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Cérebro E Pandemia
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Язык: pt
Год издания: 2021
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Cérebro e Pandemia

Uma Perspectiva Atual

Juan Moisés de la Serna Tuya

Marcos Altable Pérez

Mª Esther Gómez Rubio

Traduzido por: Natalia Aith

Editorial Tektime

2020

“Cérebro e Pandemia: uma Perspectiva Atual”

Escrito por Juan Moisés de la Serna Tuya, Marcos Altable Pérez y Mª Esther Gómez Rubio

Traduzido por: Natalia Aith

1ª edição: maio 2020

© Juan Moisés de la Serna, 2020

© Ediciones Tektime, 2020

Todos os direitos reservados

Distribuído por Tektime

https://www.traduzionelibri.it

Para referenciar:

De la Serna Tuya, J.M.; Altable Pérez, M. e Gómez Rubio, M.E.. Cérebro e Pandemia: uma Perspectiva Atual. [tradução Natália Aith]. Montefranco, Itália. Editorial Tektime, 2020.

Título original: Cerebro y Pandemia: una Perspectiva Actual.

Declaração:

Os autores estão de acordo com os conteúdos incluídos no manuscrito, manifestando que não existe conflito de interesse.

Aviso Legal

É proibida a reprodução total ou parcial deste livro, como também sua inclusão a um sistema de informática, ou sua reprodução em qualquer forma ou qualquer meio, seja eletrônico, mecânico, por fotocópia, por gravação ou outros meios, sem a permissão prévia e por escrito de editor. A infração dos direitos mencionados pode constituir em delito contra a propriedade intelectual (Art. 270 e seguintes do Código Penal).

Dirija-se ao CEDRO (Centro Español de Derechos Reprográficos) se necessitar fazer uma cópia ou escanear algum fragmento desta obra. Entre em contato com o CEDRO através do endereço web www.conlicencia.com ou pelo telefone 91 702 19 70 / 93 272 04 47.

Prólogo

Embora a principal preocupação em relação à COVID-19 seja com suas consequências, principalmente em termos de problemas respiratórios, os avanços no conhecimento dessa doença têm nos permitido compreender como seus efeitos se estendem além dos pulmões, podendo chegar a afetar o sistema nervoso.

Este texto aborda, em uma perspectiva dupla, as implicações cerebrais do COVID-19, a primeira da neurologia em que são consideradas as implicações neurais da doença, apresentada pelo Dr. Marcos Altable Pérez, Neurologista e fundador da Neuroceuta em Ceuta; e a segunda da neuropsicologia, onde são entendidos os diversos processos cognitivos que estiveram envolvidos nesta pandemia.

Além disso, o texto conta com o testemunho excepcional da Dra. Mª Esther Gómez Rubio, Psicóloga Clínica e Neuropsicóloga, Especialista da Área do Hospital Nacional de Paraplégicos (SESCAM), que nos conta sua experiência nos momentos mais complicados da pandemia.

Sobre os autores:

Dr. Marcos Altable Pérez, Bacharel em Medicina, especialista em Neurologia, Mestre em Neurologia Pediátrica e Neurodesenvolvimento e Mestre em Neuropsicologia. Com múltiplas publicações em diversos meios (revistas científicas e congressos nacionais e internacionais, jornais, páginas web, capítulos de livros, etc.) aliando a prática clínica em Ceuta, com estudo contínuo e atualização em Neurologia, Neuropediatria e Neuropsicologia.

Dr. Juan Moisés de la Serna, Doutor em Psicologia, Mestre em Neurociências e Biologia Comportamental e Especialista em Hipnose Clínica, diretor dos cursos de pós-graduação da TECH Universidad Tecnológica e da Universidad Europea Miguel de Cervantes; professor de pós-graduação e diretor da TFM na Universidad Internacional de la Rioja e na Universidad Internacional de Valencia.

Dra. Mª Esther Gómez Rubio, Psicóloga Especialista em Psicologia Clínica, Graduada em Filosofia e Ciências da Educação (seção Filosofia), Mestre em Neuropsicologia Cognitiva, Mestre em Psicopatologia e Saúde, Mestre em Modificação do Comportamento, Especialista da Área do Hospital Nacional de Paraplégicos (SESCAM). Graduada em Filosofia pela UCM, Psicóloga especializada em Psicologia Clínica UNED, PIR Hospital de la Princesa (Madri), Mestre em Psicopatologia e Saúde UNED, Mestre em Modificação do Comportamento UNED, Mestre em Neuropsicologia Cognitiva UCM e FEA SESCAM, médica assistente do Hospital Nacional de Paraplégicos

