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Pickle Pie
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Pickle Pie

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Язык: pt
Год издания: 2020
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Seu primo sabia melhor do que ele como alguns dias eram difíceis.

“Cai fora, seu merdinha, ciganinho nojento!” deus disse de todos os lugares.

Timbo começou a correr como um condenado.

Ele correu na contramão da escada rolante, ofegando enquanto era arrastado de volta para baixo. Na pressa, ele esqueceu que este caminho era mais difícil. Timbo só ia na contramão quando estava entediado e queria brincar. Na pressa, ele foi por este caminho mesmo e ficou de quatro para chegar no topo.

Ele chegou ao lado de fora. Seus olhos rapidamente se ajustaram à rua escura. O metrô era tão claro, e o mármore ainda refletia a luz, que poderia muito bem ser dia lá embaixo. Ele andou alguns quarteirões, olhando em volta, esperando para ver se o deus ainda podia vê-lo.

Felizmente, ele não podia.

Timbo dobrou os dedos dos pés. O mármore era agradável e liso, mas a rua era bem diferente. Timbo gostaria de ter sapatos, mas Phuro sempre dizia que ele acabaria crescendo de qualquer maneira e de que serviria? Além disso, ele parecia mais patético assim e as pessoas lhe davam mais moedas.

Mas agora estava frio e Timbo andava sozinho. Ele não estava perdido, sabia o caminho de volta para o beco de Phuro, e mesmo que ficasse muito tarde, ele sabia o caminho de volta para casa. Não estava perdido. Mas ele não se atreveria a voltar só com essas moedas.

Então, ele encontraria algo para levar para casa. Roubo, era como os gadjes chamavam. Sua Família não chamava assim, mas os gadjes ficavam muito bravos quando eles pegavam você fazendo isso. Se eles não te pegassem, então tudo bem.

Então, Timbo só precisava encontrar algo para levar para casa. Algo... como um balão? Não. Como... uma barra de chocolate?

Não, isso também não.

Algo... como a bolsa desse homem? Ele deixou-a apoiada contra um poste de luz. Ele estava sentado no escuro, esperando. Ele continuava coçando o braço e não conseguia ficar parado. Ele deixava Timbo com medo, mas ele tinha outra escolha?

Além disso, o homem não parecia estar muito atento. Ele parecia como outros gadjes pareciam quando falavam com alguém ao telefone, mas ele não tinha telefone, e Timbo tinha certeza de que estava falando sozinho. Sua mente estava longe, definitivamente.

Timbo era pequeno. Era fácil andar em silêncio, escorar na parede, ficar na sombra.

Ele estendeu sua pequena mão em direção à bolsa.

O homem se virou para ele e Timbo se escondeu, certo de que tinha sido pego e ia receber uma surra, e então ele também receberia outra surra de Phuro por não trazer nada de volta.

Mas o homem apenas se contorceu como antes e murmurou.

Quando ele desviou o olhar, Timbo decidiu ir em frente. Ele esticou o braço e pegou a bolsa. Estava cheia de algo que Timbo não podia ver e era muito mais pesada do que Timbo imaginou. Ele grunhiu e ele estava certo de que o homem o ouviria, mas ele não ouviu.

Timbo levou a bolsa, sentindo seu peso, sorrindo largamente.

Ele traria algo para casa hoje.

GOTA SEIS

Diego coçou as crostas nos seus braços. Ele quase podia ouvir a voz de sua mãe dizendo-lhe para parar com isso, mas ele continuou, fazendo-as sangrar.

Ele não podia evitar quando estava na fissura assim.

Balançando nas pontas dos pés, ele esperou no beco. Estava escuro e ele não conseguia ver merda nenhuma. Ele procurou nos bolsos por sua fiel lanterna. Levou muito tempo para perceber que ele a havia vendido no dia anterior. A trocou por uma única carreira de cocaína. Ele precisava daquela carreira.

Ele coçou suas crostas através da manga.

Onde estava aquele maldito ucraniano? O cara era sacana pra cacete e não tratava Diego muito bem, mas era sempre pontual. A pontualidade era uma qualidade estranha, comum a todos os bons mafiosos. Se você não chegar na hora combinada, as pessoas ficam ansiosas e se mandam.

