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Eu Sou
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—Rafaela,poderia nos apresentar sua família?Você mora no bairro São Cristovão,não é isso?

—Sim.Sem problemas.Há três meses estou a morar com meus pais após o rompimento do meu noivado- Responde ela cada vez mais impressionada.

—Sei.Aproveitamos e fazemos um lanche.Estão com fome ,pessoal?(O vidente)

—Eu estou.(Renato)

—Eu não.Mas o acompanhamos.(Rafael)

—Vocês nem perguntaram se a moça concorda.Folgados!(Uriel)

—Tem problema não.Meus pais tem o costume da boa hospitalidade.(Rafaela)

—Obrigado.(O vidente)

A caminhada continua.Mais á frente,dobram a direita novamente e esperam na esquina pelo primeiro ônibus que passasse rumo ao bairro pretendido.Enquanto isso,permanecem em silêncio.

O ônibus chega em cinco minutos.Os nossos augustos personagens embarcam e então é retomada a viagem que percorreria os bairros do lado oeste da cidade de Arcoverde.Em velocidade regular e enfrentando um trânsito caótico,eles chegam no ponto mais próximo possível da residência da amiga em cerca de dez minutos.Eles então pagam a passagem,descem e caminham mais cerca de cem metros.

O grupo está diante de uma casa de alvenaria simples,10x5 m(Dez metros de comprimento com cinco metros de largura),estilo casa,com uma pequena murada na frente.Rafaela,como anfitriã,toma a iniciativa e bate no pequeno portão de entrada cujo acesso dava numa saleta.Bate uma vez e nada.Na segunda tentativa,ouvem ruído de passos e então esperam serem atendidos.

De dentro da casa,surge um senhor robusto,baixinho,claro,usando calça jeans,blusa de malha,chapéu de couro e sandálias tipo praia.Ao ver sua filha acompanhada pelos rapazes,ele faz um ar de surpresa e com autoridade diz:

—O que há,minha filha?Quem são estas pessoas?

—São meus amigos, pai.Vieram me acompanhar e fazer uma visita.Tudo bem?(Rafaela)

—OK.Desculpem o mau jeito.Eu me chamo Antonio Ferreira e vocês?

—Sou o Aldivan Teixeira Tôrres.

—Eu sou o Renato.

—Chamo-me Rafael Potester.

—E eu Uriel Ikiriri.

—Muito prazer.Fiquem á vontade.Entremos.(Antonio)

—Obrigado.(O vidente)

—Minha mãe está?(Rafaela Ferreira)

—Sim. Na sala.Vamos entrar? (Antonio)

Os demais aceitam o convite com um sinal positivo.Eles passam pela saleta,adentram na sala e um a um vão se acomodando na poltrona de cinco lugares e os que sobram em cadeiras ao redor da mesma.São feitas as apresentações entre Gildete,a mãe de Rafaela, e os visitantes.Imediatamente,inicia-se uma conversação legal entre os presentes.

—Bom,Dona Gildete e seu Antônio,conhecemos Rafaela por acaso,quando estávamos a adorar o Santíssimo.Digam-me,quando seus problemas iniciaram-se?(O vidente)

—Não sabemos exatamente mas suspeitamos que a piora deu-se por conta do rompimento do seu noivado.Daí por diante,ela perdeu o gosto de viver.(Gildete)

—Eu acho que foi isso mesmo.(Antonio)

—Eu entendo.É muito difícil mesmo.(O vidente)

—Já procuraram especialistas?(Rafael)

—Já.Sem resultados concretos.(Gildete)

—No meu desespero,procurei até um pai-de-santo.(Antonio)

—Eu já disse a eles que nada nem ninguém pode me ajudar.Eles que são teimosos.(Rafaela)

—Não fale assim.Nada é impossível.(Renato)

—Ela está depressiva,jovem.É normal sentir-se desse jeito.(Uriel)

—Ah,desculpe-me,Rafaela.(Renato)

—Você não tem culpa.O que faço,meu Deus?Sinto-me perdida e sem chances de sobrevida.O que mais falta acontecer?(Rafaela)

—A resposta que você procura está no meu pai.Quando eu estava na noite escura da alma-período negro em que me afastei de Deus-ele me procurou e com um grande amor salvou-me da perdição.Ele pode ainda fazer mais por você através de mim.Por isto,peço permissão a vossos pais e a você que me deixe tentar ajudá-la.(O vidente)