https://youtu.be/CDDDsNGV0Eg

Sumário

3

Sumário

os autores:5

ção ao estudo do Cérebro11

ODesenvolvimento Cerebral18

25

ia do cérebro30

41

COVID-1942

Ação da COVID-1946

Ação da pandemia53

érebro e COVID-1959

orte Súbita e COVID-1960

ção do SNC e COVID-1969

VC e COVID-1977

ia do COVID-1983

ória e COVID-1989

inguagem e COVID-19105

ções e COVID-19112

Uma Neuropsicóloga em tempos de COVID-19131

Aia em tempos de COVID-19144

ção Neuropsicológica no Hospital Nacional de Paraplégicos depois da COVID-19159

xão final177

ções182

a de Tweets183

ências190

Capítulo 1. Introdução ao estudo do Cérebro

A pesquisa sobre o cérebro tem sido uma constante na ciência, há vestígios sobre isso desde a época dos egípcios, que deixaram evidências de trepanações cranianas que realizavam para “libertar” o paciente de seus problemas, prática que se manteve até o desenvolvimento da medicina como ciência (Collado-Vázquez & Carrillo, 2014).

Os primeiros estudos anatômicos descritivos dos cérebros post mortem permitiram diferenciar lobos, sulcos e fissuras cerebrais a nível de córtex e a identificação das estruturas subcorticais, as quais eram visíveis apesar do tamanho reduzido de algumas.

O desenvolvimento do microscópio permitiu o surgimento da histologia, conhecida também como anatomia microscópica, onde com o tempo começaram-se a observar as células do cérebro, e posteriormente foi possível classificá-las e estabelecer as regiões onde são encontradas com mais frequência, e graças às manchas e contrastes como, por exemplo, com cloreto de ouro ou cromato de prata, foi possível delimitar a estrutura das camadas e dentro delas as formas dos neurônios.

Ilustração 1 Tweet de Neurônio no Miscroscópio Eletrônico

Atualmente os microscópios eletrônicos, tem uma resolução cinco mil vezes maior que os microscópios óticos, e tem nos permitido observar as mitocôndrias, o complexo de Golgi e outras estruturas internas dos neurônios, assim como das proteínas (@rafaelsolana2, 2020) (ver ).

É preciso esclarecer que, hoje em dia, falar das neurociências e do cérebro é bastante habitual, mas nem sempre foi assim, por ser um campo do conhecimento que surgiu há relativamente pouco tempo; apesar de que em sentido estrito não é possível dizer que exista uma neurociência como tal, e sim um conjunto de contribuições dos diversos ramos do conhecimento que alimentam e compõem o corpo das neurociências. Então, se o seu objeto de estudo for levado em consideração, o sistema nervoso e sua atividade poderá ser entendido abrangendo tanto a anatomia e a bioquímica, como também a genética, e até a psicologia.

Embora inicialmente possa ter surgido como uma especialização da medicina, das análises anatomofisiológicas do sistema nervoso, hoje em dia seria impossível separá-lo de todas as contribuições que recebeu das outras áreas do conhecimento.

As neurociências não só vão servir para explicar como funciona o sistema nervoso, e seu órgão mais importante, o cérebro, mas também vão lidar com várias subáreas, como o neuromarketing, a neuroeconomia (Terán & López-Pascual, 2019), a neurofarmacologia, a neuropsicologia, a neuroanatomia, a neurolinguística entre outras.

A importância deste campo de estudo é que graças a ele se pôde conhecer muito melhor como agir como pessoa e como sociedade, assim como na hora de encarar transtornos de desenvolvimento superimportantes como o Transtorno do Espectro Autista ou doenças neurodegenerativas como a Doença de Alzheimer.

É um campo de conhecimento em que participam pesquisadores de todos os países, que dia a dia vão apresentado novas informações, nos fazendo pensar em novas questões, na busca para entender o órgão mais complexo do corpo humano, o cérebro.

Por exemplo, no estudo para a compreensão sobre o tema do desenvolvimento dos superdotados ou das pessoas com altas habilidades, este parece estar um pouco longe do interesse da sociedade, mais sensibilizada com outras problemáticas, entendendo que os “mais inteligentes” vão poder “sobreviver” e “seguir adiante” por si próprios, focando as políticas em necessidades especiais com os que “realmente necessitam” para que possam alcançar o mesmo nível que o resto, e melhorar na medida do possível.

Por outro lado, existem pessoas que se preocupam com este grupo, que estabelecem políticas orientadas a detecção precoce e treinamento específico para potencializar suas capacidades como uma forma de investir no seu próprio futuro por parte da sociedade, sabendo que estas pessoas vão ser as que amanhã vão conseguir solucionar os problemas que vão surgindo, trazendo novos avanços e descobertas.

