bannerbanner
Uma Luz No Coração Da Escuridão
Uma Luz No Coração Da Escuridão

Полная версия

Uma Luz No Coração Da Escuridão

Язык: pt
Год издания: 2019
Добавлена:
Настройки чтения
Размер шрифта
Высота строк
Поля
На страницу:
7 из 8

Elevando os dedos para tocar no rosto dele, ela falou:

— Você não é o Toya. Quem é você? — Antes que ela pudesse obter uma resposta, Buda ou qualquer outro deus que continuasse fazendo piada com ela apagou as luzes e ela mergulhou no inconsciente.

Kyou a apertou fortemente quando o corpo dela ficou imóvel em seus braços. Ela desmaiou, mas pelo menos não foi nos braços de um inimigo. Sua cabeça caiu para trás, expondo a suave curva alva de sua garganta e Kyou lutou contra seus instintos. Ele silenciosamente se perguntou se ela não estava mesmo nos braços do inimigo. Suas presas começaram a alongar-se e ele dominou a tentação. Este era um ser muito puro para aquela escuridão.

Ele então sentiu sua cólera se acender contra a garota ingênua. Se ele não estivesse aqui para protegê-la, o que teria acontecido com ela? Ele, convenientemente, esqueceu seus próprios impulsos apenas alguns momentos antes. Se o lobo tivesse sido um protetor adequado, ele não a teria deixado. Ele olhou em volta percebendo que os amigos com quem tinha estado antes também a abandonaram.

Expandindo seus sentidos, Kyou ainda podia sentir seu próprio inimigo, Hyakuhei, dentro do prédio. Sentindo o mal vindo de algum lugar acima, ele sabia que Hyakuhei estava no segundo andar.

*****

Shinbe saltou do carro ainda em movimento. Uma coisa o empurrou para frente e levou-o direto para a entrada principal da boate em disparada. Ele não conseguiu tirar da cabeça a ideia de Suki e Kyoko se tornando uma dessas garotas desaparecidas e isso estava aterrorizando-o.

Toya havia contado sobre o que Kotaro lhe havia dito e, quando ele pusesse as mãos em Suki, ele não a soltaria nunca mais. Onde no corpo dela ele iria pôr a mão ele não conseguia dizer, mas ele tinha que encontrá-la primeiro.

Shinbe parou de repente quando ele avançou pelas portas da frente da Midnight Club.

No meio do corredor havia um homem segurando Kyoko e ela não parecia bem. Ela estava imóvel e muito pálida. E mais, o homem também não parecia tão normal. Pele pálida era um eufemismo para ele, o que fez Shinbe parar nervosamente quando ele percebeu que o homem o fez se lembrar de seu melhor amigo.

O cabelo prateado e os olhos dourados... os cabelos de Toya eram escuros como a meia-noite, mas dentro deles havia as mesmas marcas de prata, iguais aos do homem à sua frente. Essas eram características muito incomuns e ele sabia que só Toya tinha esse tipo de combinação incomum.

Percebendo o homem se movendo para sair com Kyoko, Shinbe afastou a sensação de desconforto. Toya o mataria se ele não impedisse o sequestro de Kyoko.

— O que diabos você está fazendo com Kyoko? — Olhos de ametista brilhavam quando Shinbe gritou, sentindo que seus pés se moviam de novo sem pensar. Ela pode não ser sua namorada, mas ela era muito querida, mais do que ele admitiria e, além disto, ela era a melhor amiga de Suki. Não havia chance desse cara levar Kyoko em suas garras.

Kyou deslizou o braço sob os joelhos de Kyoko e ergueu-a sem esforço. Ele a embalou como um bebê, debruçando a cabeça dela sobre seu ombro, com cuidado para não a incomodar. No momento em que a cabeça dela tocou seu ombro, ela se aconchegou em seu abraço, suspirando suavemente.

Ele podia sentir a confiança e o contentamento sendo emitidos da aura dela enquanto se acomodava em seus braços. Esta mulher-filha o perturbava muito, e quanto mais ele a observava dormindo, mais ele queria escondê-la de todos. Ele sabia que conseguiria, se ele realmente quisesse, e a tentação era imensa. Ele nunca transformou ninguém no que ele era, mas se ele quisesse, ele conseguiria.

