bannerbannerbanner
Desejo Mortal
Desejo Mortal

Полная версия

Desejo Mortal

текст

0

0
Язык: pt
Год издания: 2019
Добавлена:
Настройки чтения
Размер шрифта
Высота строк
Поля
На страницу:
2 из 5

"Por exemplo?", perguntou Gypsy.

"Coisas das quais as pessoas não queriam se desfazer", complementou Lacey e viu quando sua prima ficou de queixo caído.

Capítulo 2

"Ele mandou você roubar alguma coisa?" O tom de voz de Gypsy subiu com sua perplexidade. "Não posso acreditar que vovô a incentivaria a fazer algo tão perigoso”.

"Como você acha que ele entrou neste negócio inicialmente?", perguntou Lacey com um leve sorriso.

"Eu só ouvi boatos”, sussurrou Gypsy mais que um pouco surpresa com a confissão. Algumas pessoas das classes mais altas nos leilões alternativos vinham usando as dicas dela nos últimos dois anos. Ela apenas acenou gentilmente para eles com a cabeça e sorriu, depois, apagou da mente os rumores, não querendo pensar muito neles.

Ela suspirou, enquanto admitia: "Eu apenas ignorei tudo, pensando que eles estavam pegando no meu pé, pois, muitas vezes, conseguimos coisas que os outros queriam muito conseguir”.

"Eles tinham todo o direito de ter ciúmes. Vovô era um famoso ladrão em seus primórdios e foi capaz de colocar as mãos em muitos itens valiosos durante aqueles anos", confirmou Lacey com um tom de orgulho na voz.

“Sua especialidade eram objetos sobrenaturais… antigos livros de magia, revistas, pinturas e vários itens mágicos. Rumores clandestinos garantem que ele realmente encontrou o Santo Graal e o escondeu do homem que ele havia contratado para localizá-lo. Duvido muito que ele tenha conseguido, mas esse é apenas mais um mito atribuído a Vovô".

Gypsy franziu a testa: "Como é que ele ficou vivo todos esses anos saindo em busca desses artigos perigosos?"

Lacey deu de ombros: "Quem sabe? Vovô fez muitos inimigos antes de se aposentar de seu passatempo predileto. Ninguém conseguia provar que era ele, pois havia dominado a arte do roubo. Uma das primeiras coisas que ele roubara foi um dispositivo de disfarce que o tornava completamente indetectável. Sua proteção contra a maioria dos inimigos que suspeitavam dele era o fato de que muitas das coisas que eles achavam que ele poderia ter roubado eram poderosas o suficiente para serem usadas contra eles, se houvesse retaliação".

“Um dispositivo de disfarce”, repetiu Gypsy com os olhos arregalados. “Como a capa de invisibilidade de Harry Potter?"

“Não sei… eu nunca cheguei a vê-lo, já que desapareceu antes que qualquer uma de nós tivesse nascido", respondeu Lacey. “Acho que outro cara foi um ladrão ainda melhor do que Vovô".

“Não é de admirar que o restante da nossa família fosse morar em outra cidade e nos alertasse sobre a convivência com Vovô. Eu achava que era apenas porque eles presumiam que ele era louco por acreditar em fenômenos sobrenaturais e por ter uma loja como esta”. Gypsy balançou a cabeça, lembrando-se de todas as vezes que ela o defendera. Ela ainda não havia se arrependido, mesmo assim. Ela o amava e isso era tudo que importava para ela.

"Ah, não", Lacey a contradisse. "A família não faz ideia. Ele queria assim. Ele sempre se comportava de forma estranha perto deles de propósito… para que eles o rotulassem como um marginal esquisito e se afastassem. caso alguém fosse atrás dele”.

Os lábios de Lacey indicavam uma cara de preocupação, quando ela voltou a pensar na época em que ela se mudou com o avô pela primeira vez… exatamente para esta loja. Quando ela tinha nove anos de idade, seus pais tinham sido mortos em um estranho acidente e seu avô tinha havia aparecido para pedir sua guarda em questão de horas. Ele não tinha nenhuma maneira de saber se a ocorrência realmente foi um acidente ou não e havia confessado à neta essa preocupação secreta depois que ela ficou sabendo a verdade sobre ele.