Existem duas concepções baseadas em abordagens distintas da inteligência. A primeira seria de uma mais biológica, onde se assume que por uma dotação genética, a pessoa será assim por toda a sua vida, e isso vai “facilitar” seu desenvolvimento.

Em contrapartida, a segunda, sem negar a dotação genética, diz que se tem que trabalhar com esforço e prática para poder conseguir desenvolver ao máximo suas capacidades, o que permitirá à pessoa ser um “grande” médico, músico ou cientista, mas os superdotados possuem cérebros diferentes?

Isto é o que se tem tentado descobrir com um estudo realizado com a participação do Instituto de Investigação Biomédica August Pi i Sunyer (IDIBAPS); a Escuela Oms y Prat, Fundació Catalunya; a Fundación Oms; o Centro de Diagnóstico por Imagem do Hospital Clinic; o Grupo de Procesamiento de Datos y Señales; o Grupo de Investigação em Cuidado Digital da Universidade de Vic; junto ao Instituto de Neurociências e o Departamento de Psicologia Clínica e Psicobiologia da Universidade de Barcelona (Espanha) e a Unidade de Mapeamento Cerebral do Departamento de Psiquiatria da Universidade de Cambridge (Inglaterra) (Solé-Casals et al., 2019).

No estudo participaram 29 meninos com média de 12 anos, 15 superdotados com Q.I. maior que 145 com percentual acima de 90% em memória, inteligência espacial, numérica, raciocínio abstrato e verbal; e o restante que seria o grupo controle com Q.I. até 126, avaliado pelo Wechsler Intelligence Scale for Children (Wechsler, 2012).

Todos eles passaram por uma ressonância magnética em repouso para comparar as características cerebrais de ambos os grupos.

Os resultados mostraram diferenças anatômicas entre ambos os grupos igualados por idade, que no caso dos superdotados continham estruturas com uma interconexão global e integrada, ou seja, uma concentração topológica é produzida no nível neural o que aumenta sua eficiência em comparação ao grupo controle, que tem uma distribuição mais ampla e difusa.

Desta forma os cérebros dos superdotados não só realizam processos mais eficientes em áreas específicas, como também a comunicação entre essas áreas e a integração da informação é mais rápida e eficiente, permitindo, por exemplo, ter uma maior capacidade na memória de trabalho, que requer a participação de diversas regiões para poder seguir e completar uma tarefa dada.

Entre as limitações do estudo existe o fato de que somente os meninos foram incluídos, deixando de fora a análise do cérebro das meninas e também que foi analisado somente o cérebro dos destros, sendo que a proporção de destros entre os superdotados foi muito menor que na população em geral.

Apesar disso, o estudo anterior permite a compreensão de que os menores superdotados vão ter uma maior capacidade cerebral de processamento da informação, o que não necessariamente se relaciona com melhores resultados acadêmicos.

Ainda que os autores não comentem sobre a “origem” destas diferenças, ao não valorizar o papel da genética ou do ambiente, é evidente que fica nas mãos do sistema educacional poder proporcionar a estimulação necessária para poder desenvolver o potencial neural do menor.

O Desenvolvimento Cerebral

O desenvolvimento do cérebro é determinado geneticamente, de modo que as estruturas neurais são “repetidas” de humano para humano, o que permite uma identificação morfológica, apesar de que não significa que os cérebros sejam iguais, mas sim a distribuição em lobos, áreas e regiões, e também os sulcos, tratos ou ventrículos neurais.

De fato, os primeiros estudos anatômicos do cérebro, realizados post mortem, focavam especialmente nas semelhanças e diferenças dos cérebros de pessoas que haviam sofrido alguma patologia, para compará-lo com os cérebros sãos, e desta forma tentar compreender as implicações neurais da referida patologia (Haines, Faaa, & Mihailoff, 2019).

Assim, um dos casos mais conhecidos na história é o de Phineas Gage, que sofreu um acidente de trabalho numa mina, onde uma barra que ele estrava trabalhando atravessou seu crânio, e a partir disso, seu comportamento se modificou para errático, imprevisível e até imprudente.

O estudo post mortem permitiu conhecer as áreas afetadas, mais especificamente o lobo frontal esquerdo, o que possibilitou estabelecer as primeiras hipóteses sobre o papel do lobo frontal no controle dos impulsos, do juízo, assim como sobre sua participação em tarefas de planejamento, coordenação, execução e supervisão de condutas (Echavarría, 2017).