Seu instinto protetor para com a menina, bem como a necessidade possessiva de ficar com ela o surpreenderam e Kyou rosnou suavemente para suas ações. Como essa garota poderia afetá-lo assim? Tirando o olhar de seu rosto angélico, ele olhou para o jovem que gritava com ele. Parece que os homens que a queriam continuavam a entrar em seu caminho.

Olhos de ouro se fixaram com os olhos de ametista e Kyou sentiu uma familiaridade estranha.

— Não é decisão sua, mago — advertiu Kyou em um tom mortal e baixo.

Naquele momento ele sabia que o próprio Hyakuhei não poderia tirá-la dele. Ela pertencia a ele. Seus braços se apertaram ao redor dela, não gostando do amor que ele podia sentir crescendo em relação à menina, irradiando da poderosa aura do outro.

Desviando-se de seus pensamentos rebeldes, Kyou rosnou baixo. Ele não deixaria a menina afetá-lo, mas ele ainda não estava pronto para desistir dela. Ele tinha muitas perguntas e ela as responderia, quer ela gostasse ou não.

Confiante de que estava sob controle, Kyou decidiu que era hora de partir.

Shinbe estava a caminho de Kyoko quando o homem se mexeu. Mexeu? Essa talvez não tenha sido a palavra certa. Tremulou e desapareceu, depois reapareceu do nada, bem na frente dele.

— Mas... — Shinbe parou enquanto olhava para um rosto que tinha a morte escrita por toda parte.

Seus olhos se arregalaram em choque, parecia que seu coração simplesmente tinha parado. Tão perto assim, ele podia ver claramente que o homem tinha praticamente uma pele branca de porcelana e se parecia muito com Toya, como se isso fosse uma piada. Piscando, ele poderia ter jurado que havia presas saindo da boca do homem e um grunhido de advertência ao redor delas.

Shinbe ficou plantado quando o homem estendeu um dedo e empurrou contra o peito dele. A próxima coisa que Shinbe notou foi que estava sentado de bunda no meio do corredor. Piscando novamente, ele ficou confuso quando o homem de cabelos prateados, vestido de preto, simplesmente passou por cima dele e de repente desapareceu.

Suki chegou ao corredor apenas a tempo de ver Shinbe cair no chão, não tão gentilmente, e um homem alto de cabelos prateados desaparecendo com Kyoko. Ela piscou uma vez e eles desapareceram. Um segundo estavam lá, no outro haviam sumido.

Shinbe, que parecia estar na zona do crepúsculo, ficou sentado lá mais um pouco, piscando confuso.

— Que diabos?

Correndo até Shinbe, Suki tremia quando tentou ajudá-lo a se levantar.

— Quem era aquele homem que desapareceu com Kyoko? — Ela olhou para Shinbe preocupada, quando ambos se viraram e correram pela porta para encontrá-los.

— Ele simplesmente desapareceu?

Eles saíram do prédio e olharam freneticamente e não viram nenhum vestígio do homem ou Kyoko em qualquer lugar.

Virando-se para Shinbe, os olhos de Suki marearam. Sentia que estava à beira das lágrimas.

— Cadê eles? Aquele homem sequestrou Kyoko! — Ela estava tremendo de medo. O que tinha começado como uma noite divertida tinha se transformado em um pesadelo.

— Calma, Suki. Vamos encontrá-la. Toya também está aqui. — Shinbe procurou ansiosamente pelo amigo. — Pensei que ele estava logo atrás de mim!

A preocupação rapidamente se transformou em raiva agora que a ficha caiu e ele viu que Suki estava segura e ao seu lado. Uma sombra de piedade cruzou seus olhos assombrados enquanto pensava no passado.

— No que diabos você estava pensando? Algo poderia ter acontecido com você e não dava para eu saber onde você estava! — Ele a agarrou bruscamente pelos braços quando seus olhos de ametista escureceram possessivamente.

Os lábios de Suki se estreitaram com a raiva de Shinbe. Qual é a dele? Não era como se ela nunca saísse com as amigas. Seu olhar se fixou no dele quando sua própria raiva começou a subir.

— O que você quer diz... — suas palavras foram interrompidas quando seus lábios se chocaram contra os dela em um beijo abrasador e de parar o coração.