—Eu não sei.Ao mesmo tempo em que sinto medo sinto confiança no que você fala.O que faço,papai e mamãe?(Indaga Rafaela)

—Não temos nada a perder.Pela pouco que conversamos,eu percebi a grandeza do coração desse homem.Eu tenho fé.(Gildete)

—O que pensa em fazer?(Antonio)

—Conhecer sua filha e através desse conhecimento poder ajudá-la.Quero que ela também nos acompanhe numa pequena viagem.(O vidente)

—Por mim,tudo bem.Contanto que nos deixe sempre informados.(Antonio)

—Se vocês concordam,eu também aprovo.Vou tentar.(Rafaela)

—Obrigado pela confiança.(O vidente)

—Querem algo para beber ou comer?(Gildete)

—Eu quero água.(O vidente)

—Eu quero um suco .(Renato)

—Qualquer coisa.(Rafael)

—Obrigado.(Uriel)

—Licença.(Gildete)

Gildete levantou-se,arrumou sua cabeleira e com passos firmes dirigiu-se á cozinha.Com alguns passos,chega lá e começa a preparar um lanche.Enquanto isso,a conversa continua animada na sala com relação a outros assuntos.Quando termina de preparar,a dona da casa chama todos á mesa da cozinha onde tudo estava bem organizado.Eles atendem ao chamado e durante cerca de vinte minutos,continuam interagindo entre si num clima de paz,tranqüilidade e união como se fossem uma grande família.O que tem um fundo de verdade pois todos fazem parte da grande família chamada humanidade.

Ao final,Rafaela vai aprontar suas malas para que pudesse enfrentar a longa viagem.Uma viagem ainda indefinida e imprevisível que poderia mudar o futuro do mundo inteiro.Aguardemos.

Ipojuca-Arcoverde-PE

Com a ajuda dos novos amigos,Rafaela acerta os detalhes e então o grupo sai da casa.Fora dela,O vidente trata de alugar um carro com destino ao primeiro local que vem a mente.O local escolhido é o distrito de Ipojuca pertencente á sede Arcoverde.Eles então entram no carro e imediatamente é dada a partida rumo ao local citado.

Atravessam o bairro são Cristóvão,chegam ao centro,passam pela boa vista e ao final da avenida principal pegam um desvio com destino ao povoado.O momento atual é de expectativa e atenção por parte de todos.“As linhas do destino estavam sendo traçadas sem nem ao menos eles perceberem isso.Certamente o sucesso os esperava.”

No caminho,tentam entreter-se da melhor forma possível através de risadas,causos,fofocas,e muita azaração.Apenas o vidente estava muito sério e concentrado.Pelo menos aparentemente.

E assim os quinze quilômetros que os separavam do povoado são rapidamente cumpridos sem qualquer estresse maior.Eles tem acesso ao povoado com casas espalhadas cá e acolá e composto duma rua principal.Eles pedem parada em frente á Igrejinha local,pegam o contato telefônico do motorista,despedem-se,pagam o aluguel, e finalmente descem.Assistem o carro sumir no horizonte e resolvem caminhar a esmo alguns metros.É neste instante que o vidente entra em contato:

—Eu sinto que tudo há de mudar.Eu encontrarei finalmente o meu destino,encantarei o público e resolverei muitos conflitos.Acreditam,irmãos?(O vidente)

—Sim,você é o cara— Elogiou Renato.

—Obrigado.(O vidente)

—Todos tem capacidade de alcançar o sucesso.Porém,muitos deixam levar-se pelas ocorrência do destino e desistem.Sei que este não é seu caso e o admiro por isso.(Rafael)

—Eu não sou um super homem,Rafael.Eu sou humano e tenho muito orgulho disso.Eu sou como qualquer pessoa normal,com medos,frustrações,decepções,angústias,inquietações e muitos problemas.Tudo conspira para o fracasso mas não me dou por vencido.Eu resolvi lutar até o fim e chamo meus irmãos para o seio do meu pai.”Eu sou” Vos ama e através de mim pode curar vossas feridas.Basta vocês acreditarem em Javé,em meu nome e no do meu irmão superior.Tenham fé!(O vidente)

—Ensina-me!Perdi a esperança e não sei onde encontrá-la.(Rafaela Ferreira)

O vidente emociona-se.Ali,ao seu lado,estava uma irmã sofredora,batalhadora,cheia de arranhões da ingrata vida.Compreendia bem sua situação e suas dores e por experiência própria sabia que não seria fácil lidar com elas ou até mesmo curá-las.Cheio de compaixão,ele aproxima-se da moça,a abraça forte,lhe dá um beijo no rosto e sussurra algo em seu ouvido.Ela se tranqüiliza com a mensagem.

