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A Noite Em Que Chicago Morreu - Um Romance Da Justice Security
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A Noite Em Que Chicago Morreu - Um Romance Da Justice Security

Язык: pt
Год издания: 2021
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"Vimos o táxi passar, e o tal Esteban virou-se e disparou várias vezes contra o táxi. Deve ter falhado. O motorista da limusina disse ao Esteban que eles tinham de desaparecer, porque o taxista chamaria, com certeza, a polícia. EsteBan concordou com o motorista da limusina, e chamou-lhe 'Félix'", disse William. Eles foram-se embora depois disso."

"Conseguiram ver o número da matrícula?" Perguntei-lhes.

Ambos abanaram a cabeça.

"Obrigada pela vossa ajuda. Por favor, aguardem aqui mais um bocado e eu levo-os à tal clínica.”

Ambos os Glicks agradeceram.

O Sam e eu afastámo-nos.

"Reconheces alguns destes nomes?" Perguntei ao meu parceiro.

O Sam estava a pensar. "Já ouvi o nome Tinker... Talvez seja um fornecedor de escalão mais baixo. Os outros dois... Algo sobre Esteban Fernández soa familiar, mas não sei porquê.”

"Comigo também. Mas não consigo pensar de onde...” Estremeci. "Onde está o taxista?"

"Sentado no táxi."

Calor! Pensei que era a altura ideal para interrogar o taxista, o que podia demorar algum tempo. Um tempo longo e quente.

Dirigi-me ao táxi, abri o lado do passageiro, e entrei. Sam sentou-se no assento traseiro, mais espaçoso. A temperatura dentro do carro aproximava-se à do verão. Reconfortei-me com o calor durante uns segundos, enquanto o taxista discutia num rádio CB com o despachante.

"Não, não posso simplesmente sair daqui", dizia o condutor ao microfone. "Não quero que a polícia me prenda."

"Estou a dizer-te que, se alguém alvejou o táxi, vai-te sair do teu bolso. E se não começares a mexer-te em breve, também ficas desempregado", disse a voz do despachante.

"Qual é o nome do seu despachante?" Perguntei antes que o condutor pudesse pressionar novamente a tecla de transmissão.

"Lou. Lou Mitchell", disse o taxista.

"O seu nome?"

"Tony Fisher".

Pressionei a tecla de transmissão. "Estou a falar com Lou Mitchell?"

Passaram-se alguns segundos. "Lou aqui. Quem raio está ao microfone?”

Voltei a pressionar o microfone. "A Tenente Rooney, Departamento da Polícia de Chicago, Divisão de Crimes Violentos. Lou, acabei de ouvir a conversa que teve com a minha testemunha, Tony Fisher.” Deixei de pressionar a tecla de transmissão e disse ao Sam, "Ei, podes chamar um daqueles agentes?"

Sam rolou a janela para baixo e fez sinal a um dos polícias para se aproximar. Quando o agente se aproximou, abri a janela para que ouvisse o que eu estava a dizer.

Pressionei a tecla de transmissão. "Lou, acabou de exigir à minha testemunha para abandonar o local de um crime. Também ameaçou extorquir-lhe dinheiro por danos a este táxi que estão fora do controlo dele. Uma vez que é exigido a todos os táxis desta cidade terem seguro, os danos estão cobertos. Só posso pensar que quer embolsar parte do dinheiro que este motorista ganhou arduamente, para seu próprio uso, além de receber também da companhia de seguros. Isso é uma tentativa para cometer fraude de seguros.”

"Vou enviar o agente..." Olhei, para ler a etiqueta do nome dele. "... Petrie para o seu escritório agora. Vai prendê-lo por obstrução à justiça e tentativa de fraude de seguros. Quero que fique onde está." Larguei a tecla e virei-me para o Agente Petrie. "Vá até lá e pregue um susto ao tipo, se ainda lá estiver. Não o prenda oficialmente, mas algeme-o. E certifique-se de que quem quer que esteja na garagem o veja algemado. Fique com ele por uma meia hora, e depois tire-lhe as algemas. Diga que falou comigo e me convenceu a não o prender. Se ele já lá não está, volte aqui e veja se pode ajudar em alguma coisa.” Petrie sorriu amplamente, feliz em cumprir a minha pequena piada.