Shinbe estava tão preocupado com ela que não conseguia impedir os sentimentos que se precipitaram. Ele queria ter certeza de que podia sentir cada emoção que estava percorrendo suas veias naquela hora. Ele a abraçou fortemente, jurando para si mesmo que nunca mais perderia Suki de vista.

Suki gemeu suavemente pela intensidade do beijo de Shinbe. Era como se estivesse descobrindo cada emoção nua e crua dentro de sua alma. Ela poderia praticamente senti-la com a ponta dos dedos quando agarrou os ombros dele, sabendo que se ela soltasse, não conseguiria ficar de pé, pois suas pernas acabavam de se transformar em geleia, então ela se segurou como se fosse para salvar sua vida.

Sua mente ficou em branco por um momento e ela esqueceu que estava brava com ele ou que Kyoko acabara de desaparecer. Tudo o que ela podia sentir era Shinbe e um amor que sem dúvida duraria mais que os dois.

Suavemente, ele relaxou o abraço, terminando o beijo esfregando o nariz contra o dela. Seus olhos se encheram de alívio, mas ainda estavam escuros de desejo. Balançando a cabeça ligeiramente, ele tentou se concentrar na situação em questão e pela primeira vez, sua mente pervertida não vagou pela sensação do corpo macio de Suki em seus braços. Afinal de contas, essa sensação existia durante muitas vidas.

— Algumas coisas estão acontecendo e você precisa saber disto. Não era seguro para você e Kyoko saírem sozinhas esta noite. Vou explicar enquanto procuramos Toya. Acho que Kotaro está aqui também em algum lugar. — Shinbe envolveu um braço protetor ao redor dela enquanto se dirigiam ao estacionamento para encontrar Toya.

Por um momento, Suki ficou atordoada para fazer qualquer coisa, mas acenou com a cabeça.

*****

Toya correu pelo estacionamento, amaldiçoando Shinbe sair correndo na frente. Ele teve que sair do carro no lado do passageiro, uma vez que percebeu que não podia sair do seu lado. Na pressa de chegar a Kyoko, ele havia estacionado muito perto de um muro. Infelizmente, ele também descobriu isso quando tentou abrir a porta e bateu no muro, dando uma amassada no carro.

Isso não foi realmente o que o atrasou. Quando ele saíra correndo do estacionamento a uma velocidade vertiginosa, um garotinho apareceu do nada e colidiu com ele. O impacto foi tão súbito que o derrubou. Quando ele se endireitou o suficiente para ficar de pé, rapidamente ofereceu ao menino uma mão para ajudá-lo a se levantar.

— Ei, garoto, você está bem? — Toya recolheu a mão quando o menino sibilou e correu na direção oposta como se o próprio Satanás o perseguisse.

Toya deixou de lado a sensação assustadora que o menino tinha deixado e olhou para a boate de dois andares. O sentimento estranho voltou dez vezes mais forte quando notou a sombra de um homem que carregava alguém em uma das janelas no último andar. Havia tantas coisas erradas com aquela pequena cena.

Seus olhos brilhavam, prateados, seus sentidos reconhecendo coisas que ele ainda não entendia. Tudo isso o deixou com a sensação de que alguém acabara de pisar sobre seu túmulo.

Quando se aproximou da boate, Toya grunhiu aborrecido ao perceber que havia duas entradas. Uma parecia ser a entrada principal e a outra estava muito lotada. Decidindo ir pela principal, ele abriu caminho entre a multidão.

— É melhor que ela esteja bem... quando eu a encontrar, vou algemá-la permanentemente, ela gostando ou não. Marcas de prata começaram a se fortalecer dentro do ouro de seus olhos enquanto ele procurava Kyoko.

*****

Kyou abriu caminho pelo beco atrás da boate com Kyoko segura firmemente em seus braços. Sua mente estava preparada e ele levaria a garota para sua casa temporária para se recuperar. Ele olhou para a cobertura na rua bem em frente à boate. Ela estaria segura com ele, mas ele teria que ter cuidado. Ele podia sentir o servo de Hyakuhei dentro da escuridão que cercava a boate.

Seu maxilar apertou-se quando ouviu um grito fraco na distância e sabia que outra vítima havia sido encontrada. Olhando para a menina adormecida, seus olhos dourados se suavizaram. Por enquanto, ela seria seu segredo. Ela era leve como uma pluma e parecia tão frágil.