Dedos ansiosos sempre acabavam puxando o gatilho e matando alguém. Sempre.

Diego lambeu os lábios, mordendo as feridas secas. Ele olhou para um lado e para o outro na rua escura, estava escuro pra cacete, cara! Quem, em sã consciência, marcaria um encontro neste buraco? Atenas era um poço de merda, mas você poderia encontrar alguma parte iluminada para fazer negócios, cara! E algum lugar onde o vento não soprasse e te congelasse até os ossos.

Ele segurou o casaco mais apertado. Não melhorou quase nada, turco imbecil. Era estilosa e Diego gostava de se vestir bem. Ele precisava de uma boa imagem para seus negócios, cara. De que outra forma ele conseguiria seu próprio time? Ele tinha Patty Roo, o que já era um bom começo. Nem muito barata, nem muito cara. Uma boa atleta mediana. Mano, ele teve sorte nessa aposta ou o quê? A porra do Apostolis precisava de dinheiro rápido e Diego estava lá para apostar? Sortudo, sortudo, sortudo pra cacete. Apostolis, o puto ignorante, perdeu, claro, e entregou a chave da mulher para Diego.

Pelos seios enormes de Deméter, que bênção ela havia lhe dado naquele dia!

Diego coçou as crostas. Elas doeram, mas foi bom sentir alguma coisa nessa noite fria. Se ao menos ele tivesse sua lanterna, cara.

Ele verificou a mercadoria. Quatro coletes HPP de última geração. Lindos, simplesmente lindos, como sempre. Aquele filho da puta do Hector era um artista com essa merda, cara. Diego sempre dizia isso a ele, feliz pra cacete por ele ser seu amigo, cara. Tão orgulhoso. Tão fodidamente orgulhoso.

Diego coçou o braço de novo. Ele olhou para a bolsa. Onde estava aquele ucranianozinho de mer...

Finalmente.

Faróis de carro. Diego levantou o braço, não podia ver nada. Alguém saiu. Baixo e largo, como o ucraniano. “Porra, finalmente, cara, eu tô congelando minhas bolas aqui!”

O homem não disse nada e se aproximou. Diego não conseguia ver o rosto dele.

“Tô com sua merda aqui mesmo. Merda da melhor qualidade, melhor na cidade. Você não vai se desapontar.” Ele encolheu os ombros. “Tive que realmente vasculhar todo o estoque para achá-las, não foi fácil. Mas por você, e pelo preço certo...” ele parou, sua voz soando orgulhosa.

O rosto do ucraniano era feio e marcado como sempre. “Vamos, Diego. Me mostre o que tem.”

“Claro, deixe-me-”, Diego congelou e olhou para o local onde a bolsa estava há um minuto. “Um...” ele coçou a cabeça, arrastando os pés no escuro. Talvez ele tenha chutado pra longe sem perceber? Talvez tenha deixado em outro poste de luz?

“Pare com essa bobagem, você tem ou não? Não me faça perder tempo.”

“Estava bem ali, juro! Apenas um minuto atrás, pouco antes de você estacionar-”

“Malaka prezoni,” o ucraniano xingou em Grego e tirou algo da jaqueta.

Um flash e, por um momento, Diego pôde ver tudo. A rua suja, as lâmpadas queimadas, as persianas fechadas, o carro à frente.

Um pequeno anjo, correndo pra longe com minúsculos pés descalços.

Pôs sua mão sobre sua barriga e ela voltou ensanguentada.

Diego gorgolejou e xingou o ukraniano de volta. O homem ignorou-o e simplesmente o largou lá.

O drogado deitou-se no meio da rua, uma poça de sangue se formando em torno dele.

Não estava tão frio agora. Até os arrepios foram embora.

Diego teve apenas tempo suficiente para enviar uma última mensagem.

GOTA SETE

Diego enviou-lhe uma mensagem de texto estranha. 'Olhe no armário. Cuide bem dela.'

Hector tentou ligar de volta mas seu telefone não completou a ligação. Ele estava muito cansado e abalado para lidar com os pensamentos incoerentes de um drogado agora, então ele os ignorou e subiu para tirar uma soneca. Assim que ele caiu na cama, ele sentiu o sono envolvendo-o todo como um cobertor.