Tornei a fechar a janela e ouvi o Tony e o meu parceiro a rirem-se.

"Vou ficar muito surpreendida se o Lou ainda estiver no trabalho quando Petrie lá chegar ", Disse ao Tony. "Mas aposto em como ele o vai deixar em paz."

Balançando a cabeça e rindo, Tony disse: "Obrigado, Tenente Rooney. “Precisava de uma boa gargalhada, depois de quase ter sido alvejado."

"Entendo o que quer dizer. Sente-se pronto a dizer-me o que viu?"

"Sim, claro. Mas lembre-se, estava de passagem. Foi tudo muito rápido.” Tony fechou os olhos. "Espere, estou a tentar reproduzir a cena."

Olhei para ele.

"Antes que faça a pergunta, é a minha maneira de recordar as coisas. Fecho os olhos e reproduzo os acontecimentos na minha mente. Lembro-me de todo o tipo de detalhes quando faço isso." Ficou quieto por um momento. "Virei a esquina na altura em que o homem disparava. O homem que atingiu estava a cair. Os olhos pousaram-se em mim, e eu sabia, de alguma forma, que ele ia começar a atirar em mim. Virou-se, e eu carreguei no acelerador e comecei a ziguezaguear para trás e para a frente do outro lado da rua."

"Viu o suficiente para conseguir descrever o atirador?"

Olhos ainda fechados, Tony disse: "Tez escura, quase como se se bronzeasse muito. Cabelo mais grisalho no geral, e uma barba maioritariamente grisalha, aparados. Casacão bonito...comprido. London Fog, ou outra marca cara, mas não era um casaco leve – mais como um sobretudo grosso, com um cachecol cor de carvão. Sem chapéu. Tinha a arma na mão direita.” Abriu os olhos. "É isso. É tudo o que consigo lembrar."

Fiquei impressionada. Nunca conseguiria fazer o que este homem tinha acabado de fazer, mesmo que tivesse tido mais tempo para estudar a cena.

"Incrível!"

Tony sorriu suavemente. "Ficaria surpreendida com o que se lembra quando está a ser alvejada."

Eu sabia o que isso era. Mas não o ia dizer ao Tony.

Disse ao Tony que o táxi teria de ficar ali até o pessoal do laboratório acabar a investigação. O atirador tinha atingido a bagageira do táxi pelo menos duas vezes, e precisávamos da evidência. Disse-lhe que estava livre para ir, se quisesse.

"Acho que vou para casa, Tenente", disse Tony. "Estou um pouco abalado."

Agradeci-lhe e dei-lhe um dos meus cartões, caso se lembrasse de qualquer outra coisa. Tínhamos a morada dele, se precisássemos dele.

O Sam e eu, saímos do táxi com relutância. Reparei imediatamente em duas coisas. Uma, que o M.L. tinha chegado e já tinha levantado a lona para verificar a vítima, e segunda, que estava a nevar.

Dalton McFee, barba a brilhar com pingentes de neve, voltou a colocar a lona sobre a vítima. Virou-se para nós: "Oficialmente, só pode dizer que a morte parece ser por tiro. Extra oficialmente, foi o mesmo atirador dos outros casos. Parece que alguém anda a executar traficantes de rua e a usar uma 9 mm."

Um dos agentes trazia um rádio portátil. "Tenente, é para si. Há outro caso.”

"Mas que raio? " Disse eu, pegando no rádio.

***


O DETETIVE TORY MASTERSON dos Narcóticos juntou-se a nós no local do quarto homicídio. Estava a falar ao telemóvel quando eu e o Sam chegámos, enquanto os polícias vigiavam a porta.

"Bem, isso estraga completamente o nosso caso, é o que isso significa! Três meses de trabalho por água abaixo, assim!” Masterson disse energeticamente. "Tinker era o único elo com as pessoas acima dele!" Ouviu por um momento, e depois disse: "Eu já conhecia os outros três traficantes, e eles também estão mortos!" Ele reparou em nós à porta do apartamento. "Senhor, a Tenente Rooney está aqui. Sim, senhor. Vou dizer-lhe, senhor.” Desligou a chamada, dirigiu-se a nós e apertou-nos a mão.