Ele não conseguiu compreender como essa menininha tinha um espírito tão ardente, mas uma alma tão pura. E "Toya", ela falou o nome de seu irmão morto como se ela o conhecesse. Como poderia ser possível?

Seus pensamentos pararam quando ele sentiu uma poderosa criatura noturna à frente, ao mesmo tempo que um cheiro de sangue chegou ao seu nariz. Ficando tenso, ele reconheceu a aura do licantropo que protegera Kyoko mais cedo, mas que depois a abandonara, deixando-a em perigo.

Não querendo que a menina se machucasse se ele precisasse lutar, Kyou a pousou suavemente no beco e seguiu o cheiro de sangue que vinha da esquina. Se o lobo tivesse abatido um humano, a garota pode não estar segura ao redor dele. Sabia-se que alguns lobisomens se perdem quando a ira entra em seu sangue, e ele não permitiria que a garota fosse protegida por uma criatura tão perigosa.

Ao virar a esquina com os pés silenciosos, os olhos de Kyou contemplavam uma cena que ele não tinha testemunhado há séculos. O lobo, ainda em forma humana, estava grunhindo, com as presas descobertas. Os olhos azulíssimos ardiam enquanto ele grunhia violentamente contra o que parecia ser um corpo que ele segurava.

*****

Toya fez uma pausa quando ele se aproximou da porta. Olhando, ele se virou rapidamente e se dirigiu em direção oposta da entrada. Ele conseguia sentir o cheiro dela, embora na parte de trás de sua mente ele não conseguisse descobrir como ou por que ele podia. Saindo em disparada em direção ao beco à esquerda do prédio, seu coração martelou violentamente em seu peito enquanto pensamentos mórbidos voavam em sua mente.

Meninas desaparecidas e lugares escuros... é melhor que Kyoko não tenha um único fio de cabelo fora do lugar ou então...

Entrando nas sombras, Toya parou de repente quando o medo sufocou sua respiração. Lá, deitada contra a parede de tijolos sujos, estava Kyoko. O mesmo medo que o havia congelado agora o fez entrar em ação. Em um segundo, ele estava ao lado dela.

Ajoelhando-se, ele a tocou, procurando a vida que permitiria que seu coração recomeçasse a bater.

Assim que seu dedo tocou o pescoço dela, seu próprio coração bateu ao mesmo tempo que o dela e ele exalou. Graças a Deus ela estava viva. Um momento de déjà vu trouxe uma lembrança indesejável e ele rapidamente a afastou de repente, com medo. Sentindo os outros por perto, ele não perdeu tempo em levá-la em segurança. Ao segurá-la perto dele, Toya usou sua velocidade sobre-humana para tirá-los da escuridão.

*****

Kotaro segurou Yohji contra a parede de tijolos enquanto controlava sua sede de sangue. Continuar o seu castigo já não valia mais a pena, considerando que o menino já havia desmaiado novamente. Deixando ele cair no chão sem nenhuma gentileza, ele sentiu uma perturbação na energia que o rodeava.

Sua cabeça virou para o lado, seus olhos azuis gelo se estreitando.

Kyou observava enquanto o lobo largou o menino de volta ao chão sem matá-lo. Ele imediatamente reconheceu o humano como sendo o assediador de Kyoko. Mudando a opinião de alguns momentos antes, seus lábios se curvaram em um ligeiro rosnado. Se fosse ele segurando o menino pelo pescoço, o garoto não estaria inteiro até agora.

Como se o tivesse percebido, o licantropo virou a cabeça e fixou seu olhar mortal sobre ele. Kyou podia sentir o imenso poder que emanava do lobo. Ele estava mostrando isso em advertência.

No passado, lobos e vampiros sempre se haviam evitado. Sem se preocupar um com o outro, eles escolheram se ignorar. Ambos tinham forças muito parecidas e nem se preocuparam com o domínio de um sobre o outro. Eles apenas existiam juntos no mesmo mundo, mantendo-se reclusos e vivendo suas próprias vidas intermináveis.

Todos os instintos de Kotaro ganharam vida, vendo o vampiro de pé ali nas sombras, observando-o. Ele não podia vê-lo com clareza suficiente para distinguir os traços característicos, mas seu instinto lhe disse que o sanguessuga era uma ameaça. Ele ainda precisava libertar sua própria sede de sangue e estalou os dedos pensando que talvez fosse um dos subjugados de Hyakuhei.