Havia indícios de que seus pais poderiam ter sido assassinados por algum acessório paranormal que finalmente tinha impulsionado Lacey a querer buscar vingança contra alguém que colecionava artigos sobrenaturais, na esperança de que ela se deparasse com a pessoa que o matara. Nada havia surgido, no entanto, e ela rapidamente tornou-se viciada pela emoção do trabalho. Além do que… esse dinheiro não era nada mau.

“Foi minha a ideia de seguir seus passos e ele foi contra desde o início”, ela se recordou. “Mas, depois de um tempo, eu o acalmei, saindo para roubar por conta própria. Eu fiz com que ele me pegasse em flagrante de modo que não tivesse outra escolha, além de me ensinar como entrar e sair sem ser detectada. Não foi dele a ideia, mas eu não lhe deixei outra opção. Ou ele me deixava fazer isso sozinha e morrer assassinada ou me ensinava todos os seus truques e esperava pelo melhor”.

“Entendo", Gypsy balançou a cabeça para a prima desonesta e quase sentiu pena do avô dela. “O coitado do Vovô nem teve a chance”.

“Com certeza… eu quase perco a cabeça com este último trabalho", confessou Lacey. “Foi culpa minha e Vovô não deveria ter assumido. Ele sabia que eu era teimosa e fez o melhor que pôde”.

“Ah, não”, sussurrou Gypsy fazendo cara feia. "Você estava desaparecida há mais de um ano. O que exatamente aconteceu com você?" Ela estendeu a mão para tocar na bochecha de Lacey com o dorso do polegar, limpando uma mancha da sujeira que havia ali. “É por isso que você está vestida como um menino sujo e se esgueirando pelos cantos? Está fugindo de alguma coisa... ou de alguém?"

“Acho que um pouco das duas coisas. Eu nem deveria estar aqui neste exato momento e, quanto menos você souber sobre o que está acontecendo, melhor”. Ela olhou para a porta, sabendo que deveria seguir o exemplo do avô e proteger a família, mantendo distância deles. "Eu deveria ter entrado e saído daqui, sem que ninguém percebesse, mas seu cão de guarda tinha que aparecer e estragar tudo”.

Gypsy observou que Lacey começou a inquietar-se e a forma como ela estava olhando agora ansiosamente em direção à porta, como se quisesse sair. Não querendo que ela saísse, Gypsy deixou escapar rapidamente: "Há uma cláusula no testamento do Vovô em relação a você… ele nunca desistiu de fazê-la voltar para casa”.

Lacey sorriu carinhosamente: “Ele sempre cuidou muito bem de nós”.

Gypsy concordou sinceramente: "Isso mesmo; e foi por isso que ele deixou metade da loja para você em seu testamento. A Witch's Brew é metade sua e metade minha. Embora você não estivesse por perto, eu ainda mandei corrigir a escritura exatamente como Vovô queria. Somos parceiras de negócios agora e poderemos administrar este estabelecimento juntas, se você resolver ficar”.

"Eu não sei”, sussurrou Lacey. Seus dias estavam contados. Mesmo que ela tivesse conseguido o livro de magia e danificado o símbolo do demônio… eles ainda a alcançariam finalmente e esse seria o seu fim. Ela começou a afastar sua mão da mão de Gypsy, mas sua prima continuou segurando firme. "Você não sabe o que está pedindo. Se eu ficar… pode ser perigoso para nós duas… não apenas para mim”.

“Tenho amigos muito poderosos agora e eles podem ajudá-la... a mantê-la protegida de quem ou do que quer que esteja te causando tanto medo ", disse Gypsy erguendo o queixo. “Depois do que aconteceu por aqui… Eu estou um pouco mais resistente do que você se lembra e posso lidar com isso”.

Lacey fechou os olhos e respirou fundo. A loja que ela sempre adorou era metade dela… que a alma do avô seja abençoada. Ele sempre disse que ela se parecia com ele quando era mais jovem e finalmente passou a orgulhar-se disso em vez de pensar que era uma coisa ruim. Naturalmente, ela também conseguia se lembrar das longas palestras do avô sobre morrer assassinado. Isso mesmo… se ele pudesse vê-la agora, as primeiras palavras que sairiam de sua boca seriam: eu te avisei.