Masterson já tinha sido da minha equipe, quando era detetive/terceira esquadra. Tinha sido transferido para os Narcóticos depois de mostrar que tinha talento para trabalhar disfarçado. Agora, como detetive/Primeira Classe, andava a colecionar uma data de apreensões e rumores diziam que estava a caminho de se tornar tenente. Era casado e ouvi dizer que tinha um novo bebé.

"Desculpe, Tenente, era o Capitão Phillips" disse Masterson. "Ele disse-me para lhe dizer que sou oficialmente seu até resolvermos estas mortes."

Eu sorri. "Fico feliz em tê-lo, Tory. Vou avisar o Capitão Baker. Também vai ficar feliz em tê-lo connosco. E parabéns pelo novo bebé!"

"Então, quem é a vítima desta vez, Masterson?", Perguntou Sam.

Masterson levou-nos até à vítima, que aparentava ter 50 anos, com cabelo sal e pimenta. Ele tinha sido amarrado a uma cadeira de cozinha, nu. Era óbvio que tinha sido torturado antes de ser morto. Havia várias rasuras de facadas, calculadas para sangrar e ferir e uma garrafa vazia de álcool etílico no chão ao lado da cadeira. Parecia que lhe tinham derramado o álcool sobre as feridas, mas o M.L. teria de o verificar. O cabo de um candeeiro estava também ao lado cadeira. Ainda estava ligado à tomada de corrente e o isolamento de plástico tinha sido retirado da outra extremidade, expondo os fios de cobre no interior. Havia algumas marcas no corpo que mostravam que tinham eletrificado a vítima, incluindo os testículos. Tinham-lhe enfiado um pano pela boca abaixo e usado fita adesiva para a manterem fechada. Mas a causa da morte era provavelmente os três pequenos buracos de bala no peito da vítima, possivelmente através do coração, e organizados em triângulo.

"O nome da vítima era William Joseph Smith, também conhecido como 'Tinker'. A certa altura, era reparador de relógios - mexia com velhos relógios antigos, e foi assim que ganhou a alcunha." Disse Masterson. "Nos últimos anos, era um fornecedor de categoria baixa."

Troquei um olhar com o Sam. Era ali que tínhamos ouvido o nome do Tinker.

"Alguma ideia de quem o fornecia?" Perguntei-lhe.

Masterson abanou a cabeça. "Não, ainda não chegámos tão longe." Apontou para o álcool e o candeeiro. "Mas aposto cinco dólares que quem lhe fez isto sabe. Tenho dois agentes a baterem às portas, a perguntar aos vizinhos se ouviram ou viram alguma coisa, mas as hipóteses são escassas."

"Temos uma descrição do atirador", disse eu. "Temos testemunhas." Dissemos ao Masterson o que tínhamos descoberto no último tiroteio. Quando disse o nome "Esteban Fernandez", Masterson assobiou.

"Porquê o assobio?" Perguntei-lhe. "Esse nome é familiar, mas não consigo lembra-me de onde."

"Temos sarilhos, Tenente", disse Masterson. "Fernández tem o posto de General no México, mas é também o maior chefe de cartel de drogas nesse país. Deixe-me dizer-lhe o que ele fez numa cidade do sul...."

Masterson contou-nos o que Fernandez tinha feito. Quando ele chegou à parte sobre o combate de boxe e a arena, estalei os dedos. "O John disse qualquer coisa sobre isso há uns meses! Parece que um dos lutadores tinha tentado atrasar a luta para que a bomba pudesse ser encontrada e desactivada! " Masterson acenou, e contou-nos mais. Comecei a ficar com arrepios na espinha.

Masterson começou a contar os pontos com os dedos. "Primeiro, temos um líder mexicano do cartel da droga em Chicago. Segundo, é violento. Três, é louco, o que o torna muito imprevisível. E, quatro, é federal."

Os polícias são muito territoriais sobre a jurisdição, e quando ouvi "Federal", encolhi-me interiormente..., mas com uma ponta de alívio. "O que quer dizer com "Federal"? Perguntei-lhe.