Assim que decidiu se virar e atacar, a imagem ficou mais forte, depois vacilou e desapareceu.

— Olhos dourados? — Kotaro ergueu-se em toda sua altura, percebendo que ele quase atacara Kyou. — O que ele está fazendo aqui? Droga! — Kotaro sibilou e saiu, temendo que Kyoko não estivesse onde ele a havia deixado. Ele tinha que chegar até ela rápido. Havia sanguessugas esta noite e ela não seria uma das vítimas deles. E com Kyou ao redor, não havia como dizer o quão perigosas as coisas poderiam ficar.

Kyou reapareceu de frente para a mesma parede de tijolos onde ele tinha recostado a menina. Vendo que ela não estava mais lá, seus olhos sangraram carmim e um grunhido enraivecido atravessou o beco vazio, ecoando nas ruas circundantes.

*****

Suki e Shinbe encontraram Kotaro na porta da boate. Agarrando Shinbe pelo ombro, Kotaro perguntou urgentemente.

— Kyoko ainda está lá dentro? — Seus sentidos sobrenaturais haviam entrado em pico e seus instintos lhe diziam que ela não estava perto.

Suki avançou para agarrar a camisa de Kotaro e confirmar suas suspeitas.

— Um homem a levou cerca de dez minutos atrás, você tem que encontrá-la! — Seus olhos se encheram de lágrimas quando ela falou com ele. — Não conseguimos encontrá-la em lugar nenhum!

Sem estar pronto para soltar a Suki ainda, Shinbe pegou sua mão, colocando-a no peito. Ele a envolveu em seus braços como uma tira de aço. Olhando para Kotaro, ele acrescentou:

— Alguma "coisa" acabou de levá-la daqui.

Shinbe olhou para a forma agora trêmula de Suki e tentou acalmá-la. Ela nunca permitiu que ele fizesse o que ele queria sem discutir.

— Vamos encontrá-la. Prometo. — Com a promessa feita, ele se virou para falar com Kotaro mais uma vez, mas o segurança já havia desaparecido.

— Aaa... aonde é que ele foi? — gaguejou Shinbe olhando ao redor, mas não encontrando nenhum vestígio do guarda de segurança. Balançando a cabeça, ele suspirou. Já tinha visto muita coisa estranha por uma noite.

Saindo de seu estado perdido e sem esperança, Suki resmungou aborrecida.

— Acho bom ele encontrar a Kyoko, senão vou fazer macarrão de Kotaro pro jantar. — Arrastando Shinbe atrás dela como se tivessem mudado de papel de repente, ela acrescentou:

— Meu carro, agora, vamos!

Shinbe olhou ao redor do estacionamento como se de repente lembrasse de algo importante.

— Falando em carros... o do Toya sumiu.

Capítulo 6

Hyakuhei colocou o jovem que ele escolheu para se tornar um de seus filhos em um quarto escuro acima dos sons da boate. Tirando o cabelo castanho e macio de seus olhos fechados, ele ainda podia sentir cheiro da garota que emanava da pele do menino.

- Tasuki - ele tinha ouvido os outros chamá-lo.

- Bem, Tasuki, quando você acordar, terá um presente muito precioso de mim: o dom da vida eterna. Ele deu um sorriso solidário, como se estivesse falando com uma criança. - Mas terá que entender que sua vida é minha.

Os olhos de Hyakuhei se tornaram vermelhos quando sentiu que um de seus filhos o chamava. Ele não gostava de ser perturbado enquanto aguardava um despertar, mas um dos seus favoritos havia chamado por ele. Sabendo que o subordinado nunca o chamaria, a menos que fosse importante, ele respondeu seu pedido.

Olhando mais uma vez para o garoto que ele havia transformado, Hyakuhei tremeluziu e desapareceu, deixando Tasuki sozinho dentro dos limites do quarto trancado.

*****

Yohji podia sentir as pontadas de dor forçando-o à consciência. Nossa, tudo nele doía! Ele lembrou lentamente o que aconteceu e por que se sentia tão mal agora. Ele tinha encontrado Kyoko e decidiu brincar com ela, quando este estúpido guarda de segurança havia aparecido.