Gypsy poderia dizer que ela saiu ganhando e acrescentou: "Você pode até me dizer o que queria retirar do cofre que eu vou pedir a Ren que o devolva para você, se isso vai ajudá-la a se sentir mais segura". Ela tinha ficado tão solitária desde quando Lacey tinha desaparecido e o avô havia falecido. Ela tinha sido convencida de que Lacey estava morta até mesmo havia chorado por ela. Vendo-a aqui agora… a última coisa que queria era perdê-la mais uma vez.

A mente de Lacey estava a mil por hora. Ela queria tanto ficar, mas ousaria subestimar os demônios que a perseguiam, deixando baixar a guarda? Acima de tudo, um dos amigos de Gypsy era um demônio… ou um super-homem, ou algo parecido e isso a deixou um pouco trêmula. Foi aí que algo que Gypsy havia dito a fez pensar e um sorriso malicioso espalhou-se em seus lábios.

"Gypsy", ela começou, cuidadosamente: “você falou do feitiço que tem na loja… que somente o proprietário pode convidar pessoas para entrar… certo? Eu sou coproprietária da loja, então, se eu mandar alguém se retirar… eles têm que sair?"

"Isso mesmo: você determina quem pode e quem não pode entrar, se não for cem por cento humano", confirmou Gypsy com um aceno rápido de cabeça e, então, ofegou quando, de repente, Lacey inclinou-se para frente e deu-lhe um abraço apertado.

"Isso significa que posso mandar sair qualquer um que me incomodar, inclusive seu guarda-costas prepotente", disse Lacey com uma risadinha, sentindo-se nervosa agora que tinha se convencido de que o movimento mais inteligente que ela podia fazer era ficar ali mesmo onde havia uma proteção contra demônios ao seu redor. Talvez ela apenas se tornasse reclusa ou, pelo menos, teria uma ideia sobre quando seria o momento de enfrentar os demônios.

"Ah, por favor, não expulse os rapazes", disse Gypsy e virou-se para trás, quase rindo do beicinho desapontado no rosto de Lacey. "Se não fosse por Ren e Nick, eu estaria morta ou seria escrava de um demônio e você não teria tido uma loja para onde voltar. Eu devo a minha vida aos dois. E, até onde vai o conhecimento de Ren, você não pode usar contra ele o feitiço que ele mesmo ajudou a colocar neste lugar". Ela escondeu um sorriso de culpa, sabendo que já havia feito isso uma vez, ao testar o feitiço.

Lacey quase revirou os olhos, mas concordou em deixar que a prima soubesse que ela iria se comportar... da melhor forma que pudesse, de qualquer maneira. "Você pode, pelo menos, guardar meu segredo? Quanto menos pessoas souberem o que eu tenho feito, melhor. Para ser honesta, eu não deveria nem ter-lhe contado. Além disso, eu prefiro conviver com seu harém em vez de lutar com eles”.

Gypsy estava prestes a responder quando ouviu o giro da enorme maçaneta da porta, fazendo com que as duas garotas pulassem de surpresa. Ela suspirou profundamente, sabendo que os meninos tinham decidido que já haviam esperado pelo tempo suficiente ou que tinham ouvido tudo… ela preferia que fosse a primeira opção.

As garotas observaram atentamente quando a espessa porta de aço se abriu e Ren entrou, seguido de Nick. Ren não parecia nem um pouco feliz, enquanto Nick trazia no rosto calmo uma expressão compreensiva.

"Suponho que seja um pouco tarde demais para guardar segredos”, afirmou Ren com satisfação. "Nós já ouvimos tudo”.

Lacey apenas fixou o olhar nele, sabendo que eles só tinham ouvido o que ela acabara de dizer a Gypsy e… isso era apenas a ponta do iceberg. Se eles realmente soubessem de tudo, já a teriam jogado para fora e trancado a porta.

Nick percebeu o olhar intenso que Ren estava lançando sobre Lacey e imaginou se o idiota ia mesmo recriminar a garota por ser a ladra que ele havia originalmente acusado de ser. Bem no fundo da mente, ele esperava que Ren fizesse algo realmente estúpido para que as garotas pudessem colocá-lo no lugar que ele merecia.