Após,com um sinal pede para que os outros o acompanhem.O grupo atravessa o povoado a pé,adentra na mata e logo depois para em frente a uma figueira.O vidente então retoma o contato:

—Assim como uma árvore dessas salvou minha vida um dia eu quero salvá-los das trevas e do pecado.Façam um círculo de mãos dadas.

Todos obedecem.O vidente aproxima-se e toca na sua mais nova amiga.A força de dois corações encontra-se e inicia-se o Take um da apresentação:

“Era o dia primeiro de janeiro de 1990.Inicia-se um dia calmo com sol moderado na querida Arcoverde.Mais precisamente no bairro são Cristóvão,próximo a faculdade local,o casal formado por Gildete e Antonio ferreira acabavam de chegar do hospital onde a primeira dera á luz um lindo bebê.Como era a primeira e provavelmente a única filha por complicações na fase de parto,a mesma estava sendo bastante mimada pelos dois.Era a concretização do amor mútuo do casal que ficara junto após 5 anos de idas e voltas.

A menina era um encanto de criatura e parecia sorrir apesar de provavelmente não enxergá-los.Após abraçá-la apertado,a mãe faz uma profecia:

-Minha filha será feliz mesmo que vá sofrer frente ás intempéries da vida.Eu sinto que algo especial há de acontecer em sua vida.

O pai ateu não deu importância á mensagem mas a mãe católica encarou como uma pista do destino.Cria piamente que ela seria especial.Em comum acordo,escolheram Como nome Rafaela e assim ela foi batizada na igreja do bairro uma semana depois.Após,continuou sua vida normalmente.

Aos poucos,Rafaela foi crescendo,ganhando corpo,engatinhando e até andar em aproximadamente um ano de vida.Neste caminho,tropeçou,caiu,feriu-se e finalmente venceu.Estas etapas a acompanhariam em qualquer projeto e com um pouco de dedicação,garra,fé permaneceria vencedora.“Todo ser humano é predisposto ao sucesso.No entanto,a maioria desiste diante da primeira dificuldade.Para estes,” Eu sou” diz:Você é capaz e nada é impossível aqueles que crêem em Deus.Portanto,persistam em sonhos que uma hora ou outra acontecerá o milagre.

Depois do primeiro aniversário,pouco a pouco,a menina foi conquistando seu espaço e tendo consciência de sua existência.É nessa época que se inicia a fase dos porquês e os pais tem que se virar para satisfazê-la ou pelo menos acalmá-la.O mundo não era como uma disciplina exata e sim uma infinidade de incógnitas que nem os adultos entendiam direito.Portanto,não havia resposta para tudo.

Nesta fase até os oito anos,o mais difícil foi a separação definitiva duma amiga de escola que se mudara para São Paulo.Rafaela passara dias e noites em luto e ficara tão triste que até médicos foram consultados.A sua salvação foi sua avó por parte de pai,Gracinha,que teve muito jeito para explicar-lhe a situação.Foram várias sessões até ela recuperar-se parcialmente.Conseguiu retomar sua vida mas as marcas ficaram.Poderíamos dizer que este fato ocasionou sua primeira crise depressiva e a doença ficou plenamente manifesta.Ainda bem que não foi o fim.”

O primeiro lampejo acaba.O vidente retira a mão da amiga,fica pensativo como se a analisar a situação e só instantes depois é que se manifesta:

—Eu te compreendo Rafaela.Você se deixou levar pelas suas dores e em alguns momentos sente-se perdida,confusa e desesperada.Porém,eu lhe garanto que não é o fim.Temos que nos entregar ao poder infinito do pai e seguir em frente.Como diz o ditado,“Não cai um fio de nossos cabelos sem seu consentimento”.