Atualmente, o avanço das técnicas nos permite observar o cérebro trabalhando ao vivo em determinadas funções, o que nos possibilita conhecer não só as áreas cerebrais envolvidas, mas também as vias de comunicação entre áreas corticais e subcorticais de determinados processos, sejam do tipo mais fisiológico ou mais cognitivo, o que aplicado no âmbito da medicina, permite comparar o cérebro dos pacientes, com o “normal” e assim determinar em que ponto do mesmo se encontra o “problema” em cada caso, especialmente importante na hora da intervenção cirúrgica, quando o restante dos tratamentos não tem a eficácia esperada para a resolução do “problema”. As diferenças morfológicas ou de densidade dão pistas aos neurologistas sobre as patologias que determinado paciente pode estar sofrendo, assim no caso da doença de Alzheimer a microscopia permitiu comprovar a presença de placas senis e emaranhados neurofibrilares, assim como na anatomia macroscópica onde é característico nesta doença a perda de densidade das estruturas neurais e o aumento do ventrículo (@evafersua, 2009) (ver Ilustração 2).

Ilustração 1 Tweet Cérebro com Alzheimer

Até este momento, o estudo do cérebro foi apresentado como se fosse estático e invariável no tempo, mas esta ideia está muito longe da realidade. De fato no desenvolvimento do cérebro podem ser distinguidas duas etapas claramente estabelecidas, antes e depois de nascer, e ao contrário do que acontece em outras espécies, o cérebro humano ainda está inacabado no momento do nascimento, o que faz com que seja menos independente, e que requeira cuidados e proteção por mais tempo.

O desenvolvimento neural já pode ser observado a partir de quatro semanas de gestação. A partir daí, começa um processo acelerado de formação de novas células, migração destas, diferenciação e especialização, para posteriormente estabelecer as interconexões axônicas entre elas (Portellano, 2000).

O sistema nervoso se desenvolve a partir do tubo neural onde na quarta semana de gestação, se divide em três vesículas do encéfalo, o rombencéfalo, o mesencéfalo e o prosencéfalo.

Nas cinco semanas de gestação já se formam as cinco vesículas de onde se desenvolvem o encéfalo, dividindo-se o rombencéfalo em metencéfalo (protuberância e cerebelo) e mielencéfalo (medula oblonga ou bulbo); o mesencéfalo dará lugar ao pedúnculo cerebral e a quatro colículos, dois superiores relacionados com a visão e dois inferiores com a audição; o prosencéfalo se dividirá em dois, o diencéfalo (tálamo, hipotálamo, subtálamo, epitálamo e terceiro ventrículo) e o telencéfalo (hemisférios cerebrais).

Com três meses de gestação, o sistema nervoso já está suficientemente formado para expressar os primeiros reflexos básicos, como mover as articulações.

Aos quatro meses, já estão formados os olhos e ouvidos, podendo o bebê ter reações a luzes e sons externos.

Com cinco meses, já começam os primeiros movimentos controlados.

Aos seis meses acontece uma desaceleração da formação de novos neurônios e em troca aumenta o processo de interconexão entre eles, formando os primeiros aprendizados simples, como por exemplo, o do hábito, onde se deixa de prestar atenção a estímulos repetitivos.

Apesar de o cérebro não parar de se desenvolver dentro do ventre materno, foi comprovado como o bebê é capaz de captar diferenças de estímulos, tanto visuais como auditivos, e através destas pode ser “ensinado”.

Porém as limitações do processo tem que ser entendidas, devido aos circuitos neurais que não estão consolidados, apesar de que, se tem observado mudanças na atividade elétrica cerebral em neonatos, diante de determinados estímulos apresentados enquanto estava no ventre materno, ao comparar bebês expostos, frente aos não expostos a certa estimulação, mostrando assim a aprendizagem.

Como afirma a Universidade de Helsinki (Finlândia) (Partanen et al., 2013), onde foram estudadas 33 mulheres grávidas, das quais metade ouviram repetidamente uma pseudopalavra durante o dia, ou seja, uma palavra inventada que não existe no seu idioma, enquanto a outra metade não escutou nada novo.

Depois do nascimento, o bebê foi avaliado utilizando o registro no eletroencefalograma, que avalia a atividade elétrica do cérebro, mostrando que os bebês do primeiro grupo eram capazes de reconhecer as pseudopalavras, o que indicou certa capacidade de aprendizagem e memória, e que a partir deste estudo pôde se confirmar a importância da estimulação desde cedo no desenvolvimento cognitivo, inclusive antes do nascimento, durante a gestação.

Depois do nascimento e graças a estimulação ambiental, é produzido um grande aumento das conexões sinápticas entre os neurônios, chegando ao seu máximo aos 6 meses.

