa. Estou na sala de reuniões da Casa Branca onde o Presidente acabou de chegar e está prestes a fazer uma declaração oficial. Vamos ouvir ao vivo.”

Seguiram-se alguns momentos de silêncio e então a voz inconfundível do Presidente dos Estados Unidos da América chegou até os alto-falantes potentes do Corvette.

“Senhoras e Senhores, primeiramente agradeço por se juntarem a nós hoje. Infelizmente, as notícias que acabei de receber não são nada animadoras. Aparentemente o clarão inusitado, visto na Lua há quase uma hora, foi de fato causado por uma enorme explosão e na verdade envolveu a espaçonave dos nossos amigos alienígenas. Ainda não sabemos se conseguiram escapar. Um novo pronunciamento será feito assim que tivermos mais notícias. Obrigado.”

— Por todos os santos! — exclamou o gordo chocado. — Então nós realmente a explodimos.

— Não está satisfeito? Quando estávamos com o nerd, parecia ser a coisa mais importante do mundo para você.

— Bem, sim... claro, ... Mas agora, no fundo, tenho um pouco de pena.

— Inacreditável... Nunca pensei que tivesse um coração debaixo de toda essa banha.

— Ah, vá se lascar — disse o grandão arrependido. — Pise fundo e vamos voltar para a base.

Planeta Kerion - A trágica descoberta

— O contêiner (|) acabou de sair do túnel de intercomunicação — anunciou o pequeno Keriano encarregado da coordenação de manobras. — Vai chegar no ponto de ancoragem em 0.1 cens.

— Quero que o tragam aqui imediatamente para verificar o conteúdo e analisar os dados armazenados — o Supervisor RTY ordenou ao seu subordinado.

O estranho objeto ovalado, vindo de quase sessenta e cinco anos-luz, fora interceptado por uma espécie de campo de contenção que o apanhou na órbita do planeta e rapidamente o arrastou na direção da grande abertura da estrutura enorme e completamente metálica que se estendia por cerca de duzentos quilômetros quadrados ao longo da linha equatorial de Kerion.

— Contêiner (|) quase em posição — disse o coordenador.

— Se apresse e traga para cá! — gritou RTY. — É estritamente necessário descobrir o que aconteceu em /\.

Assim que o invólucro chegou ao ponto de ancoragem, foi imediatamente levado sob a guarda de dois Kerianos com figuras definitivamente incomuns. Um era bastante semelhante a uma espécie de carroceria sem rodas, enquanto o outro se assemelhava mais a um caranguejo gigante com seis patas. O caranguejo pegou delicadamente o contêiner e o depositou dentro da carroceria Keriana, que depois de receber a confirmação de que fora carregada com sucesso, sem nenhum som, partiu numa velocidade inacreditável em direção aos laboratórios.

— Contêiner (|) chegou! — exclamou o coordenador. — Time de inspeção, conduza uma análise completa do conteúdo.

Quatro Kerianos, também com figuras meio bizarras, correram para o objeto, e depois de mergulhá-lo em uma pequena área de ancoragem contendo uma solução à base de amônia, começaram a verificá-lo internamente. Apenas alguns minutos se passaram quando o menor dos quatro Kerianos anunciou: — Novecentos e noventa almas presentes, todas em perfeitas condições. Estou enviando o registro de eventos gravados pela cápsula para o sistema central.

— No monitor — ordenou RTY imperativamente.

As imagens mostravam a superfície da Lua rapidamente se afastando, enquanto um grande objeto perfeitamente esférico se aproximava da área do laboratório subterrâneo /\. Depois de alguns instantes, um clarão ofuscante quase saturou a filmagem e logo depois, não havia nada. A área inteira estava como se tivesse sido atingida por um martelo gigante. As imagens somente mostravam uma enorme área plana de solo lunar, incrivelmente lisa e polida. A gravação continuou por alguns instantes, mostrando o satélite se afastando gradualmente, depois foi interrompida.

— O laboratório! — exclamou RTY, estupefato. — Foi totalmente destruído.

— Não sobrou nada — comentou o coordenador amargamente. — A gravação terminou.

— Isso foi um ataque descarado e intencional à nossa base. Eu sabia que não devíamos ter confiado naquela espécie alienígena.

— Acha que essa arma esférica foi construída por eles?

— Só existem dois planetas habitados nesse sistema solar, e existem seres dessa espécie em ambos. Não devíamos ter estabelecido a nossa base lá.

— É uma tragédia abominável — disse o coordenador Keriano, lamentando. — Havia quase dez milhões de almas no laboratório, prontas para serem transferidas. Somente as novecentos e noventa que conseguiram escapar do desastre na cápsula (|) foram salvas.

— Ainda não posso acreditar — exclamou RTY, atônito. — Devemos notificar o Supremo TYK imediatamente.

Tell-el-Mukayyar – A gravação

Enquanto isso, Petri e seus três amigos entraram na tenda laboratório da Doutora Hunter.

— Agora estou realmente curioso — disse Azakis, agitado. — Quero saber o que não funcionou no seu sistema de engancho.

— Não, caro amigo. Verá que as coisas são um pouco diferentes — respondeu Petri, enquanto projetava um holograma tridimensional, a cerca de meio metro do chão.

— Essa coisa que você faz sempre me impressiona — exclamou Jack ao observar as imagens que estavam se formando no meio da tenda.

На страницу:
3 из 4