—Quem é você?Eu nunca vi alguém falar tão profundamente comigo.(Rafaela)

—Ele é o filho de Deus,Rafa.Nele o pai encontra seu agrado.(Renato)

—Aldivan é um dos poucos seres no universo a verter luz pura.Nem mesmo os anjos se comparam a ele.(Rafael)

—Eu sou seu protetor especial.Fui criado especialmente junto com ele.(Uriel)

—Eu sou aquele que as pessoas rejeitaram e humilharam séculos atrás.Eu também sou a luz do sol,a brisa fresca da manhã,o desejo mais profundo do sonhador.Este que vos fala é conhecido como “Eu sou”,aquele que liberta,cura,orienta os que desejam conhecer o pai.(O vidente)

—Caramba!Estou sem palavras!Num instante,estava eu em contrição e dor diante do altíssimo na catedral do livramento.Conheci então vocês e agora estou aqui no povoado de Ipojuca com um homem que conhece minha vida,meu futuro e que se autodenomina o filho de Deus,com um jovem inteligente e sábio e com dois seres que parecem de outro mundo.Será que é um sonho,um delírio ou em última hipótese uma realidade tão fantástica que me custa acreditar?(Rafaela)

—Então me toque e comprove o que sua fé não permite-Disse o vidente estendendo as mãos.

Rafaela Ferreira hesita.Será que deveria?Bem,era a única opção para tirar a dúvida a qual lhe corroia o coração.Foi então que munida do resto de coragem que sobrara avançou três passos e com suas mãos delicadas e finas tocou o braço do filho de Deus.Em retribuição ao gesto de carinho,ele lhe deu um beliscão o que a fez soltar um gemido de dor.Sim!Estava plenamente convencida agora de que ele era real e da forma que falara poderia levá-la a caminhos os quais ainda não conhecia.

Ao final do toque,eles se separam e então o vidente toma a palavra:

—Voltemos á área urbana do povoado.O tempo urge.

O grupo em geral concorda e eles então partem de onde estavam (início da mata) e retornam pelo mesmo caminho em direção contrária.O momento era de plena comunhão de sentidos entre eles.O que quer que acontecesse,eles enfrentariam juntos em busca do objetivo maior.O mundo os esperava.

Em vinte minutos frenéticos,enfrentando o calor exaustivo,as pedras,os espinhos cortantes,a solidão interna e o improvável eles chegam ao povoado.Numa reunião rápida,eles decidem procurar um restaurante ou lanchonete pois se encontravam sedentos e esfomeados.Procurando aqui e ali e informando-se com os locais encontram um quiosque simples denominado bar do encantamento.

O estabelecimento é formado de um vão simples,balcão e prateleiras,e um salão onde estão colocadas alguns grupos de mesas e cadeiras.Além de comida pronta,vendem bebida,gêneros alimentícios e utilidades domésticas.Nos fins de semana, oferecem churrasco e comidas regionais a contratar.

Como ainda não é horário de almoço,eles encontram mesas e cadeiras vagos,acomodam-se e ficam a escolher algum dos pratos disponibilizados no cardápio posto na mesa.Escolhem macaxeira com charque,algo barato,de bom gosto e regional.

Fazem então o pedido e enquanto esperam,a conversação rola solta.

—De onde vocês são mesmo?(Rafaela Ferreira)

—Sou natural de Arcoverde-PE.Eu sou um cara que acredita no trabalho,nas pessoas e em principalmente nas forças benignas que me acompanham.(O filho de Deus)

—Eu sou da serra do Ororubá,na região de Mimoso.Lá,eu e minha mãe adotiva- A guardiã da montanha sagrada- vivemos com dignidade,doçura e em plena comunhão com a natureza.(Renato)

—Sou um dos sete arcanjos que estão sempre na presença de Deus.No entanto,tenho uma missão especial aqui na terra junto a vocês e espero corresponder á altura á força criadora.(Rafael)

—Eu também sou um anjo com objetivo único de cuidar do meu amo e senhor,o filho de Deus.Agradeço ao pai por isso.(Uriel)

—Eu nasci e me criei em Arcoverde-pe.Apesar de serem estranhos,algo me diz para confiar em vocês.Muito obrigado por se importarem comigo.(Rafaela Ferreira)

—À vontade,amiga.Estamos aqui para auxiliá-la.(O vidente)

—Obrigada.(Rafaela)

—E o que faz da vida,Rafaela?(Renato)

—Atualmente só estudo.Mas devo ser sincera que atualmente não tenho tido vontade para nada.(Rafaela)

—Deve ser a doença.(Renato)

—Que doença?Eu estou apenas deprimida.(Rafaela)

—Isto o que você sente chama-se depressão.Se não tiver acompanhamento adequado, pode levar a pessoa á loucura ou até ao suicídio.(Rafael)