Com um ano de vida, o bebê tem quase o dobro das conexões de um adulto, conectando estruturas e áreas quase sem nenhum tipo de ordem, as quais vão se perdendo por falta de prática, graças ao fenômeno da apoptose ou morte neural programada, de forma que aqueles neurônios que não tem conexões fortes vão tender a desaparecer, mantendo somente aqueles que são “úteis” baseados na experiência e na aprendizagem, produzindo-se um afinamento cortical. Mecanismo de apoptose que não é exclusivo dos neurônios (@CienciaDelCope, 2020) (ver Ilustração 2).


Ilustração 2 Tweet Apoptose por COVID-19

Técnicas de estudo

No que diz respeito à classificação das técnicas de análise do cérebro para o seu entendimento, é possível distinguir entre técnicas invasivas e não invasivas, sendo as primeiras aquelas que requerem uma intervenção direta a nível cerebral, algo que anteriormente era uma prática “habitual”, mas que a cada dia mais vai sendo deixada de lado devido ao desenvolvimento de técnicas não invasivas, destacando entre as primeiras:

- Cirurgia estereotáxica, baseada no mapeamento de estruturas cerebrais

- Eletrocorticografia, consiste na introdução de eletrodos embaixo do couro cabeludo, para uma localização mais refinada da atividade elétrica neural

- Métodos lesivos, onde se lesiona parcial ou totalmente uma estrutura ou área para estudar sua influência no comportamento do indivíduo.

- Estimulação elétrica, onde se aplicam fracos impulsos que aumentam os sinais dos neurônios próximos ao eletrodo, mostrando padrões de comportamento ou as posições das lesões.

- Intervenção farmacológica, onde administram-se fármacos para comprovar os efeitos no cérebro e no comportamento. Podem provocar lesões químicas seletivas, mediante o uso de neurotoxinas, ou afetar funções específicas, mediante a intervenção em neurotransmissores ou receptores específicos.

- Intervenção genética, onde se trata de eliminar ou substituir genes para observar os efeitos que provoca a nível neural e comportamental.

As técnicas não invasivas, por sua vez, são aquelas que permitem realizar inferências mediante avaliações, sem necessidade de interferir diretamente no cérebro da pessoa.

- Tomografia axial computadorizada ou escâner cerebral, permite mediante raios-X extrair imagens tridimensionais do cérebro em seções horizontais.

- Ressonância magnética, proporciona imagens de alta resolução a partir dos átomos de hidrogênio ativados por radiofrequência.

- Ressonância magnética ponderada por difusão, através da qual se permite determinar a tractografia a nível cerebral, podendo-se obter índices como a anisotropia fatorial e a difusividade média.

- Ressonância magnética funcional, onde se observa a mudança do fluxo do oxigênio no sangue nas zonas ativas do cérebro.

- Tomografia por emissão de pósitrons (PET), onde se observa a atividade cerebral mediante contraste intravenoso.

- Eletroencefalografia, que avalia a atividade elétrica do cérebro a nível de couro cabeludo usando eletrodos.

- Magnetoencefalografia, que avalia os campos magnéticos das correntes elétricas (@fisicagrel, 2020) (ver Ilustração 3).

Ilustração 3 Tweet sobre Magnetoencefalografía

Pode-se realizar igualmente uma distinção entre as técnicas diretas e indiretas do cérebro, sendo as primeiras as que trabalham diretamente com o cérebro, seja empregando métodos invasivos ou não invasivos, ou seja, se refere a todas as técnicas comentadas na seção anterior.

As técnicas indiretas por sua vez explicam o funcionamento cerebral sem necessidade de observação direta ou inferencial, e não tanto das estruturas cerebrais, ou seja, se trata de estudar através delas o desempenho nas diferentes tarefas e com isso comprovar o funcionamento cognitivo.

Avaliações que se tornam imprescindíveis, quando as técnicas diretas não proporcionam uma informação clara a respeito, como acontece nos primeiros estágios de algumas doenças neurodegenerativas, como a de Alzheimer (Ocaña Montoya, Montoya Pedrón, & Bolaño Díaz, 2019).

Algumas dessas técnicas são genéricas, no que se refere à exploração de problemas neurológicos, enquanto outras buscam verificar se houve ou não uma deterioração em determinadas funções cognitivas, seja na atenção, memória ou na linguagem entre elas, como por exemplo, com o teste de Stroop.

Em relação ao Teste de Cores e Palavras, temos que destacar que é um dos testes mais utilizados para a detecção de problemas neuropsicológicos, danos cerebrais e avaliação de interferências.

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