Algumas horas depois ele se sentia melhor. Não exatamente descansado, mas teria que ser o suficiente por enquanto. Por pouco não pisou em Armadillo. Seu animal de estimação olhou-o com raiva pois ele tinha esquecido de alimentá-lo. Ele era treinado a pressionar o autofeeder para conseguir ração, de modo que ele nunca correria o risco de morrer de fome devido à negligência, mas o fresquinho gostava mais das comidas enlatadas.

Hector verificou o armário. “É, desculpe, Armadillo,” disse ele, bocejando, “se contente com a ração. Eu não comprei comida para mim também, eu estava ocupado demais certificando-me de que não fossemos assassinados.”

O Armadillo se animou e mexeu as pernas dianteiras.

“Eu sei que você sobreviveria. Mas e quanto ao velho molenga aqui? Hector acenou em desdém. “Ah... eu vou fazer compras, estamos sem nada de qualquer maneira.”

O dia parecia bom. A cidade ainda era uma merda, mas ter sobrevivido fez tudo parecer saturado demais, as cores, os cheiros, a vida ao seu redor. Ele normalmente pegaria o caminhão, mesmo para uma viagem tão curta, mas hoje ele queria sentir o ar, sabe, sugar o monóxido de carbono? Atravessou a avenida Syggrou, ignorando as prostitutas nas suas esquinas. Ele desviou duas ruas do seu caminho para a boca de fumo habitual de Diego, que ficava atrás de uma casa de apostas.

Hector não era chegado em esportes. Pela primeira vez na vida, ele notou os vários cartazes e estatísticas exibidos para o futebol, basquete e corrida de Fórmula 1, tanto clássicos quanto elétricos, mas seus olhos caíram no torneio Cyberpink. Era meio difícil evitar. A coisa toda era projetada para atrair o olhar masculino enquanto roubava suas economias.

Ele entrou no local de apostas. Telas e mais telas com estatísticas, replays, partidas, todas controladas por realidade aumentada e todas com som holográfico direcional de modo que todos podiam ouvir apenas o jogo que queriam, fazendo com que o local tivesse um estranho efeito de eco como se fosse assombrado. Homens e mulheres apostavam nas equipes, nos resultados, nas jogadoras, nas MVPs e, para o espanto de Hector, nas lesões das jogadoras.

Ele percebeu que não sabia nada sobre Cyberpink. Havia algumas mulheres, em equipes? E algo sobre um crânio? Um crânio de cachorro, por algum motivo? E pontos?

Essa era toda a extensão de seu conhecimento. Seu implante mostrou um resultado de pesquisa em seu dispositivo de realidade aumentada, mas ele o dispensou. Ele se sentia cansado demais para aprender coisas novas agora.

Onde estava o Diego? Esta era sua boca habitual. Ele perguntou ao lojista.

“Oh, cara, ele te devia dinheiro também?”

Hector tomou nota do tempo passado. “Sim, mas não é por isso que estou perguntando. Eu realmente conheço o bastardo há anos.”

“Ah, maaano, sinto muito, então. Meus pêsames.”

Hector deu um passo para trás. “De que porra você está falando?”

“Ele foi pego esta manhã, cara, a duas quadras daqui. Ele estava fraco de tanta droga e se esvaiu em sangue antes que alguém pudesse ajudá-lo. Sinto muito, de verdade. E você não vai receber seu dinheiro de volta, Diego não tinha contas bancárias nem nada. Ele também me devia, eu fiz um hacker verificar.”

Hector forçou um sorriso para o homem. “Que tato pros negócios você tem,” ele brincou.

O homem encolheu os ombros. “É o que é, cara. Se você soubesse quantas vezes eu preciso fazer isso, você não seria tão crítico. Enfim, está afim de fazer uma aposta? As Beasties parecem ter chances de pegar a taça este ano.” Ele levantou um ORA na palma da mão, um Objeto de Realidade Aumentada que poderia ser visto por qualquer um no véu, o que significava praticamente todo mundo no planeta. Uma mulher de armadura, sexy pra caralho, com sua bunda empinada e lábios sedutores. “Essa é a Siren, minha favorita. Linda, não é? De qual delas você gosta mais?”