Decidindo esperar para ver o que aconteceu, Nick deu alguns passos até ficar em pé ao lado do sofá onde Gypsy estava e assistir ao show.

Sabendo que eles estavam fracassados, Gypsy rapidamente afastou a mão do cristal e encolheu-se quando Ren olhou para ele com uma expressão de desapontamento. Ela não entendia por que, mas o fato de ser capturada por Ren fez com que ela se sentisse como uma criança e franzisse a testa, percorrendo todo o acolchoado para aproximar-se de Nick.

"Em circunstâncias normais, um cristal de sigilo poderia ter funcionado com seu avô e seus outros parentes... mas eu não sou humano", informou Ren às duas, mas suas palavras foram direcionadas a Lacey. "E, depois do que acabei de ouvir, acho que guardar segredos não é a melhor ideia... na verdade, isso é muito ruim e você", acrescentou ele, fixando em Lacey um olhar severo: “não contou nem a metade da história".

Lacey contraiu os lábios e lançou-lhe seu olhar mais incisivo e desafiador: “Ninguém lhe pediu para espionar, seu pequeno dissimulado!"

Ren subitamente estava se debruçando sobre Lacey, encarando-a com seus intensos olhos prateados e os óculos escuros no punho. Como ela ousa chamar-lhe de pequeno, se ele tinha duas vezes o tamanho dela.

Gypsy pulou e deslocou-se rapidamente para ficar atrás de Nick, quando Ren pressionou as duas mãos contra a parte traseira do sofá, prendendo Lacey contra os acolchoados.

"Comece a falar", ordenou Ren com uma voz rouca, na esperança de que a intimidação era a chave para obter os detalhes que ele queria.

Agora que Gypsy estava atrás dele e não podia ver sua expressão, os lábios de Nick se abriram em um largo sorriso. Ele deu um passo para trás, aproximando o corpo ainda mais do corpo da moça, informando-lhe silenciosamente que ele iria protegê-la do brutamontes descontrolado que era o Ren. Não era culpa dele que Ren estivesse fazendo com que ele parecesse um homem de bem.

Lacey olhou para Ren com igual ferocidade e retirou algo do bolso rapidamente, apalpando o objeto sem ninguém perceber. Sentindo o fino metal quente tocar sua pele, ela surpreendeu a todos quando bateu a palma da mão contra o peito de Ren e facilmente empurrou-o para longe dela.

"Para trás", insistiu ela, com calma.

Ren sentiu algo furando sua pele através da camisa e realmente deu um passo para trás, relutante. Seus lábios se comprimiram ao saber que ela tinha na mão um tipo de medalhão encantado e, com um movimento rápido, ele o empurrou para longe dela. Quando o objeto queimou-lhe a mão instantaneamente, ele o atirou para o outro lado da sala.

"Já não basta desses brinquedos infantis?" rosnou ele, desejando silenciosamente que sua mão parassse de arder. Seja lá o que fosse… não tinha gostado muito dele e o sentimento era mútuo.

"Eu não tenho que te contar coisíssima nenhuma", disse Lacey, mantendo a voz pausada e uniforme enquanto se levantava.

O fato de que o medalhão havia funcionado tão bem sobre ele mostrou a ela que ele era poderoso. O objeto apenas reagiu ao poder e, geralmente, nem mesmo funcionaria com demônios de nível inferior, pois eles não tinham poder suficiente. Honestamente, ela não tinha esperado que o medalhão funcionasse sobre ele… simplesmente tinha sido a única coisa que ela conseguia alcançar a curta distância.

"Posso ser apenas humana, mas não cometa o erro de subestimar-me”. Lacey expirou bem forte quando Ren deu um passo ameaçador em sua direção. "Eu nem conheço você”, ela o informou levantando a sobrancelha.

Ren passou a mão pela franja, exasperado, e contou até dez silenciosamente… não que isso fosse ajudar.

Ignorando Ren, Lacey dirigiu o olhar para Gypsy. "Vou me livrar dessas roupas de menino e tomar um banho. Vovô guardou alguma das roupas que eu deixei aqui?"

Gypsy concordou, decidindo que Lacey tinha mais bolas do que se lembrava, embora sua prima realmente nunca tivesse sido uma incentivadora. "Elas estão embaladas em um baú no armário”.