"Os Narcóticos receberam um boletim do FBI", respondeu Masterson. "Dizia que se alguma vez fossemos informados de que este Fernandez aparecia na nossa cidade, deveríamos notificá-los imediatamente. Acho que foi enviado para todo o país."

"Então vamos passar a mensagem ao Capitão Baker, e deixá-lo notificar o FBI" disse eu. "É menos uma coisa para nos preocuparmos."


Capítulo 3


A Justice Security, Incorp., tinha o seu próprio edifício numa rua arborizada na melhor parte da cidade. O edifício de seis andares ocupava grande parte de um quarteirão, com áreas de estacionamento para visitantes, e uma área verde ajardinada no lado sul. O edifício em si tinha sido construído com paredes de betão armado de 1 metro de largura. Cada janela com vidro duplo à prova de bala, incluindo a porta de entrada para visitantes. O edifício ainda se estendia por mais seis andares subterrâneos. Os três andares subterrâneos inferiores eram usados como área de armazenamento de veículos, e alojavam vários veículos, blindados e à prova de balas, que eram utilizados como equipamento de proteção para o transporte e defesa de funcionários ou clientes. O nível seguinte era o arsenal. Todos os tipos de armas eram armazenados no arsenal climatizado, desde revólveres e pistolas automáticas, a morteiros, a mísseis e lançadores terra-ar, e várias armas perfurantes. Armas e munições suficientes para derrubar o governo de um pequeno país, caso fossem contratados para tal coisa...e tinham-no feito, duas vezes, há anos atras, ao abrigo de um contrato governamental ultrassecreto. O andar acima do arsenal era o arquivo de registos. Este piso continha os ficheiros de papel, computadores, armazenamento de dados e áreas de pesquisa necessárias para executar e completar contratos com clientes. O nível subterrâneo final era a garagem para estacionamento de funcionários, e tinha acesso por uma entrada do piso térreo contida por uma porta de aço grossa e pesada embutida nas paredes de concreto do edifício.

Ao nível do chão, o primeiro andar continha a área de receção, o refeitório, a segurança do edifício, as instalações médicas e a sala de visitas. O segundo e terceiro andares eram ocupados por escritórios de funcionários, salas de conferências, salas de reuniões mais pequenas e serviços clericais, juntamente com o ginásio dos funcionários. O quarto andar albergava escritórios executivos e a sala de reuniões. O quinto andar era para alojamento de hóspedes, e o último andar continha apartamentos residenciais para as pessoas de nível superior na empresa. O telhado do edifício tinha uma plataforma para helicópteros, possuía dois helicópteros de operações especiais reforçados, equipados com blindagem e sempre prontos para voar a qualquer momento. A empresa também possuía dois jatos privados e dois grandes aviões de carga, que estavam alojados num aeródromo privado ao sul da cidade.

A Justice Security tinha sido formada uns anos antes por quatro amigos universitários, que continuaram a ser os diretores e os únicos acionistas da empresa.

Joey Justice, de quem o nome da empresa derivava, era um homem indistinto. Com 1,78m, tinha cabelo escuro e olhos castanhos intensos que normalmente não perdiam nada. Fundou a empresa com a premissa de fornecer serviços de segurança aliados à justiça, como o seu nome implicava. Estava totalmente apaixonado pela mulher da sua vida, a qual era também uma das cofundadoras da empresa.

Misty Wilhite, o amor da vida de Joey, tinha 1,54m. Tinha o cabelo castanho-avermelhado, a cair-lhe pelos ombros, e olhos verdes. Era extremamente atraente, mas tinha um murro que podia derrubar uma pessoa com o dobro do seu tamanho. Ela também adorava o Joey, e partilhava a sua crença em segurança e justiça. Ainda não se tinham casado, mas tinham acabado de ficar noivos.

O Dexter Beck era o técnico residente especialista em computadores. Com um centímetro a mais que Misty, Dexter era consistentemente subestimado por antagonistas. A compreensão geralmente seguia-se, porque Dexter era também um mestre de artes marciais, usando vários métodos de autodefesa. A segurança e sistemas de computadores utilizados pela Justice Security tinham sido criados, programados e mantidos pelo Dexter.