O homem olhou para cima e parecia que ele realmente queria saber.

“Humm. Eu não sou um cara chegado em esportes. Onde você disse que o Diego foi pego?”

O lojista digitou um número de rua e compartilhou o mapa com Hector.

“Obrigado.”

“Sem problemas. Venha apostar na Siren, hein? Dinheiro garantido!” ele gritou atrás dele.

GOTA OITO

Ninguém havia se incomodado em lavar o sangue.

Hector ficou lá com as mãos nos bolsos da jaqueta. O sangue estava vermelho nas bordas, seco, parecendo marrom-escuro agora. Não era cor-de-rosa. Isto não era um jogo esportivo. Isto não era um show no véu, ou na internet, ou em realidade virtual.

Ele conhecia Diego há mais de 10 anos, e isso é muito tempo quando você tem apenas 30 anos. Praticamente toda a sua vida adulta. Ele não era um amigo de verdade, mas conhecia o bastardo bem o suficiente.

Eles ficaram bêbados algumas vezes juntos, deram algumas risadas. Menos vezes depois que ele se tornou um viciado, desde então, era tudo sobre a próxima carreira para Diego. Ele nunca foi o melhor dos clientes, mas ele sempre pagava suas dívidas com informações da rua e várias oportunidades. A maioria eram tiros no escuro, mas algumas de suas dicas tinham realmente dado certo.

E agora, o que restava dele era uma mancha ao lado da estrada. Uma embalagem de comida descartada ficou presa no sangue ressecado.

Lixo agarrado ao lixo.

Ele passou a próxima meia hora andando de um lado para o outro no mesmo beco, tentando chamar alguém no telefone. O corpo de Diego havia sido recolhido e deveria ser eliminado pela cidade de Atenas. Ele queria ser reciclado, ter uma árvore cultivada a partir dele. Eles informaram a Hector que seu amigo era, aparentemente, um adorador de Deméter.

Hector sorriu surpreso. Ele não conhecia esse lado consciente-ambiental dele. A cidade recusou o pedido no testamento devido à falta de recursos, naturalmente. Mas até mesmo uma igreja corporativa não dava ajuda às pessoas. Especialmente aos mortos.

Hector pensou por um minuto.

“Eu pagarei pelo funeral, de acordo com seus desejos. Envie-me a fatura.” 1200 euros, o email disse.

Ele verificou sua conta bancária. 1700 euros. “Eu vou somar isso ao resto que você me deve, bastardo estúpido,” disse ele para a mancha de sangue.

“Desculpe, senhor?”

“Nada. Eu vou cuidar disso agora mesmo.”

Ele desligou, pagou a fatura eletronicamente e foi fazer as compras, mesmo que o mero pensamento de comida agora o fizesse vomitar.

GOTA NOVE

De volta à sua oficina, Hector teve um pensamento incômodo. Ele leu a última mensagem que Diego havia enviado em voz alta para Armadillo.

“Tem alguma idéia? Não?”

Ele largou as ferramentas e foi para a frente. Ele ficou parado no lugar em que Diego estava na última vez em que o viu. A vez em que ele virou as costas para ele. Olhou ao redor.

O armário à direita, perto da saída.

Ele abriu.

O pen drive estava lá. Limpo. Precioso.

Aquele bastardo astuto. Ele tinha virado as costas, o quê, cinco segundos? Dez, no máximo?

Hector pegou-o com firmeza e foi visitar outro artesão que ele conhecia.

GOTA DEZ

“Uma belezinha o que você tem aqui,” disse o homem acima do peso, rolando a tela de seu computador. O covil do hacker estava cheio de computadores destruídos e refrigerantes.

“Tony, eu ainda não entendi essa coisa de propriedade blockchain.”

“Violator, cara. Meu nome é-” o hacker choramingou.

“Eu nunca vou te chamar assim. Agora pare de desperdiçar meu tempo. Explique,” ele disse parecendo entediado, fazendo sinal para ele ir em frente.

Tony, o hacker, tomou um gole e pensou um pouco. “Olha, a blockchain é pública e imutável. É um registro público de quem enviou o quê.”