Como alguém poderia ser tão forte? Quando tentou lutar, não teve a mínima chance. Era como se ele tivesse tentado ir contra uma matilha de lobos famintos e agora estava sofrendo duramente pelo esforço.

Finalmente, ousando abrir os olhos, Yohji ficou surpreso ao encontrar um jovem garoto parado lá, observando-o. Ele parecia ter cerca de 12 anos e poderia ser considerado albino, se seus olhos não fossem tão pretos e vazios.

Atraído pelo cheiro de sangue fresco, Yuuhi apareceu ao lado do menino ferido. Observando-o de perto, ele ficou imóvel como uma estátua, tocando-o brevemente com sua aura, antes de assentir uma vez. O menino tinha a mácula do mal já dentro dele, mas havia um perfume de pureza que se apegava à sua energia negativa.

Aqueles restos de energia pura pareciam estar vivos com um poder que não morreria.

- Inesperado...

Quando os olhos do menino machucado se abriram, Yuuhi sussurrou suavemente:

-Pai, ele tocou a menina pura, a energia dela ainda persiste, atacando a dele. - As presas da criança brilharam na escuridão com um sorriso fingido. - Devemos ficar com ele?

Os olhos de Yohji se estreitaram com as estranhas palavras do menino e, em seguida, olharam em volta para quem a criança estava se dirigindo, apenas para ver um homem vestido de preto sair das sombras para a fraca luz do beco. Ele era alto e o poder emitido de sua forma era como se ele fosse uma divindade vingadora.

Os olhos aterrorizados de Yohji se arregalaram, fixando-se nos olhos vermelhos cor de sangue e, desta vez, ele definitivamente viu presas. Ele pressionou seu corpo dolorido contra a parede. Ele nunca teria chance se ele tentasse correr no estado em que ele já estava.

Hyakuhei olhou para o jovem que havia assediado a garota que ele agora considerava sua. Este menino tinha ousado tocá-la e agora pagaria por sua insolência. Ele inalou e sentiu os restos do lobo que já tinha batido no menino gravemente e seus olhos de meia-noite entrecerraram-se em fendas.

- Kotaro esteve aqui! Como ele se atreve a interferir nisto? Seria ele a razão pela qual a menina tinha desaparecido de repente sem deixar vestígios? – resmungou Hyakuhei ao pensar que o licantropo esteve tão perto do Cristal do Coração Guardião e da garota mais uma vez. Só porque a menina o escolheu não a fazia realmente pertencer a ele. Nunca havia sido a decisão dela. Será que ele não aprendeu a lição no passado?

Ele pensou que havia matado a vil criatura junto com Toya há anos por ousar ficar contra ele e tentar proteger a garota de sua posse.

- Não importa -, os pensamentos de Hyakuhei ficaram melancólicos por um momento - você já lançou Toya e a sacerdotisa contra mim, Kotaro, e veja o que você me fez fazer.

Uma sombra de piedade cruzou seus olhos assombrados enquanto pensava no passado. Se Toya não tivesse tentado se tornar um guardião da sacerdotisa e afastar Kyou dele, Toya não estaria no mundo inferior agora, mas aqui, ao seu lado, junto com o belo Kyou. O único culpado por encher Toya de mentiras equivocadas foi Kotaro.

Kotaro também foi o único que havia avisado a sacerdotisa de sua verdadeira intenção. Era estranho como o tempo poderia deformar até mesmo as mentiras que foram ditas.

- Então, Kotaro - sussurrou ele - você a encontrou novamente.

Ele foi trazido de volta ao presente pelo gemido que veio do menino agachado contra a parede. Ele precisaria de mais de um novo recruta para encontrar sua sacerdotisa desaparecida se Kotaro também estivesse com ela. Hyakuhei a queria e a teria.

Ele pretendia reivindicá-la com a ajuda deste imbecil que pensou em contaminá-la. A corrupção de tal criatura servia para ele apenas. Ele tinha muitos planos para sua sacerdotisa, afinal, mil anos era muito tempo para formular novas formas de torturar alguém.

Voltando para as sombras, seus olhos brilharam enquanto ele assentiu ligeiramente com Yuuhi.

- Faça com que doa bastante. Torture a carne dele, mas não o mate. - Ele queria que esse menino sofresse um pouco mais por suas ações para que ele entendesse nunca desafiar seu novo mestre e nunca mais tocar na garota.

На страницу:
7 из 8