Lacey sorriu agradecida: “Bem, vejo vocês em alguns minutos. E você”, continuou ela, lançando outro olhar para Ren e revidando-lhe pela maneira como ele a tratara há alguns minutos: “nem pense em espionar".

"Como se", disse Ren ofensivamente e cruzou os braços sobre o peito, enquanto lhe dava o ultimato: “você fosse uma ratazana suja da rua".

Lacey deixou transparecer um sorriso no rosto, resolvendo que, se não pudesse derrotá-lo no jogo de insultos, então, ela iria se divertir com ele: “Você sabe que quer fazer isso”.

"Acho que você entendeu ao contrário", Ren lançou um olhar lancinante sobre ela. "Você tem fama de descobrir a trava e aparecer sorrateiramente onde não é convidado”.

Desistindo, Lacey jogou para ele o cristal silenciador que ainda tinha na mão e partiu para o chuveiro, batendo a porta por trás dela.

Ren sorriu enquanto pegava o cristal em pleno ar e habilmente embolsou o objeto… eles não iriam mais utilizar aquela pouquinho de magia.

"Ela se esqueceu das roupas", observou Nick apontando para o armário que Gypsy tinha indicado.

Em uma questão de segundos, a porta se abriu novamente e Lacey saiu resmungando baixinho sobre a necessidade de uma zona livre de testosterona. Ela foi direto para o armário e arrastou o baú para o campo de visão.

Gypsy levantou uma sobrancelha e lutou contra o sorriso que tentava aparecer em seu rosto quando Lacey puxou o baú pesado até o banheiro e bateu a porta novamente, sem olhar nem uma vez sequer na direção deles.

No momento em que todos eles ouviram o chuveiro ligar, Gypsy deixou que seu riso leve e estridente enchesse a sala. Ia ser tão divertido ter sua prima de volta. Se não houvesse mais nada… a garota era divertida e tinha sido sua melhor amiga desde sempre.

"Não entendo por que você é tão divertida”, resmungou Ren e saiu do apartamento, batendo os pés ao longo de todo o percurso da escadaria. Ele não tinha ideia de como diabos ele poderia se sentir exacerbado e empolgado ao mesmo tempo.

Nick irritou-se e olhou para Gypsy: “Eu realmente acredito que eles estavam apenas flertando um com o outro”.

Gypsy assentiu, gostando da ideia. Talvez esta fosse outra razão para Lacey ficar. "Bem, se ela estiver em apuros… e eu suspeito que está, quem melhor para protegê-la do que Ren?" disse ela com um sorriso.

Nick não sabia se tinha ciúmes porque ela considerava Ren um protetor melhor do que ele ou se ficava feliz porque parecia Gypsy parecia tranquila em relação à atração mútua entre Ren e Lacey. Ele pensou nisso por um segundo e, então, desistiu… admitindo silenciosamente que Ren era maior, mais forte e bem mais poderoso. Para piorar a derrota do grandalhão, havia o fato de que ele não tinha alguns neurônios.

Ren tinha ouvido falar da ruptura de Nick, mas ignorava o que ele estava insinuando. Flertar… não havia chance alguma de que ele um dia pensasse em ser atraído para aquela pirralha. Ela era sarcástica, desonesta e uma ladra… todos os pontos negativos registrados por ele. Ele chegou até as escadas e começou a andar para trás e para frente na enorme área de armazenamento.

"Ela realmente mandou que eu… EU não espionasse", reclamou ele em um sussurro áspero enquanto andava.

Capítulo 3

Lacey suspirou quando a água quente respingou sobre seu corpo e adorou a sensação de finalmente estar completamente livre das ataduras que ela tinha enrolado em volta dos seios para ficar parecida como um adolescente. Ela teve uma boa noção para queimar as roupas roubadas que estivera usando.

Ela tirou o esfoliante de onde estava pendurado na torneira da banheira e esquentou a água um pouco mais. Para ela, relaxar era uma regalia da qual não tinha sido capaz de usufruir desde quando fugiu de Vincent e da horda de demônios que estavam atrás dela.