Percival "Rei Louie" Washington era o quarto membro fundador da Justice Security. Louie tinha 1,93m, e tinha um físico muscular muito imponente. Era também muito inteligente e astuto nas ruas. A pele da cor de uma barra de chocolate e mantinha a cabeça rapada. Os outros três membros fundadores tinham-lhe posto a alcunha de "Rei Louie" no primeiro ano de faculdade por causa da infeliz semelhança facial com o personagem dos desenhos animados no filme Livro da Selva. Não era racial, e Louie sabia-o... Teria sido o mesmo se tivesse tido um nariz grande; tê-lo-iam chamado "Baloo". Além disso, qualquer coisa era melhor do que o seu nome próprio Percy.

Adições recentes à sociedade incluíam Jessica Queen, a antiga secretária executiva dos quatro sócios. A sua substituição imediata como secretária executiva, Patti Hoehn, tinha sido torturada, morta e mutilada por Esteban Fernandez, que a tinha apanhado na rua a tirar fotografias durante o primeiro encontro da empresa com ele. O substituto de Patti, Turk Wendell, era um homem enorme e tosco, que era surpreendentemente apto no exercício das funções de secretariado.

Outra adição aos sócios tinha sido a mão direita de Dexter Beck, Megan Fisk Beck. Tinha liderado uma tentativa de ataque preventivo a Fernandez, e tinha ficado ferida no processo. Ela e o Dexter tinham desparecido depois disso e eram agora felizes recém-casados.

Todas as manhãs, às nove, os sócios reuniam-se na sala de reuniões para discutir os acontecimentos atuais e futuros. Desta forma, mantinham-se informados de todos os negócios da empresa, no caso de alguém ter de intervir e assumir rapidamente o comando.

Esta manhã, logo após o toque estridente do despertador às sete, o telemóvel privado do Joey tocou. Esfregou os olhos, olhou para o ecrã, e atendeu.

"Marcus Moore, tu nunca dormes?" Disse Joey ao telefone. Misty mexeu-se ao seu lado, e virou-se para olhar para o Joey. O sono ainda se via nos olhos dela.

Marcus Moore era o elo do FBI com a Justice Security. Marcus tinha tido um papel determinante para conseguir o contrato secreto da Justice Security com o Governo dos Estados Unidos, garantindo uma boa maquia, mais despesas pagas, para a empresa de segurança..., mas, para obterem esse dinheiro, tinham de apanhar Esteban Fernandez. O contrato especificava que tudo seria feito sem qualquer conhecimento oficial do governo, claro, e sem a ajuda oficial de qualquer agência governamental. O dinheiro para despesas seria canalizado pelo Marcus.

A Justice Security tinha recebido este contrato por causa dos acontecimentos no clube nocturno Wham! Tinha sido secretamente propriedade de Fernandez, e, na realidade, uma armadilha destinada a capturar o Joey e a Misty. A armadilha tinha funcionado, mas só tinha apanhado o Joey e quatro "soldados" no interior. O Joey tinha encontrado um esconderijo e tinha-se escondido até que os sócios lá fora tinham encontrado uma maneira de entrar. Um soldado e várias dezenas de pessoas inocentes tinham morrido durante a fuga, dentro e fora. Só a ação rápida de Tony Armstrong, Patty Ferguson e Brandon King, com a ajuda da repórter de notícias do Canal 7, Miriam Apple, e do seu operador de câmara, Steve, tinha prevenido o massacre de muitas outras pessoas dentro do clube.

Ao mesmo tempo que a armadilha no clube era lançada, o edifício quase deserto da Justice Security tinha sido penetrado por um assassino disfarçado que trabalhava para Fernandez. Esta agente namorava com o Louie, e ninguém suspeitava de nada. Ela tinha dizimado todos os que tinham ficado no edifício fechado. Só a Jéssica tinha sobrevivido, juntamente com o Mark Haase, o secretário "básico" do turno da noite.

Depois dessa catástrofe, certas pessoas poderosas dentro do governo tinham decidido que estava na altura de contratar alguém para parar o general mexicano louco... Alguém que poderia mover-se rapidamente, tanto dentro dos EUA como em outros países.