—Era exatamente no que estava pensando quando vocês apareceram:Jogar-me na primeira ponte.Eu não quero mais sofrer.(Rafaela)

—Deus não permitiria nem eu porque vos amamos,Rafaela.A solução para seus problemas está no meu pai e em meu nome.Você crê?(O vidente)

—Ah,ta bom!Faça-me um milagre para que eu creia!(Rafaela)

—Se a mim fosse permitido,eu faria,Rafaela,por amor a você.Mas pense bem:Só de estarmos aqui já não é um milagre?Há quanto tempo você não conversava francamente numa roda de amigos?(O filho de Deus)

—Olhando por esse lado,você está certo.(Rafaela)

—O tempo dos grandes milagres já passou.Estamos no período de apostasia,onde o materialismo e o egoísmo do ser humano é preponderante.Sinta-se feliz por ter a oportunidade que está tendo agora.(Uriel)

—Ok.Desculpem-me a grosseria e a tentação.(Rafaela)

—Não se preocupe.Estou pronto para compreendê-la.(O vidente)

A refeição chega.A partir daí,o silêncio predomina somente atrapalhado pelos locais que começam a chegar.O grupo passa cerca de trinta minutos em completa harmonia degustando o almoço e ao final dele,pedem algo para beber.Após,pedem a conta ,saem do estabelecimento e ligam novamente para o motorista que os trouxera.Esperam mais vinte minutos e com a chegada do táxi,embarcam com destino á querida Arcoverde.O destino os esperava.

Riacho do meio-Arcoverde-PE

Durante o curto trajeto realizado entre Ipojuca e Arcoverde,nenhuma anormalidade aconteceu.Entre interações e visualizações,eles mantinham-se entretidos a maior parte do tempo.Nem parecia que cada vivia um drama particular:O vidente,que ainda não se firmara como artista que merecia ser,Rafael e Uriel pelo fato de ainda não terem concluído sua missão,Renato por ainda não ter sido eficaz e por último,Rafaela Ferreira,a qual enfrentava uma crise depressiva severa.Pelo menos,nenhum deles perdera a fé por completo.Havia ainda uma esperança e isto algo que Aldivan costumava enfatizar.

Neste ambiente de tranqüilidade eles retornam á capital do sertão pernambucano,descendo nas imediações do bairro boa vista.Eram 12:30 Hs e ficam a esperar lotação numa das vias.

Enquanto esperam,aproveitam para tomar um pouco de sol e escutar uma música vindo das imediações.Estava tudo perfeito.A música para,a autolotação chega,eles adentram no veículo,uma besta azul,e então é retomada a viagem.

Numa velocidade regular,chegam na rodovia que no momento encontra-se bastante movimentada.Seriam mais dezesseis quilômetros até o povoado Riacho do meio,onde o vidente com sua turma iria visitar amigos.

Como sempre,aproveitam o tempo no carro para fazer amizades entre os passageiros e o motorista.Todos eram bem conhecidos na região por fazerem aquele percurso freqüentemente.

De notícias gerais a política e a religião,os temas são bem explorados e provocam bastante gargalhadas em todos.Como era bom viver,ter amigos,papear e esquecer as preocupações por alguns instantes.Isto era extremamente necessário para saúde mental de todos.

E assim vão avançando no percurso,descem a serra,passam pelo sítio quinze metros e algum tempo depois finalmente chegam ao povoado que se localiza na divisa entre Arcoverde e Pesqueira.Descem próximo ao pomar de cajueiros,pagam a passagem,despedem-se,pegam a trilha e entram no pequeno povoado.

Com mais alguns passos,chegam a única rua principal e avançam pela direita até chegar na quinta casa,que é estilo casa,8x4 m,porta e janela de cedro,com uma pequena área na frente.O vidente então começa a bater e gritar:

—Dona Eulália!Cheguei!

No mesmo instante,ouve-se um ruído de passos e de dentro da modesta casa,sai uma senhora de meia-idade,branca queimada do sol,1,65 m de altura,magra.Ela sai mostrando um sorriso no rosto ao reconhecer aquele rapaz o qual conhecera certa vez na lotação e que a fizera acreditar que era importante.Que bom que ele estava ali,pensa interiormente.Ela então entra em contato:

—Aldivan,você aqui?E quem estas pessoas que o acompanham?