“Eu uso criptomoedas, eu meio que entendo isso. Certo. Como esse pendrive me ajuda?”

“Este pendrive simplesmente carrega o paramone, a chave hash de propriedade da atleta designada. Neste caso, de uma tal de Patty Roo,” Tony apresentou a imagem de uma atleta.

Nome Patricia Georgiou Pseudônimo Patty Roo Força 2 Velocidade 1 Estratégia 3 Sensualidade 1 Dimensões de Bojo D Modificações Corporais 21% Time Pinup Girls (Substituição Temporária) Posição Enforcer (Espada e Escudo) Vitórias 4 Derrotas 67 Rendimento 4500 Patrocínios Nenhum

Hector se inclinou para a frente, de repente não mais entediado. “4.500 de rendimentos, tipo, em euros por mês?” Ele assobiou. Não era uma fortuna, mas ele precisava de três pedidos completos para chegar a esse nível de renda com sua loja, e também tinha despesas e custos de material para pensar.

“Sim. Deixe-me carregar o Cyberpink Owners App no seu véu...”

Hector apertou o botão de instalação assim que apareceu, seus olhos sem desgrudar da página de estatísticas.

“E agora a chave hash de propriedade...” Tony digitou em seu teclado. “Vamos esperar por alguns segundos. Três confirmações. Sete. Concluído.” Ele virou a cadeira e brindou com um suco de laranja cheio de açúcar. “Você é agora o orgulhoso proprietário de uma atleta Cyberpink. Seu contrato paramone pertence à você.”

Hector recostou-se e respirou fundo. “E eu acabei de me tornar um proprietário de escravo? Fácil assim? Como isso pode ser legalizado?”

“Débito,” disse Tony, pinçando o ar diante dele como se a palavra estivesse pendurada em seus dedos. “Dívida maciça e esmagadora. Não é escravidão, não tecnicamente. É servidão por dívida. As garotas estão apenas pagando de volta o que devem às corporações, produzindo renda. Naturalmente, as lesões e os custos de manutenção continuam se acumulando, junto com os juros e as taxas de atraso. É tudo perfeitamente legal de acordo com os contratos que todos assinamos, e elas simplesmente competem no Cyberpink por anos antes mesmo de chegar perto de pagar suas dívidas.”

“Então, eu não possuo uma escrava, eu apenas possuo sua dívida, então até que ela pague, ela é tecnicamente minha para fazer o que eu quiser.”

Tony lambeu os lábios de uma maneira repugnante. “Tendo idéias?”

“Sim!” Hector cuspiu as palavras, com os olhos arregalados. “Vou colocá-la para trabalhar e pagar minhas dívidas.”

GOTA ONZE

Eles pegaram o caminhão de Hector e chegaram ao estádio Cyberpink. As ruas estavam cheias de pessoas que chegavam, ônibus esvaziavam filas inteiras de fãs, carros estacionados em todos os lugares e em qualquer lugar.

Barulho, música eletrônica, carrinhos de cachorro-quente e de loukoumades, pessoas gritando, excitadas.

“Eu nunca entendi toda essa coisa de ser fã de esportes,” admitiu Hector, acenando ao redor.

Tony comprou um punhado de refrigerantes. “Ah, você está perdendo. Seu pai não te trazia para nenhum jogo?”

“Meu pai me ensinou como fazer armaduras.”

“Parece empolgante. Além de ser um ganha-pão, certo? Vamos lá, portão C, lá estão nossos lugares.”

Hector seguiu o homem acima do peso enquanto ele atravessava a multidão. Ele nunca gostou de multidões, o faziam se sentir desconfortável. Inseguro. Ele poderia se contentar com pelo menos duas de suas armaduras em exibição agora, mesmo as mais leves. O colete que ele usava quase não parecia proteção suficiente. As pessoas caíam sobre ele, um esguichou um pouco de ketchup de seu cachorro-quente nele e nem sequer se desculpou, crianças se debatiam enquanto eram carregadas por seus pais, chutando pessoas ao seu redor, impunemente.

Loucura.

As garotas Cyberpink estavam por toda parte ao redor deles. Em cartazes gigantescos, em projeções holográficas realistas, em ORAs que incluíam um prático botão ‘Comprar Agora’ pra conseguir uma versão animada de alta resolução para bater punheta, tudo.