Marcus tinha sido promovido a Chefe de Secção do FBI, e era agora chefe do escritório-satélite da cidade. Tinha também outros deveres, incluindo "ajudar não-oficialmente" a Justice Security, quando e se necessário. Ele também tinha poderes para os delegar como agentes temporários de campo, se achasse que essa delegação aceleraria qualquer investigação.

"Bom dia, raio de sol!" Marcus vociferou. "Pelo menos esperei até o alarme tocar antes de te ligar."

Joey virou-se para perscrutar os olhos de Misty e respondeu. "Até conseguiste perturbar a senhora a dormir aqui ao meu lado. "Inclinou-se e beijou-a. Enquanto ele se recostava na almofada, ela sorriu-lhe e murmurou: "Amo-te".

Joey mimicou-lhe o mesmo silenciosamente.

"Aposto em como ela é ainda mais bonita quando acorda" disse Marcus. "Eu acordei rodeado de gente que quase me fizeram transformar em coiote, quase que tive de roer o meu braço, para não os acordar ao retirá-lo.”

Joey soltou uma gargalhada, enquanto se sentava na beira da cama. Misty saltitou nua pelo quarto, em direção à casa de banho para escovar os dentes e correr o chuveiro.

"Ok, Marcus, porquê a chamada a esta hora?

"Só queria que soubesses que vou à vossa reunião desta manhã."

Joey bocejou amplamente. "Porquê? O que se passa?"

"Antes de te responder, vão lá estar todos?

"

"Sabes bem que sim."

"Quero dizer, pessoalmente... Não electronicamente.”

"Não, a Jessica está em Los Angeles, a alisar as penas de uma atriz paranoica vencedora de um Óscar."

"Raios! E a ligação é segura?”

"Que nível de segurança precisas, Marcus?"

"O mais seguro possível, Joey. O que tenho para vocês é altamente secreto."

***


"BATE-ME, MEGAN", DISSE Dexter.

"Não".

"Vamos, bate-me!"

"Não!"

"Porquê?"

Megan Fisk Beck virou-se para olhar para o marido. "Já joguei este jogo contigo demasiadas vezes, Dexter Beck! Sabes bem que não sou suficientemente rápida para te bater.”

"Oh, querida, por favor? Pode ser hoje o dia. Não sabes se não tentares."

Quase mais rápida do que o olho humano podia seguir, Megan fintou-o com um gancho direito. O Dexter desviou-se para a esquerda para a evitar e quase que foi apanhado pelo soco em gancho da Megan.

"Uau!", Disse Dexter surpreso.

Megan sorriu.

"OK, tens andado a praticar, não tens? Quase que me acertaste!"

Megan tornou a sorrir.

Dexter abanou a cabeça. "Aquele maldito Louie! Ele tem andado a ajudar-te!"

O sorriso da Megan abriu-se ainda mais. "Vamos, está quase na hora da reunião."

"É isso, não é? O meu melhor amigo tem andado a ensinar-te o que lhe ensinei!"

Megan continuou a sorrir, sem uma palavra, até à sala de reuniões.

***


O PERCIVAL "REI LOUIE" Washington foi o último a chegar à reunião matinal. Tinha dormido mal toda a noite, isto é, se realmente tinha dormido. Ele continuava a ter pesadelos com os últimos momentos da Donna, e de cada vez, a faca que ela tinha bramido para o esfaquear ia-lhe direita ao peito, em vez do braço. Acordava, sempre que tinha o pesadelo, com o suor a escorrer-lhe...e sufocava o grito que queria escapar-lhe dos lábios.

Louie culpava-se por não ter visto através do disfarce da Donna, e culpava-se por todas as pessoas que ela tinha matado dentro do edifício da Justice Security. Mas como poderia saber que uma supermodelo brilhante era na realidade uma assassina bem treinada ao soldo de Fernandez?

Louie tinha falado várias vezes com o Dr. Caleb Mitchell, o psiquiatra da Justice Security. Caleb tinha dito muitas vezes que Louie não devia sentir-se culpado e que teria de aprender a perdoar-se... Que Donna tinha enganado um monte de pessoas. Ninguém fazia ideia que tinha sido recrutada por Fernandez, e o disfarce dela era incrível.

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