—Sim,sou eu,Dona Eulália.Estes são meus companheiros de aventura.Chamam-se Renato,Rafael,Uriel e Rafaela—Disse o filho de Deus apontando para cada um deles.

—Ah,muito prazer.Sejam bem vindos.Entrem,por favor!

—Obrigado (Todos).

Aceitando o convite,um a um vão entrando na pequena casinha de alvenaria.A casa é composta de sala única,quarto,área de serviço,cozinha e banheiro.Eles chegam na sala e acomodam-se no sofá de cinco lugares e o que sobra numa cadeira ao lado.

A anfitriã é a primeira a tomar a palavra:

—Muito bem.Eu estava exatamente pensando em você agora,meu filho.Quando nos encontramos pela primeira vez,suas palavras me fizeram um bem enorme.Hoje,estou tranqüila,vivendo da minha aposentadoria.Vez ou outra,meus netos vem visitar-me e quando acontece isso é aquela festa.

—Que bom que eu pude ajudá-la de alguma forma.Eu trouxe esta jovem aqui (apontando para Rafaela) para que troquem algumas palavras.Ela sofre de depressão.(O vidente)

—Será um prazer.Como vai,Rafaela?(Eulália)

—Estou levando minha vida.Obrigada.(Rafaela)

—A encontramos na Igreja do livramento,em Arcoverde.Ela nos chamou muita atenção.(Rafael)

—Por quê?(Eulália)

—Explique a ela,irmão.(Rafael)

—Ela estava em prantos e totalmente desnorteada.(Uriel)

—Aí resolvemos ajudá-la.(Completou Renato)

—Isto mostra a grandeza do coração de vocês.Tem minha admiração.Mas poderiam me explicar o motivo de tudo isto?(Eulália)

—É o que eu também me pergunto.(Reforçou Rafaela)

—Meu pai me chamou á missão.De alguma forma,estou ligado á Rafaela e ela a mim.Somos almas irmãs desde o princípio e não medirei esforços para ajudá-la.Aliás,isso é o que sempre faço independente da pessoa merecer ou não—Explicou o filho de Deus.

—Obrigada.(Rafaela)

—É realmente digno.Estão de parabéns!Diga-me colega,há quanto tempo sente-se assim?(Eulália)

—Não sei bem.Eu já tive várias crises aparentemente por motivos banais.Confesso que se não fosse o filho de Deus ter me resgatado,eu já estaria morta,provavelmente me jogaria duma ponte.(Rafaela)

—Não fale assim.Você é jovem,tem muitos motivos para viver e tem muita sorte.Então sorria!(Eulália)

—É o que enfatizamos a todo o momento para ela.(Rafael)

— “Realmente não é o fim.Eu vejo bons tempos,de recolhimento espiritual,de descobertas e de felicidade.Palavra de Javé”.(Uriel)

—Amém.Ajuda-me senhor!(Rafaela)

—Ele já está ajudando,amiga.Tenha fé!(O filho de Deus)

—Eu creio!(Renato)

—Eu também quero crer!Ensina-me!(Rafaela)

O vidente levanta-se,aproxima-se da jovem e lhe dá um grande abraço caloroso.Descansando sua cabeça no peito do seu senhor,amigo e irmão,ela tinha consciência de que nada de mal poderia lhe acontecer.Esta certeza a aliviava e a comoção do momento a fez chorar.

O filho de Deus então se abaixou e delicadamente recolheu suas lágrimas.Neste momento,promete a si mesmo,a seu pai e ao universo inteiro que seu reino futuro não haveria lugar para sofrimento,dor ou até mesmo a morte.Nele,os humanos seriam completamente felizes e adorariam seu pai no monte Sião.Diferentemente dos reinos humanos,os direitos seriam iguais e as pessoas não seriam pré-julgadas por sua cor da pele,raça,religião,opção sexual ou qualquer especificidade.Todos seriam filhos do mesmo pai.

Quando ele percebe que Rafaela se acalmara,finda o abraço e retorna ao seu lugar.A anfitriã retoma o contato.

—Querem algo para beber ou comer?

—Obrigado,Dona Eulália.Já estamos de saída.Vamos pessoal?(o vidente)

—Sim.(aprovaram os outros)

—Muito obrigado pela conversa e hospitalidade.(O vidente)

—De nada,visitem-me quando quiser.Boa sorte,Rafaela.Que Deus a abençoe.(Eulália)

—Obrigada senhora,pelas palavras de conforto.(Rafaela)

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