Vincent… até o nome evocava sentimentos de culpa e ela franziu a testa, com tristeza. Ela o havia conhecido alguns dias depois de haver recebido um layout do enorme museu enviado pelo avô. Simplesmente aconteceu que os dois tinham sido enviados por pessoas diferentes para roubar o mesmo artefato.

Seus lábios se contraíram com a recordação engraçada… o olhar no rosto bonito de Vincent quando ele a pegou na mesma sala secreta que ele foi arrombar. Se eles tivessem tentado discutir sobre qual deles tinha chegado lá primeiro e que merecia o espólio, teriam alertado os guardas fortemente armados, que estavam logo no fim do corredor, e teriam sido dominados ou, pior… mortos a tiros.

Olhando um para o outro, eles levaram cerca de trinta segundos para chegar à decisão comum de trabalharem juntos a fim de conseguirem a peça. Contudo, repensando sobre isso agora, ela percebeu que Vincent teria concordado de uma forma ou de outra… ele só havia aceitado a parceria porque também queria a peça.

Uma vez que tinham conseguido sair do museu em segurança, de repente foram rodeados por cinco demônios da escuridão de olhos negros que haviam se incorporado em algumas autoridades locais, possuindo-as.

Ali parada, diante das luzes intermitentes dos carros dos policiais, com as mãos levantadas e cinco conjuntos de armas apontadas diretamente para eles, ela pensara com certeza que eles não iam conseguir escapar dali com vida. Isso foi até Vincent entregar a um deles o artefato roubado e receber em troca uma enorme mala de dinheiro.

Depois disso, Vincent tinha se oferecido para dividir o dinheiro com ela e pedido que ela entrasse no negócio com ele. Sem pensar nas consequências, ela concordara com a parceria, decidindo que poderia conseguir ainda mais coisas para seu avô através dos vínculos de Vincent com esses novos colecionadores agressivos.

Ela ficara empolgada com o fato de finalmente ter um parceiro e tinha visto que ele poderia ser tão dissimulado quanto era. Também não era nada mau que ele fosse extremamente sexy e tivesse um sotaque britânico que dava a impressão de que ele estava flertando com cada frase.

Lacey balançou a cabeça pelo pensamento ingênuo enquanto ensaboava o cabelo com shampoo. Ela aceitara o acordo por ganância e, como ele era sexy para caramba… suas duas únicas fraquezas.

Depois de uma noite e a maior parte do dia seguinte de sexo animalesco e sem compromisso, Vincent lhe havia contado um pouco sobre o círculo secreto ao qual pertencia. Não tinha demorado muito para que ela percebesse que fazer uma parceria com ele significava que ela estava se aliando, também, com toda uma rede de poderosos demônios.

Graças ao avô, ela não tinha ficado completamente desinformada sobre demônios, mas isso não significava que ela algum dia iria compactuar com um deles. Embora a consciência de saber aonde ela estava se metendo a tivesse deixado nervosa, ela havia ignorado o sexto sentido e ficara ansiosa pela emoção que Vincent estava lhe oferecendo.

Naquela noite, ele tinha levado a moça para conhecer o demônio líder do círculo secreto… um velho que, em todos os aspectos, parecia ter uns cento e dez anos de idade e atendia pelo nome de Masters, que ela achara engraçado na época.

Quando o velho demônio rejeitara friamente o convite dela para entrar no círculo secreto do roubo e tentara matá-la no local, ela havia perdido todo o senso de humor. Se não fosse Vincent ter passado na frente dela e levado a bala que era direcionada à cabeça dela, agora ela estaria morta. Ela pensara que Vincent estava morto quando ele se virou e gemeu, ao sentir penetração da bala, lançando um jato de sangue no rosto dela.

Essa era a primeira vez que ela tinha percebido que Vincent não poderia estar morto… não importa o que tinham feito com ele. Ele arrancou a bala do ombro enquanto discutia com o demônio de olhos negros em nome dela, dizendo que há anos que ele queria um parceiro e que ele a havia escolhido.

Vendo como Vincent era seu ladrão favorito, Masters concordara relutantemente, mas só se ele pudesse marcá-la como uma de suas subordinadas, concedendo-lhe o direito de matá-la, caso ela algum dia saísse da linha ou tentasse abandonar o grupo.

На страницу:
2 из 5