Cores, carne, seios, junk food, bebida alcoólica, mas tudo ainda permitido para crianças por algum motivo, adequado para toda a família. Traga seu filho para uma partida de Cyberpink, tenha algo para se lembrar quando o pirralho de merda se tornar um adolescente e não quiser mais sair com você.

Excesso.

Pão e circo.

Hector sacudiu a cabeça. A quem ele estava enganando? Ele, no mínimo, era parte do sistema agora, um orgulhoso proprietário de atleta. Ele mal podia acreditar.

“Vamos!” Tony gritou e acenou para que ele subisse as arquibancadas.

O lugar estava lotado. Hector sentou-se, tendo que acotovelar Tony que ocupava muito espaço. O estádio era muito menor que um campo de futebol, uma cúpula fechada, mas com as mesmas luzes ofuscantes que brilhavam na grama, o placar gigante, os fotógrafos e cinegrafistas que flanqueavam o campo.

Claro, você poderia carregar tudo no seu véu e assistir de qualquer ângulo que desejasse. Tudo por uma assinatura baratinha de 14,99 euros. O anúncio explodiu no rosto de Hector, completamente ilegal em outras áreas, você não podia simplesmente invadir os véus das pessoas assim sem a permissão deles, mas eles aceitaram os termos e condições da Dionysos Entertainment ao comprar o ingresso.

Sua casa, suas regras.

Uma atleta Cyberpink peituda agitou os seios em seu rosto, e ele tentou ignorar o irritante ORA.

Tony lhe deu uma cotovelada, sorrindo. “Você acha que isso é bobo.”

“Bem, sim.”

“Mas você também está se empolgando.” Ele ofereceu um refrigerante.

“Eu tenho que admitir que estou. Não, obrigado, eu realmente não quero ter que usar o banheiro aqui. Então, me conte tudo sobre essa porcaria. Eu não sei merda nenhuma sobre isso.”

“Nada? Wow. Ok, vejamos. O Jugger é um esporte simples, mas muito divertido.”

“É como futebol com armas medievais, certo?”

“Bem parecido. Duas equipes de cada lado, cinco atletas em cada equipe. Uma Qwik, uma Chain, três Enforcers.”

“Só isso?”

“Isso é tudo que é preciso. Mas fica complicado rapidinho, então deixe-me explicar.”

A partida estava prestes a começar. Cornetas soaram, a música tocou, fãs se organizavam para se sentar.

“A única que pode carregar o crânio é a Qwik de cada equipe. Então as outras tentam protegê-la, enquanto acertam a equipe adversária.”

O logo da Dionysos apareceu no meio do estádio. Os fãs urraram.

As Pinup Girls correram em uma formação dispersa dentro do estádio. As cores do time delas eram verde e branca. Elas posaram em sincronismo, assim como as Pinups das antigas. Empinando suas bundas, estufando seus peitos, apertando seus lábios.

Os fãs enlouqueceram, gritando de modo selvagem, dando declarações públicas de amor, disparando suas câmeras para conseguir um pedacinho das adoráveis mulheres.

Uma não estava muito alegre. Elas a tinham posto habilmente nos fundos da formação. “Essa é ela?”

“Sim, essa é sua garota. Sem ofensas cara, mas ela parece meio deslocada nas Pinups.”

“Relaxa,” resmungou Hector, mantendo os olhos em seu investimento. Sim, ela era diferente, tudo bem. Cabelos curtos, excessivas modificações corporais, em contraste com o resto das Pinups que só tinham armaduras de verdade no peito, que Hector não podia ver claramente de tão longe, mas já aprovadas. Ela se mantinha em uma estranha 'pose sexy', obviamente se esforçando e obviamente falhando.

O estádio entrou em erupção. Hector achou que tinha ficado surdo. O locutor mal podia ser ouvido. A equipe adversária entrou, e a multidão rugiu, levantando-se, jogando a comida para o alto, sacudindo os portões de metal enquanto os seguranças os derrubavam com armas de choque impunemente.

“Senhoras e senhores e suas variações, apresentando as Daaarlings of Deeestruction!” o locutor disse em sua voz retumbante.

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